BOCHECHAS, CAVANHAQUE E PERISCÓPIO
Música e outras coisas

BOCHECHAS, CAVANHAQUE E PERISCÓPIO



A iconografia do jazz deve a John Birkis “Dizzy” Gillespie pelo menos dois momentos sublimes: as bochechas infladas como um balão e o trompete com a campana entortada para cima, lembrando um periscópio. Mas esse trompetista, bandleader, compositor, arranjador e showman fez mais. Muito mais! Não é exagero dizer que sem Gillespie o jazz seria infinitamente mais pobre. E muito menos alegre também.

Se o jazz pode ser comparado a um grande livro, Dizzy Gilespie é responsável por um dos seus mais belos e emocionantes capítulos. Ele é um dos principais responsáveis pela maneira como o jazz evoluiu a partir dos anos 40, deixando para trás as alegres harmonias do swing, para enveredar pelas sofisticadas e tortuosas sendas do bebop . Graças a Gillespie, o jazz deixava de ser mero entretenimento e ganhava status de arte.

Nascido no dia 21 de outubro de 1917, em Cheraw, Carolina do Sul, Dizzy provinha de uma família modesta – era o mais novo de uma prole de nove irmãos. Seu pai era pedreiro e músico amador, e sua casa havia alguns instrumentos musicais. O pequeno Dizzy logo demonstrou enorme interesse pela música, adotando primeiramente o violoncelo e depois o trombone. Os gospels e spirituals cantados nos cultos da igreja batista ajudaram a consolidar esse interesse, que acabou se transformando em amor incondicional.

Aos 14 anos descobriu o trompete e sua habilidade no instrumento era tamanha que lhe rendeu uma bolsa de estudos no Laurinburg Institute, uma escola para negros localizada na Carolina do Norte. Ali, estudou teoria musical e harmonia, além de travar os primeiros contatos com o piano, instrumento que passou a tocar com certa desenvoltura. Sua seriedade nos estudos contrastava com a sua personalidade extrovertida e brincalhona e o jazz de Louis Armstrong (sua influência mais remota) e Duke Elington era parte importante na sua formação.

Em 1935, sua mãe, então viúva, se mudou para a Filadélfia, em busca de melhores condições de vida e trabalho. Dizzy foi junto e começou a atuar profissionalmente. Primeiro acompanhou o pianista Bill Doggett e, pouco depois, foi convidado a integrar a orquestra de Frank Fairfax, onde conheceu pessoalmente um dos seus ídolos, o trompetista Charles Shavers. Na mesma cidade, Dizzy conheceu aquele que se tornaria a sua influência mais direta e também um dos seus amigos mais próximos: Roy Eldridge.

Quando Eldridge se mudou para Nova Iorque, Dizzy também tomou a mesma decisão e algum tempo depois coube ao discípulo a tarefa de substituir o ídolo na orquestra de Teddy Hill, em 1937. Aliás, consta que o apelido “Dizzy” (algo como pirado ou atrapalhado), foi dado pelo próprio Hill, por conta das incontáveis brincadeiras armadas por Gillespie nos ensaios e apresentações. Naquela orquestra, ainda em 1937, Dizzy participaria de sua primeira gravação.

Algum tempo depois, Dizzy integrou-se à orquestra de Cab Calloway, onde atuou ao lado de Chu Berry e Milt Hinton, dois músicos de concepções bastante avançadas para a época. Mas por mais avançados que fossem, não eram páreo para Dizzy, que infernizava o líder com seus solos incendiários e aparentemente desconexos. Outro companheiro na big band foi o trompetista Mario Bauzá, que apresentou a Gillespie as sonoridades afro-caribenhas.

Apesar de respeitar a capacidade técnica do trompetista, Calloway não perdia uma oportunidade para criticar a “música de chinês” praticada por Dizzy. O clima entre os dois foi se tornando insustentável e consta que os dois teriam chegado às vias de fato. Somente a intervenção de músicos da orquestra, como Jonah Jones e Milt Hinton, impediu que o episódio tivesse maiores conseqüências. Mas Dizzy foi despedido logo em seguida. Era 1941 e não havia tempo para lamentações.

Dizzy tocou como freelancer por um período, atuando nas bandas de Ella Fitzgerald, Benny Carter, Les Hite, Charlie Barnett e Lucky Milinder. Suas idéias musicais, todavia, ainda chocavam a maioria dos músicos, exceto um saxofonista de Kansas City, que lhe fora apresentado alguns meses antes por Buddy Tate e que o deixara de queixo caído. Seu nome: Charlie Parker e suas concepções musicais eram exatamente as mesmas de Gillespie. Mas a perceria entre os dois ainda demoraria um pouco para acontecer e frutificar.

Em 1942, o destino uniu Dizzy e Bird (apelido de Parker) na orquestra de Earl Hines. O lendário pianista não apenas incentivava a parceria como também absorvia algumas das idéias da dupla. Paralelamente, outros jovens e insatisfeitos músicos reuniam-se no clube Minton’s Playhouse, para reclamar da pasteurização do swing e, sobretudo, compartilhar suas próprias idéias sobre os novos caminhos do jazz. Eram eles os pianistas George Wallington, Thelonious Monk e Bud Powell, os trompetistas Hot Lips Page e Joe Guy, os bateristas Kenny Clarke e Max Roach, o guitarrista Charlie Christian, o clarinetista Tony Scott, o baixista Oscar Pettiford e o saxofonista Don Byas, entre outros.

A empatia entre esses músicos e a dupla Parker/Gillespie foi imediata. Em pouco tempo, Bird e Dizzy se tornariam líderes e inspiradores de uma plêiade de novos artistas, ávidos por dar ao mundo uma música diferente e revolucionária. Estavam lançadas as sementes do bebop, movimento estético-musical que abalaria a vida cultural dos Estados Unidos e, por conseqüência, do mundo inteiro.

Com suas letras onomatopaicas e diferentes, como “Ko-ko”, “Be-bop”, “Ornithology” e “Salt Peanuts”, com sua indumentária hipster que incluía óculos de aros redondos, boinas e cavanhaques, os boppers logo se tornaram modelo de comportamento. Inteligentes, articulados e fluentes, músicos como Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Thelonious Monk e Max Roach tinham também um discurso político, no qual questionavam a principal chaga social norte-americana: a segregação racial que impunha, em muitos lugares, tratamento completamente distinto para brancos e negros.

Dizzy formou o seu primeiro combo realmente bopper em 1944, que tocava no clube Onyx e que incluía Don Byas (sax tenor), Oscar Pettiford (baixo), George Wallington (piano) e Max Roach (bateria). Naquele ano, foi convidado para integrar a orquestra de Billy Eckstine e tornou-se o seu diretor musical. Em 1945, deixa Eckstine e grava com Charlie Parker, com quem se apresenta como atração fixa do clube Three Deuces. Pouco depois, forma um novo combo, por onde passariam nomes como Sonny Stitt, Dexter Gordon, Shelly Manne, Al Haig e Milt Jackson, que acabaria por se transformar na sua primeira orquestra.

Diga-se de passagem que ela não foi muito bem sucedida comercialmente e o trompetista teve que dissolvê-la, pouco tempo depois. Sem dinheiro e sem orquestra, Dizzy passou algum tempo na Califórnia, onde se integrou ao projeto “Jazz At The Philarmonica”, do empresário e produtor Norman Granz, a quem dedicaria uma longa amizade e que, futuramente, renderia uma duradoura parceria discográfica nos selos comandados por Granz (Norgran, Verve e Pablo).

Em 1946 reformula a sua orquestra, agregando a ela arranjadores como Gil Fuller, George Russell, John Lewis e Tadd Dameron, todos aficionados e exímios conhecedores do idioma bop. Pela nova big band, que alcançou um grande sucesso e que se manteria ativa até o início dos anos 50, passariam músicos como Milt Jackson, Phil Woods, Wynton Kelly, Walter Davis Jr., Lee Morgan, Melba Liston, Ray Brown, Billy Bauer, Kenny Clarke, James Moody, Jimmy Heath, Cecil Payne, Mathew Gee, John Coltrane, J.J. Johnson, Yusef Lateef e muitos outros.

Uma das mais importantes e originais contribuições da big band, além de proporcionar arranjos orquestrais para temas bop, foi integração de percussionistas como Chano Pozo, Tito Puente, Sabu Martinez e Carlos Vidal ao seu elenco, o que permitiu que os ritmos caribenhos e afro-cubanos se incorporassem ao idioma jazzístico. O sucesso de temas como “Manteca”, “Cubana Be”, “Cubana Bop”, “Con Alma”, “Tin Tin Deo” foi estrondoso e em 1948 a orquestra de Gillespie fez uma excursão à Europa, encantando o Velho Continente, que então lutava para se reerguer, após a tragédia da II Guerra Mundial.

Nos anos 50, Dizzy alternou a condução de pequenos combos com as suas sempre bem azeitadas orquestras. Em 1956, a bordo de uma delas, esteve no Brasil e estreitou os laços com a música e com os músicos brasileiros. Nessa oportunidade, por obra e graça do Departamento de Estado norte-americano, Dizzy levou o jazz a diversas partes da Europa, Ásia, Oriente Médio e a outros países da América do Sul. No ano seguinte, essa orquestra se apresentou no Festival de 1957 Newport, tendo a pianista Mary Lou Williams como convidada.

Durante a excursão, ao realizar um concerto em Atenas, Dizzy se revelou um embaixador muito mais eficiente que os diplomatas de carreira. A Grécia estava em pé de guerra com Chipre e os gregos esperavam dos Estados Unidos algum tipo de apoio material às suas pretensões, especialmente bélico. Ao chegar em Atenas, jornais locais questionavam: porque os americanos nos mandam jazz e não canhões? Após o início do concerto, com uma performance demolidora de Gillespie e seus músicos, o mal estar diplomático foi totalmente dissipado e as hostilidades contra os Estados Unidos cessaram completamente.

Aliás, aquela década foi formidável também para a discografia de Dizzy. Gravou álbuns fabulosos, ao lado de feras como Stan Getz (“Diz And Getz”, de 1954), Sonny Rollins e Sonny Stitt (“Sonny Side Up”, de 1957 e “Duets”, de 1958) e do velho ídolo Roy Eldrige (o luxuoso “From Roy To Diz”, de 1954). Todos saíram pela Verve, que também lançaria o seminal “For Musicians Only”, em 1958, que conta com as estelares presenças de Stan Getz, Sonny Stitt, John Lewis, Herb Ellis, Ray Brown e Stan Levey.

Foi nessa época, mais precisamente em 1953, que um fato corriqueiro ajudou a firmar ainda mais a imagem de Dizzy no imaginário popular como uma das mais extravagantes – e queridas – figuras do jazz. O trompetista dava uma festa em sua casa, quando um dos convidados, acidentalmente, pisou em seu instrumento, entortando a campana. Ele não deu muita importância ao fato e, ao tocar o trompete, gostou do som que saía dali. Poucos dias depois, a esposa lhe desenhou um modelo com uma inclinação da campana em 45° e coube à Martin, tradicional fabricante de trompetes, a confecção do instrumento que seria, dali por diante, imortalizado por Gillespie em suas apresentações. Todavia, o instrumento não pôde ser patenteado, porque desde 1866 já havia um instrumento semelhante no mercado, fabricado pela empresa Scheiber Cornet Manufacturing Company of New York.

Nos anos 60, Dizzy priorizou as pequenas formações, lançando discos por selos como Verve e Impulse, ajudando a lançar novos valores, como os pianistas Mike Longo, Junior Mance e Lalo Schifrin, o saxofonista Leo Wright e o guitarrista Les Spann. Também incorporou elementos brasileiros em sua música e se tornou um dos mais importantes divulgadores da bossa nova nos Estados Unidos. Sua influência pode ser sentida em músicos como Kenny Dorham, Miles Davis, Fred Hubbard, Jon Faddis e Cláudio Roditi.

Um dos discos mais estimulantes daquele período é “Something Old, Something New”, que mescla clássicos do bebop, alguns de autoria do próprio Gillespie, standards da música norte-americana e algumas composições do trombonista Tom McIntosh, um talentoso discípulo de Tadd Dameron e Benny Golson. Gravado para a Verve, no dia 24 de abril de 1963, o álbum foi produzido por Hal Mooney.

A banda era formada pelo jovem Kenny Barron (piano), pelo veterano James Moody (sax alto, sax tenor e flauta), por Chris White (baixo) e por Rudy Collins (bateria), todos bastante inspirados. Curioso é que o baixista e o baterista trabalharam durante muito tempo com o vanguardista Cecil Taylor, mas demonstram uma intimidade total com o idioma bop.

A abertura do disco fica a cargo da emblemática “Bebop”, executada em uma velocidade assombrosa. Dizzy abusa dos agudos e dos arabescos harmônicos que fizeram dele um dos mais criativos improvisadores da história do jazz. Sua performance cheia de vitalidade contagia os demais integrantes da banda, especialmente o velho parceiro Moody, que responde à altura. Destaque para a bateria de Collins, impetuosa e atrevida.

Em “Good Bait”, de Tadd Dameron e Count Basie e calcada no blues, os sopros de Dizzy e Moody realçam a atmosfera dançável da canção, fazendo dela um dos momentos mais deliciosos do disco. O medley “I Can’t Get Started / Round Midnight” é soberbo e um dos pontos altos da sessão. Gillespie é o verdadeiro “dono” de “I Can’t Get Started” e apenas Maynard Ferguson consegue rivalizar com a pungência e a emotividade que Dizzy extrai do seu trompete. A maneira como o líder faz a passagem de um tema para outro é de arrepiar e os solos de Moody mantêm o clima reflexivo e lírico.

A exuberância técnica de Gillespie aflora em “Dizzy Atmosphere”, cujo início em tempo médio – em boa parte por conta da flauta de Moody – é logo substituído por uma tsunami sonora de altíssima potência. Moody logo assume o sax tenor e o incessante diálogo com o líder permeia o tema o tempo inteiro. Grandes momentos de Barron, que na época tinha apenas 20 anos, cujo solo é estimulante ao extremo, e de White, cuja segurança e firmeza na condução do ritmo são fundamentais para que o tema se desenvolva de maneira tão satisfatória.

“November Afternoon” é uma das quatro composições enquadradas como “something new” do título e uma das três de autoria de McIntosh. O encontro entre o criador do bebop e um talentoso herdeiro do seu legado não decepciona. Usando o sax tenor e o alto, Moody estraçalha, com seus solos impossíveis e sua energia absurda. Gillespie é o senhor dos agudos e das modulações e em nenhum momento se deixa intimidar pelo velho parceiro. Atento aos mestres, Barron exibe a destreza que faria dele, em pouco tempo, um dos maiores nomes do piano jazzístico.

Em “This Lovely Feeling”, de Arif Mardin e Margo Guryan, o grupo flerta com a bossa nova e a flauta de Moody se encarrega de providenciar a atmosfera tropical. “The Day After” é uma balada oblíqua, bluesy, na qual Gillespie impõe ao seu trompete uma entonação quase fantasmagórica. “Cup Bearers”, que se converteria em um clássico do hard bop, graças à versão de Blue Mitchell, é interpretada com a fúria e o vigor que se exige de um tema tão abrasador. Ambas são criações de McIntosh, que a partir daí passaria a ser um dos mais requisitados compositores do pedaço.

A faixa bônus “Early Morning Blues” fecha o cd, em altíssimo astral. É um blues nada ortodoxo, dissonante, com os sopros parecendo às vezes desconexos. A lamentar apenas a sua curtíssima duração – apenas 2min55s. Um álbum instigante e com momentos sublimes, ainda que alguns críticos insistam em desmerecê-lo, sob o ridículo argumento de que não seria tão criativo quanto seus discos da década de 40.

As décadas de 70 e 80 foram de muito trabalho para o trompetista. Turnês, gravações e até mesmo uma quase candidatura à presidência dos Estados Unidos, fizeram parte de sua rotina. Aliás, se fosse eleito, além de mudar o nome da tradicionalíssima White House para Blues House, empregaria um gabinete do balacobaco: Duke Ellington seria o Secretário de Estado, Miles Davis o Diretor da CIA (!!!), Max Roach o Secretário de Defesa, Charles Mingus o Secretário para a Paz (!!!!!), Ray Charles comandaria a Biblioteca do Congresso, Louis Armstrong seria o Secretário de Agricultura, Mary Lou Williams a embaixadora no Vaticano e Thelonious Monk o Ministro das Relações Exteriores (!!!!!!!!!!!).

Dizzy incorporou, definitivamente, a imagem de embaixador do jazz e suas performances eram cada vez mais histriônicas e bem-humoradas. O pesquisador incansável também continuou a sua busca por novos sons, voltando-se para a música oriental, latina e africana com ainda mais interesse. Suas aparições na tevê americana, em programas como The Bill Cosby Show, Vila Sésamo e os Muppets serviam para manter sempre em alta a sua popularidade junto ao grande público.

Dentre as suas principais realizações, destaca-se a criação da United Nation Orchestra, uma reunião multicultural de músicos de diversos países, especialmente norte-americanos, cubanos e brasileiros – a cantora Flora Purim fez parte da orquestra por cerca de três anos. Em 1992, em comemoração ao seu 75º aniversário, a Blue Note organizou um festival em Nova Iorque, que durou um mês, culminando com um concerto no Carnegie Hall, ao lado de Jon Faddis, Marvin "Doc" Holladay, James Moody, Paquito D'Rivera, Mike Longo, Ben Brown e Mickey Roker.

Desde 1964 seu nome está imortalizado no Down Beat Jazz Hall of Fame e em 1989 recebeu o título de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, concedido pelo governo da França, além de um doutourado honorário, dado pelo Berklee College of Music. No mesmo ano, recebeu o Grammy Lifetime Achievement Award, por sua contribuição para a música norte-americana. Em 1990 mereceu do Kennedy Center for the Performing Arts o prêmio Kennedy Center Honors Award e o Duke Ellington Award, dado pela Sociedade Americana de Compositores e Autores.

Gillespie permaneceu em atividade praticamente até a morte, no dia 06 de janeiro de 1993, aos 75 anos muitíssimo bem vividos. Dentre as muitas homenagens feitas à sua memória, destacam-se os álbuns “Dedicated To Diz” (de 1993), onde o veterano Slide Hampton lidera uma big band composta por ases como Roy Hargrove, Antonio Hart, Jimmy Heath, Steve Turre e Lewis Nash, e “Things To Come” (de 2000), no qual seu discípulo Jon Faddis dirige uma orquestra integrada por James Moody, Frank Wess, Renee Rosnes e Cláudio Roditi, entre outros.

O visionário que encantou o jazz por mais de 50 anos sucumbiria ao câncer, mas a voz do seu trompete jamais se calaria e sua influência permaneceria como uma das mais duradouras e consistentes em toda a história do jazz. Nas palavras do mestre Augusto Pellegrini: “Como solista, Dizzy Gillespie foi uma das mais destacadas vozes do trompete, e seu magnetismo rivaliza apenas com o de Louis Armstrong. Seu som é claro, forte, excitante e objetivo, e sua firmeza tonal é espantosa. Com seu bom humor ele adicionou uma pitada de show aos seus concertos de jazz, divertindo a platéia e dando ao público uma alegria suplementar”.

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