Música e outras coisas
VITAMINA MUSICAL
Antes do aparecimento de Jean Baptiste Frederic Isidor Thielemans a gaita era considerada um instrumento irrelevante dentro do jazz. Exceto por Larry Adler, que também tocava piano e era mais atuante nas áreas da música erudita e das trilhas sonoras para o cinema, a harmônica (como também é conhecida a simpática gaita de boca) era vista como um instrumento pouco versátil, mais adequado aos lamentosos e simples acordes do blues.
A chegada de Thielemans, nascido em Bruxelas, no dia 29 de abril de 1922 modificou completamente o status do instrumento no cenário jazzístico. Todavia, antes de se notabilizar pelo uso gaita, ele passou por vários outros instrumentos. O primeiro deles foi o acordeão, que começou a tocar com apenas três anos. Em seguida, passou à guitarra acústica e com ela adquiriu certa notoriedade no cenário musical da Bélgica. Somente no final da adolescência é que iria se dedicar à gaita e o já mencionado Larry Adler foi uma de suas primeiras influências, assim como o baixista Slam Stewart, por conta da sonoridade que, com o arco, extraía do contrabaixo.
O próprio Thielemans recorda que aprendeu a tocar guitarra por acaso. Ele conta: “Eu estava doente e um amigo veio me visitar. Ele trazia uma guitarra preta na mão e nós ficamos um tempo ouvindo alguns discos de Fats Waller , como ‘Hold Tight’. Aquilo era o jazz em sua essência e tudo que você precisaria saber sobre o blues estava naquelas gravações. Eu sabia tocar aquelas músicas, mas jamais havia pego em uma guitarra e então o meu amigo me fez um desafio: se eu conseguisse tocar ‘Hold Tight’ em cinco minutos, ele me daria a guitarra. Toquei a música e fiquei com o instrumento”.
No entanto, apesar de gostar bastante de música, o futuro de Thielemans parecia estar nas ciências exatas. Ótimo aluno de matemática, ele imaginava para si uma tranqüila carreira de engenheiro ou professor. A Segunda Guerra Mundial veio para embaralhar os planos do jovem guitarrista, que em 1941 viu-se forçado a fugir do país com a família, por causa da invasão alemã, e foi buscar abrigo na vizinha França.
A França também tinha sido invadida pelos nazistas, mas por causa do governo colaboracionista do Marechal Pétain, o domínio do exército alemão não havia sido tão brutal quanto foi no território belga e a população francesa ainda podia viver em relativa tranqüilidade. Os pais de Thielemans, que eram donos de um café em Bruxelas, tiveram que recomeçar a vida em um novo país e a música foi o elemento que ajudou a manter a esperança e a auto-estima do jovem belga.
Em solo francês, Jean Baptiste conheceu o som do violinista francês Stephane Grappelli e do seu compatriota, o guitarrista belga Django Reinhardt, e apaixonou-se pelo jazz. Ele já conhecia alguma coisa do estilo, graças às transmissões da BBC que chegavam até Bruxelas, levando o som das big bands norte-americanas, mas até então nunca havia escutado algo parecido com o que Grappelli e Reinhardt faziam. Aproximou-se do meio musical francês e chegou a tocar com os dois proeminentes jazzistas.
Em 1944 Thielemans retornou à Bélgica e tocou com uma banda do exército norte-americano, quando este libertou Bruxelas do jugo nazista. Decidido a investir na carreira musical, ele fez parte da banda do clube Ma Maison, em Bruxelas, onde teve a honra de acompanhar Edith Piaf, Charles Trenet e Django Reinhardt. O jazz passava então por um período de grande efervescência e o bebop emergia como principal força criativa do período. Fascinado pelo som de Charlie Parker, Thielemans foi o primeiro músico a tentar reproduzir, na harmônica, os tortuosos mistérios do idioma bop.
Ele já era conhecido no meio musical belga como Toots, tendo recebido esse apelido em 1946, quando tocava na banda Le Jazz Hot, em homenagem ao saxofonista Toots Mondello, um famoso acompanhante dos anos 30 e 40, que trabalhou com Louis Armstrong, Teddy Wilson e Benny Goodman, entre outros. Em 1948, Toots fez a sua primeira viagem aos Estados Unidos, onde tocou com o trompetista Howard McGhee e com o pianista Lennie Tristano.
No ano seguinte, voltou a morar na França, estabelecendo-se em Paris, onde costumava tocar com os mais diversos músicos norte-americanos de passagem ou estabelecidos na cidade, como Sidney Bechet, Miles Davis, Roy Eldridge, Zoot Sims, Max Roach e outros mais. Toots foi uma das atrações do Festival International de Jazz All-Stars realizado em Paris, na prestigiosa Salle Pleyel, templo da música erudita.
Outros grandes músicos belgas, como o saxofonista Bobby Jasper e o guitarrista Rene Thomas, e franceses, como o pianista René Urtreger e o guitarrista sacha Distel, ajudavam a formar, juntamente com Toots, o núcleo do efervescente movimento jazzístico parisiense.
Em 1950 Thielemans fez uma excursão pela Europa, como membro da banda de Benny Goodman, graças a uma indicação de Ray Nance, membro da orquestra de Duke Ellington. Nance havia ficado impressionado com as habilidades do gaitista, que conheceu durante uma turnê do maestro pela Bélgica, e os dois se tornaram grandes amigos. Em novembro daquele ano, quando a banda de Goodman estava na Suécia, o gaitista conheceu o ídolo Charlie Parker e chegou a tocar com ele em uma jam no clube Nalen, em Estocolmo.
No ano seguinte, Toots decidiu tentar a sorte nos Estados Unidos e ali desenvolveu uma longa e muito bem-sucedida carreira. Em pouco tempo, já estava tocando com a nata dos músicos da época, com destaque para a sua breve participação no Charlie Parker's All-Stars, durante uma temporada de uma semana no Earle Theatre, em Filadélfia.
Reza a lenda que Miles Davis teria ficado incomodado com a presença do belga e vivia implicando com o seu sotaque fortemente carregado. Foi então que Parker deu uma bela regulada no trompetista: “Deixe o meu garoto em paz, Miles”. Nem mesmo Miles ousaria questionar uma ordem de Bird e Toots pôde tocar sossegado: “Eu não estava preparado para aquilo. Miles vivia me provocando, tirando sarro com a minha cara. Eu mal havia chegado aos Estados Unidos e já estava dividindo o camarim com Charlie Parker”, relembra o bem-humorado Toots.
O gaitista recorda com muito carinho o seu convívio com Bird: “Foi uma experiência memorável. Eu era o único sujeito branco da banda, formada por caras como Milt Jackson, Jimmy Cobb e Miles Davis. Ali, eu tocava tanto guitarra quanto harmônica. Charlie Parker era um monstro – para mim, ele ainda é o patrão. Ele me colocou sob sua proteção por algumas semanas e isso é algo que eu jamais esquecerei”.
Depois disso o gaitista trabalharia ao lado de Quincy Jones, Bill Evans, Ella Fitzgerald, Stan Getz, Peggy Lee, Dinah Washington, Paul Quinichette, J. J. Johnson, Dizzy Gillespie e muitos mais. Sua associação mais constante foi com o pianista inglês George Shearing, em cujo quinteto permaneceu de 1952 até 1959, tendo feito um sem número de concertos e gravações. Com o pianista, Toots se apresentou Newport Jazz Festival, em 1958.
Em 1959, quando o grupo de Shearing era atração de um clube em Hamburgo, na Alemanha, um jovem inglês chamado John Lennon, cuja banda também fazia uma longa temporada na cidade, costumava, sempre que possível, assistir às apresentações do quinteto, apenas para apreciar a técnica apurada de Toots.
Lennon sempre levava seu amigo e companheiro de banda George Harrison a essas apresentações e, influenciado pela sonoridade do belga, comprou uma guitarra idêntica à que o ídolo usava, uma Rickenbacker 1958 modelo 325 Capri. A guitarra acompanharia Lennon ao longo dos anos – era o instrumento que ele usava quando os Beatles se apresentaram pela primeira vez em um programa de TV dos Estados Unidos, o Ed Sullivan Show, em fevereiro de 1964.
Após seu desligamento da banda de Shearing, Toots montou um grupo, com o qual se apresentava com freqüência no clube Basin Street East e Herbie Hancock, que futuramente seria um dos pianistas mais badalados do cenário jazzístico, fez parte de uma dessas formações. O gaitista integrou o hepteto do pianista Raymond Scott, onde também atuavam o baterista Elvin Jones, o baixista Milt Hinton, o guitarrista Kenny Burrell e o trompetista Harry “Sweets” Edison.
Embora tenha gravado como líder algumas faixas para a RCA-Victor, entre 1952 e 1953, seu primeiro álbum oficial veio ao mundo em 1955. Intitulado de “The Sound: The Amazing Toots Thielemans”, o disco, que saiu pela Columbia, conta com as participações do pianista Ray Bryant, do contrabaixista Wendell Marshall e do baterista Bill Clarke.
Ao longo de quase 70 anos de carreira, uma das mais longevas de toda a história do jazz, Toots gravaria dezenas de álbuns, para selos como Riverside, ABC, Concord, Doctor Jazz, Polygram, Pablo Denon, Sonet, EmArcy, Candid e muitos outros. Em seus álbuns, presenças de pesos pesados como Pepper Adams, Kenny Drew, Wilbur Ware, Art Taylor, Dick Hyman, George Arvanitas, Gene Bertoncini, Bucky Pizzarelli, Marc Johnson, Herbie Hancock, Joanne Brackeen, Cecil McBee, Shirley Horn, Svend Asmussen, Red Mitchell, Ed Thigpen Ray Drummond e Joe Pass, apenas para enumerar alguns.
Em 1962, Toots compôs seu maior sucesso, “Bluesette”, em cuja gravação original, o belga fez uso da guitarra, assoviando em uníssono. O gaitista fazia uma temporada em Bruxelas, com Stephane Grappelli, quando começou a improvisar um tema no camarim do teatro onde se apresentavam. O violinista gostou e pediu que ele transpusesse aquelas frases para a partitura. Toots seguiu o conselho do amigo e deu ao tema o nome de “Bluette”, uma flor típica da Bélgica.
Pouco tempo depois, ao apresentar a música em um concerto na Suécia, um produtor local sugeriu que mudasse o nome da composição para “Bluesette”, por causa de sua estrutura de blues. A canção é considerada um verdadeiro clássico do jazz e foi gravada por nomes como Lee Konitz, Bill Evans, Herb Alpert, Al Haig, Marian McPartland, Buddy Rich, Hank Jones, Ray Charles, Tito Puente, Pete Jolly, Milt Hinton, Herb Ellis e uma infinidade de outros.
Do ponto de vista profissional, Toots sempre manteve a agenda recheada de compromissos. Criou jingles publicitários para empresas como Firestone e Singer e para o desodorante Old Spice, participou de trilhas sonoras de filmes inesquecíveis, como “Midnight Cowboy” (“Perdidos na noite”, dirigido por John Schlesinger e estrelado por John Voight e Dustin Hoffman), “The Getaway” (“Os implacáveis”, com Steve McQueen e Ali McGraw, com direção de Sam Peckinpah), “The Yakuza” (dirigido por Sydney Pollack, com Robert Mitchum encabeçando o elenco) e Bagdad Café (cult movie dirigido por Percy Adlon).
Durante a década de 60, Thielemans foi apresentado à música brasileira pelo gaitista Maurício Einhorn, seu grande amigo, e apaixonou-se pelo que ouviu. Tocou com diversas figuras importantes da MPB, como Astrud Gilberto, Elis Regina e Sivuca. O gaitista também tocou na trilha do seriado infantil Vila Sésamo, grande sucesso televisivo dos anos 70, e atuou em disco de nomes importantes da música pop, como Paul Simon, Billy Joel, John Denver, James Taylor, Julian Lennon, Joni Mitchell, Carly Simon e muitos mais.
Uma das maiores atuações de Toots Thielemans está registrada no álbum “Big 6 At Montreux”, gravado ao vivo na noite de 16 de julho de 1975, durante o célebre festival de jazz suíço. Além do gaitista, a banda conta com os talentos superlativos do pianista Oscar Peterson, líder da sessão, do vibrafonista Milt Jackson, do guitarrista Joe Pass, do baixista Niels-Henning Orsted Pedersen e do baterista Louie Bellson.
Trata-se de uma jam session espetacular, na qual seis dos maiores músicos do jazz se divertem e se provocam o tempo inteiro. A empolgação contagia a platéia e a gravação é permeada de gritos e aplausos efusivos por parte da assistência. Para abrir o disco, nada melhor que uma composição de Parker, “Au Privave”, na qual Pass, Jackson e, sobretudo, Thielemans, brilham intensamente. Curioso perceber como as frases imortalizadas por Parker soam igualmente eletrizantes quando transpostas para a gaita. Os gritos de êxtase da platéia dão a medida da excelência do sexteto e Peterson, qual um maestro ensandecido, joga ainda mais combustível na sessão, com solos trepidantes e desafiadores.
“Here's That Rainy Day”, bela composição de Jimmy Van Heusen e Johnny Burke, ganha uma versão em tempo médio, com amplo destaque para o vibrafone sensual de Jackson. Em seguida, é a vez de Thielemans, que improvisa de maneira voluptuosa, exibindo uma técnica singular, onde se misturam influências do bebop, do blues e do jazz manouche. A impetuosa performance de Peterson, calcada em frases rápidas e um senso rítmico invulgar, merece todos os encômios, assim como o esplendoroso solo de Niels-Henning.
A versão lânguida e relaxada de “Poor Butterfly”, de autoria de John Golden e Raymond Hubbell, é executada em quase dezesseis minutos de pura magia. A sensualidade fugidia que Jackson extrai do seu vibrafone faz um belíssimo contraponto ao sopro luxuriante e intuitivo de Thielemans. Solos de grande conteúdo emocional, como os elaborados por Pass e por Peterson, mostram a força da individualidade em uma arte que, curiosamente, se constrói coletivamente.
O sexteto encerra o set com uma poderosa interpretação de “Reunion Blues”, de Milt Jackson. O autor do tema não perde a proverbial vitalidade, insuflando os companheiros com sua pegada viril e rica em texturas. A sonoridade polida de Thielemans contrasta com o timbre corrosivo imposto por Pass e o diálogo que os dois travam ao longo do tema é um dos momentos mais entusiásticos do disco. Bellson patrocina um solo arrasador e domina a cena durante quase quatro minutos de fúria percussiva. Um álbum espontâneo, alegre e despretensioso, que reúne estrelas de primeira grandeza, comprometidas apenas com o sacrossanto ofício de espalhar sons e alegrias pelo mundo e que dignifica o aspecto lúdico do jazz. Mais do que recomendável.
Em 1978, o belga, em parceria com Bill Evans, gravou o incensado “Affinity” (Warner). Os anos 80 marcam a associação de Thielemans com os então jovens jazzistas Paquito D’Rivera, Jaco Pastorius e Pat Metheny. Em 1984, participou do último disco de Billy Eckstine, “I Am A Singer” (Mastermix), com arranjos do pianista Angelo DiPippo.
Em 1981, um derrame o afastou dos palcos e estúdios por cerca de seis meses, mas ele deu a volta por cima e retomou a carreira. Uma pequena seqüela na mão esquerda o obrigou a usar menos a guitarra, e por conta disso a gaita passou a ser utilizada quase que exclusivamente. No final da década, montou uma banda onde atuavam o pianista Fred Hersch, o contrabaxista Marc Johnson e o baterista Joey Baron.
Toots tem uma verdadeira paixão pelo instrumento e justifica esse sentimento: “A gaita é um instrumento pequeno, por isso seu tom tem uma característica tão pessoal. Você sopra e o som se materialize a apenas duas polegadas de você, como se fosse uma parte do seu corpo. Ela é como um amigo íntimo, algo essencial, que faz parte de sua alma profundamente.”
Durante a década de 90, Toots gravou o excelente “The Brasil Project”, produzido por Oscar Castro Neves, cujo volume 1 foi lançado em 1992 e o volume 2 em 1993. Ali, o gaitista mergulha na obra de compositores brasileiros, como Edu Lobo, Ivan Lins, João Bosco e Dori Caymmi, e conta com as participações dos músicos citados e de outros mais, como Djavan, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Milton Nascimento.
O incansável Thielemans seguia, até poucos anos atrás, uma impressionante rotina de 250 apresentações por ano. Atualmente, ele diminuiu o ritmo para pouco mais de 100 concertos anuais. Foi uma das atrações da primeira edição do lendário Free Jazz Festival, em 1985 e em 2009 foi o grande nome do festival de jazz de Guaramiranga, no Ceará.
Em 1998, Toots lançou o álbum “Chez Toots” (Private Music), onde revisita clássicos do cancioneiro francês, ao lado de convidados mais do que especiais, como Diana Krall, Shirley Horn, Diane Reeves e Johnny Mathis. Ao longo das últimas décadas, participou de álbuns de Don Sebesky, Marc Jordan, Joe Lovano, Richard Galliano, Henri Salvador, Jane Monheit e Tony Bennet, entre uma infinidade de outros nomes importantes.
Em 2001 gravou para a Verve o elogiado “Toots Thielemans & Kenny Werner”. No ano de 2006 prestou uma belíssima homenagem ao compositor Harold Arlen, no disco “One More For The Road” (Verve), que conta com as participações de, entre outros, Lizz Wright, Madeleine Peyroux, Till Brönner e Laura Fygi.
Sua influência está presente no trabalho de nomes como o brasileiro Alex Rossi, o norte-americano Howard Levy e o holandês Jan Verway. É um dos mais queridos músicos de todos os tempos e tem recebido incontáveis homenagens, nos quatro cantos do planeta. Foi agraciado com o título de barão em seu país natal, pelo Rei Albert II, em 2001, e empresta seu nome a uma rua em Bruxelas.
Possui doutorados honorários na Université Libre de Bruxelles e na Vrije Universiteit Brussel, ambas na Bélgica. Em 2009 recebeu da o título de Jazz Masters, concedido pela National Endowment for the Arts, e o Amsterdam Concertgebouw Jazz Award. Na França, recebeu a prestigiosa comenda de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras e do governo brasileiro ganhou a comenda da Ordem do Rio Branco.
No dia 23 de janeiro de 2009, dividiu o palco com o guitarrista Philip Catherine, em um show comemorativo do centésimo ano de nascimento de Django Reinhardt. O eclético Thielemans acompanha o panorama musical da atualidade e ouve de tudo, dando especial atenção aos novos nomes do cenário jazzístico, como Dave Douglas, Eliane Elias, Jamie Cullum, Brad Mehldau ou Lionel Loueke. Só este ano, a agenda de Toots informa que ele está escalado para festivais importantes, como o de San Sebastian, na Espanha, e o North Sea, na Holanda. O segredo de tamanha vitalidade é a música. Segundo o veterano gaitista: “A música é a minha vitamina”.
Quincy Jones, seu amigo e parceiro de longa data e com quem trabalhou na trilha sonora do filme “The Pawnbroker” (produção de 1964, dirigida por Sidney Lumet e que no Brasil, recebeu o título de “O homem do prego”), fala um pouco sobre a importância de Thielemans: “Posso dizer, sem hesitar, que ele é um dos mais importantes músicos da nossa época. Com o seu instrumento, ele produziu alguns dos melhores momentos do jazz. Ele toca com o coração e consegue levar você às lágrimas. Não consigo contar as vezes em que trabalhamos juntos e em todas elas Toots conseguia me surpreender com algo novo.”
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