A FORÇA DO ESPÍRITO
Música e outras coisas

A FORÇA DO ESPÍRITO



Pat Martino surgiu para o jazz na década de 60, período em que a guitarra jazzística chegou à maturidade. Sem esquecer a contribuição de pioneiros como Charlie Christian, Eddie Lang, Freddy Green e Oscar Moore, foi somente naquela década que a guitarra alcançou um status comparável ao de instrumentos até então considerados mais “nobres”, como o piano, o trompete e o saxofone. E foi graças ao trabalho de gente como Barney Kessell, Grant Green, Joe Pass, Jimmy Raney, Tal Farlow, Jim Hall, Herb Ellis, Charlie Byrd e, sobretudo, Wes Montgomery, que essa tendência se consolidou, definitivamente.

Martino era então um jovem e promissor guitarrista, que tinha em Les Paul, Johnny Smith e no próprio Wes as suas maiores influências. Mas soube captar o espírito da época, encontrar a sua própria voz e desenvolver um estilo que, mais de cinqüenta anos depois de suas primeiras incursões como profissional, continua a encantar e surpreender os fãs do jazz pelo mundo. Para além de suas habilidades como músico, sobreleva dizer que sua vida pessoal traz a marca da superação e da tenacidade típicas dos grandes homens. Vamos conhecer um pouco mais sobre esse fabuloso guitarrista?

Pat Azzara nasceu em uma família de origem italiana, no dia 25 de agosto de 1944, em Filadélfia. O pai, Mickey Azzara, era alfaiate de profissão mas, amante do jazz, também gostava de cantar e tocar guitarra. Foi aluno do grande Eddie Lang, tendo transmitido ao filho a paixão pelo instrumento. Mickey costumava levar o pequeno Pat aos clubes da cidade, onde o garoto assistia, extasiado, às performances dos grandes nomes do jazz que ali se apresentavam.

O jovem Pat começou a tocar com onze anos, quando ganhou a sua primeira guitarra, tendo tomado as primeiras lições pelas mãos do guitarrista Dennis Sandole, uma lenda viva do cenário musical da Filadélfia, que também foi professor de gente como as James Moody, Rob Brown, Matthew Shipp e Michael Brecker e tocou com luminares como Tommy Dorsey, Charlie Barnet, Billie Holiday e Frank Sinatra.

Quando ainda era adolescente, Martino foi apresentado por Sandole a um jovem saxofonista local, chamado John Coltrane, um dos seu ex-alunos mais talentosos e que estava às vésperas de se tornar um gigante do jazz. Os dois passaram horas conversando sobre música, num bate-papo regado a muito chocolate quente. Decidido a seguir a carreira musical, o garoto deixou a escola, adotou o sobrenome Martino e começou a tocar profissionalmente. Tinha, então, apenas 15 anos.

Seu primeiro emprego foi na banda de Charles Earland, seu colega de escola. Em seguida, viriam trabalhos com Willis Jackson, Lloyd Price (onde teve a honra de tocar com o grande trombonista Slide Hampton) e Red Holloway. O guitarrista também teve uma participação ativa no cenário roqueiro da cidade natal, onde pontuavam futuros astros como Frankie Avalon e Bobby Darin. De qualquer forma, a cena jazzística da época era bastante instigante, pois além do próprio Coltrane, havia expoentes como Lee Morgan, os irmãos Heath (Jimmy, Albert e Percy), McCoy Tyner, Benny Golson, Cal Massey, Mickey Roker e muitos outros.

Não obstante, a cidade se tornou pequena para as pretensões de Martino, que decidiu se mudar para Nova Iorque no início dos anos 60. Ali, trabalhou, seguidamente, com alguns dos mais importantes organistas da época: Don Patterson, Jimmy Smith, Jack McDuff, Richard “Groove” Holmes e Jimmy McGriff. Em 1966, juntou-se ao saxofonista John Handy e, ao mesmo tempo, começou a liderar seus próprios conjuntos. A sua reputação era tamanha que antes de completar vinte e três anos já havia sido contratado pela Prestige para gravar um álbum como líder.

Nessa gravação, intitulada “El Hombre”, Martino desfia um enorme rol de influências, que vão do swing ao blues, do hard bop ao jazz de vanguarda, passando pela música caribenha, pelo soul e pela bossa nova. Secundado por músicos não muito conhecidos, como o organista Trudy Pitts, o flautista Danny Turner, o baterista Mitch Fine e os percussionistas Abdu Johnson e Vance Anderson, o guitarrista brilha em um set integrado por composições próprias, standards como “Just Friends” e até uma fabulosa versão de “O amor em paz”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes (“Once I Loved”, na tradução feita por Ray Gilbert).

O talento de Martino rendeu-lhe convites para tocar com alguns dos maiores nomes do jazz. Em sua alentada carreira, ele dividiria palcos e estúdios com músicos do quilate de Sonny Stitt, Gene Ammons, Bobby Hutcherson, Chick Corea, Stanley Clark, Eric Kloss, Woody Herman, Chuck Israels, Jimmy Heath, Joe Farrell, Cedar Walton, Cyrus Chestnut, Paul Chambers, Eric Alexander, Christian Mc Bride, Charlie Persip, Joe Lovano, Richard Davis, Ben Tucker, Lewis Nash, Gonzalo Rubalcaba e muitos outros. Além da Prestige, gravou exaustivamente para selos como Warner, Muse, Columbia, Savoy, Evidence, Sony, 32 Jazz, High Note, Milestone, Polydor, Concord, Fantasy, Atlantic e Blue Note.

Em 1968, instigado pela onda psicodélica que varria o mundo, gravou para a Prestige o álbum “Baiyina: The Clear Evidence”, onde mistura jazz e elementos da música oriental e do rock psicodélico. Dois anos depois, seria a vez de “Desperado”, também lançado pela Prestige, no qual usa instrumentos elétricos e aproxima-se do funk e do R&B. Na década de 70, continuou a explorar novos caminhos musicais, tendo criado o grupo “Joyous Lake”, direcionado ao fusion. Gravou álbuns tidos como experimentais, como “Footprints” (Savoy, 1972) e “Starbright” (Warner, 1976), onde se destacam suas interpretações para temas compostos por Wayne Shorter.

Em 1980, foi lhe foi dado o diagnóstico de um aneurisma cerebral e a única solução, segundo os médicos, seria uma delicada cirurgia. Martino submeteu-se à cirurgia e, embora esta tenha sido bem sucedida, o procedimento teve uma conseqüência devastadora: sua memória foi completamente apagada. O guitarrista não reconhecia seus pais, seus amigos e nem seus médicos. Havia, inclusive, desaprendido a tocar.

Graças ao apoio familiar e dos muitos amigos, como Les Paul e George Benson, Martino foi, pouco a pouco, reaprendendo a tocar. Ouvia seus próprios discos e tentava reproduzir o que escutava. Para ele, aqueles álbuns eram como “um velho amigo, uma experiência espiritual que permanecia bela e honesta”. Com a ajuda de um Macintosh Apple e de um programa chamado MusicWork, o guitarrista conseguiu desenvolver suas habilidades escondidas nos labirintos da memória e voltou a tocar com a destreza e a desenvoltura de outrora.

Em 1984 já estava pronto para voltar aos palcos e seu retorno ocorreu de maneira paulatina. Alguns concertos aqui, alguns shows acolá, até que, finalmente, lançou “The Return”, em 1987, pela Muse. O álbum foi gravado na companhia do baixista Steve LaSpina e do baterista Joey Baron e celebra essa extraordinária vitória da perseverança sobre a adversidade. Posteriormente, a carreira foi novamente entrando nos eixos e voltando à normalidade.

Além de exímio instrumentista, Martino também é compositor e educador musical. Costuma ministrar cursos e oficinas em instituições norte-americanas de prestígio, como North Texas State University, Berklee College, University of Washington School of Music, Skidmore College, Pennsylvania University, Stanford University, Washington University, Wisconsin Conservatory of Music, Musictech College e University of Maryland, entre muitos outros. Além dos cursos nos Estados Unidos, costuma ministrar seus cursos em outros países, já tendo dado aulas em lugares como o Teatro Rasi, em Ravena, na Itália, o Centre Culturel, em D’Athis Mons, França e o Conservatory of Amsterdam, na Holanda.

Martino foi obrigado a interromper a carreira outras vezes. Entre 1988 e 1990, por conta da doença dos pais, ficou ao lado destes, dando-lhes assistência e cuidados. A mãe faleceu em 1989 e o pai, seu grande incentivador, no ano seguinte. O guitarrista entrou em uma profunda depressão, mas conseguiu se refazer psicologicamente e voltou a trabalhar em 1991. Em 1999 uma grave pneumonia o deixou fora de combate por vários meses. Ele chegou a pesar 43 quilos e ficou tão debilitado que os médicos chegaram a pensar em um transplante de pulmão. Felizmente, Pat se recuperou e voltou à ativa, com a mesma garra e entrega de sempre.

Amigo de roqueiros como Jerry Garcia, do Grateful Dead, e Pete Townsend, do The Who, Martino chegou a incluir composições da cantora canadense Joni Mitchell em seus álbuns (como, por exemplo, “Both Sides Now”, gravada no disco “Consciousness”, Muse, 1974). Em 1995 fez uma longa turnê mundial, que resultou no documentário “Open Road”, onde ele narra os percalços na vida pessoal e profissional. No mesmo ano, estrelou o vídeo educacional “Creative Force”, em dois volumes, no qual ensina alguns dos segredos de sua técnica refinada.

Demonstrando não ter qualquer preconceito musical, ele convidou alguns dos mais talentosos guitarristas da nova geração, como Charlie Hunter, Tuck Andress, Kevin Eubanks, Mike Stern e o ultravirtuose Joe Satriani, além do veteraníssimo Les Paul,para participar do seu disco “All Sides Now” (Blue Note, 1997). O ecletismo de Martino pode ser medido por sua discoteca, onde cabem ícones pop como Sting e Earth, Wind, and Fire, mas também músicos eruditos como Bach, Mozart, Stravinski e os experimentais Krizysztof Penderecki e Karlheinz Stockhausen.

Sua associação com a Blue Note, iniciada em 1997, já rendeu diversos e elogiados álbuns, como “Stone Blue” e “Fire Dance” (ambos de 1998), “Live At Yoshi's” (gravado em 2001 e indicado aos prêmios Grammy de melhor álbum de jazz instrumental e melhor solo instrumental de 2002) e “Think Tank” (de 2003 e indicado aos prêmios Grammy de melhor álbum de jazz instrumental e melhor solo instrumental daquele mesmo ano).

Na célebre gravadora de Alfred Lion, Martino conseguiu realizar um sonho: prestar uma homenagem ao ídolo Wes Montgomery. O álbum “Remember: A Tribute to Wes Montgomery” foi gravado para entre setembro e outubro de 2005 e lançado no ano seguinte. Acompanhando o guitarrista estão o pianista David Kikoski, o baixista John Patitucci, o baterista Scott Allan Robinson e o percussionista Daniel Sadownick.

“Four on Six” foi a faixa escolhida para abrir a sessão. Composta por Montgomery, é um verdadeiro standard do jazz, com uma pegada nervosa e muito swing. Martino mostra logo a que veio, adotando um fraseado empolgante, usando notas rápidas e sem intervalos, que encheria de orgulho o seu ilustre predecessor. Kikoski é um pianista de enormes recursos técnicos e sua abordagem intensa e calorosa casa à perfeição com o estilo vigoroso do líder. Destaque também para o baterista Robinson, cuja execução é das mais contagiantes.

O pianista Carl Perkins é um dos muitos underrateds do jazz. Músico brilhante mas de temperamento instável, morreu muito cedo, por causa do envolvimento com entorpecentes. Todavia, legou à posteridade um verdadeiro hino: “Groove Yard”, um dos temas mais caros do repertório de Wes. Com um groove infeccioso e uma levada que mescla a aspereza do blues com a sinuosidade do bebop, sua execução é sempre desafiadora. Felizmente, Martino está mais que à altura da missão e seu toque congrega destreza, criatividade e muita inspiração. O piano bluesy de Kikoski e seus solos muito bem concebidos são uma atração à parte.

Outro clássico de autoria de Montgomery, “Full House” recebe uma empolgante versão, na qual a guitarra e o piano se desafiam reciprocamente e dialogam de maneira formidável. A abordagem de Kikoski é contemporânea, quase cerebral, lembrando pianistas como Chick Corea ou Herbie Hancock, enquanto Martino opta por uma interpretação mais ortodoxa, próxima ao mainstream. Merece audição detida a percussão de Sadownick, discreta, mas capaz de dar um molho especial ao tema.

Milt Jackson comparece com duas composições: “Heartstrings” e “S. K. J”. Dois blues, sendo o primeiro mais pesado e o segundo levemente temperado com elementos do hard bop. Em ambos, a atuação de Martino é impecável, com absoluto domínio de todas as nuances harmônico-melódicas. Seus solos são um primoroso exercício de improvisação e inventividade. “S. K. J” representa também o grande momento do solista Patitucci, que até então mantinha-se numa sóbria posição de suporte rítmico.

Apesar dos nomes, “Twisted Blues” e “West Coast Blues” são temas muito mais ligados, respectivamente, à tradição bop e ao soul-jazz que propriamente ao blues. Ambas são da lavra de Montgomery, sendo a primeira mais colorida e vibrante, mas nas duas há que se registrar o excepcional trabalho de Kikoski – sobretudo na segunda, onde brilha em um solo impecável – e de Sadownick. As notas que saem da guitarra de Martino são fluidas e cristalinas, mesclando ousadia e um prodigioso senso harmônico. Na segunda, a atmosfera lembra os célebres “organ trios”, que pontuaram a década de 60, como os de Grant Green e do próprio Wes. A abordagem do líder é volátil, incendiando o ouvinte com muito groove e entusiasmo.

Última composição de Montgomery incluída no álbum, a sincopada “Road Song” flerta, discretamente, com os ritmos latinos e com a bossa nova, mas também inclui elementos de R&B. A sessão rítmica é das mais seguras, reservando o maior espaço possível para as complexas harmonias criadas pelo líder. Estilista brilhante, Martino recria o tema com muita cadência e lucidez. A sonoridade nítida de sua guitarra realça ainda mais a criatividade feroz que transborda dos seus solos, sempre intrigantes e bem articulados.

Não poderia faltar um standard e o escolhido foi a delicada “If I Should Lose You”. Composta em 1935 por Leo Robin e Ralph Rainger, a balada era uma das preferidas de Charlie Parker e já havia sido gravada por Martino em seu álbum “We'll Be Together Again”. Na hipnótica versão do quinteto, muita elegância e sobriedade, com a execução centrada na força da melodia, sem muito espaço para solos ou arabescos sonoros. A emotividade contida do guitarrista contagia o ouvinte exatamente pelo que sugere e sua execução segue a máxima de Miles Davis de que “menos é mais”.

Para fechar o álbum, uma composição do baixista Sam Jones e que Wes adotou como sua: “Unit 7”. Tocada em tempo ultra rápido, a exuberância e o dinamismo do quinteto impressionam. O contraponto entre as abordagens de Martino e de Kikkoski mais uma vez se sobressai. É como se os dois falassem dialetos distintos, mas que se originaram da mesma língua mãe e que conseguem dialogar com a mais absoluta naturalidade. Onde quer que esteja, Wes deve ter ficado bastante comovido com esta belíssima homenagem!

Pat Martino continua a ser uma das mais importantes referências da guitarra jazzística e a influenciar gerações de jovens – ou não tão jovens – guitarristas, como Bill Friesell, John Abercrombie, John Scofield, Kurt Rosenwinkel, Mike Stern e muitos outros. Casado com a japonesa Ayako Asahi, o guitarrista vive entre Filadélfia e Nova Iorque e traz sempre consigo a sua Gibson Pat Martino, feita especialmente para ele pela afamada fábrica de instrumentos musicais. Extremamente espiritualizado, Martino é um apaixonado pela cultura japonesa e costuma ler a Bíblia, o I-Ching, o Alcorão e a Cabala e costuma dizer que, dessa maneira, consegue compreender melhor a si próprio e aos outros.

Dentre os inúmeros prêmios e homenagens, teve a edição de 1995 do “Mellon Jazz Festival” dedicada a ele e foi eleito guitarrista do ano de 2004, pela Downbeat Magazine, na votação do público. É professor convidado da University of the Arts, na Filadélfia, e é presença constante em festivais pelo mundo. Segundo ele, mais importante que o instrumento, são as pessoas que ele pôde conhecer por intermédio da música. Em suas palavras: “A guitarra não tem tanta importância para mim. As pessoas que ela traz até a mim é que importam. É por causa delas que eu sou extremamente grato. A guitarra é apenas um artefato”.

Essa atitude zen em relação à vida pode ser sintetizada em outra frase do guitarrista: “Cheguei a um ponto em que não busco mais um pedestal, mas sim um solo firme para caminhar. A coisa mais importante que eu descobri na vida foi o dia de amanhã. Poder acordar sob a luz do sol. Encarar com naturalidade as coisas que acontecem com você. Não ter expectativas”. Palavras sábias de quem já viveu tudo e sabe que a vida é bela.

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