QUANDO O APITO DA FÁBRICA DE TECIDOS...
Música e outras coisas

QUANDO O APITO DA FÁBRICA DE TECIDOS...






A música brasileira deve muito à Fábrica de Tecidos Bangu, também conhecida como Tecelagem Bangu. Fundada em 1889 no famoso subúrbio do Rio de Janeiro, a fábrica tinha o pomposo nome de Companhia Progresso Industrial do Brasil. A imponente chaminé de quase 60 metros de altura podia ser vista mesmo a grande distância e após a sua instalação, Bangu tornou-se um movimentado bairro, com estação de trem, escolas (uma delas construída pela própria fábrica), hospitais, igrejas e até um clube de futebol, o Bangu Atlético Clube.

A tecelagem foi construída em padrão inglês, com a fachada dos prédios exibindo aqueles charmosos tijolinhos da Terra da Rainha. Ao redor dela, foi uma vila operária, cujas casas também possuíam as fachadas com tijolinhos. A fábrica possuía creche para os filhos das operárias e um moderno ambulatório, onde eram prestados os primeiros socorros em caso de acidente. Também possuía jardins no estilo europeu e lagos artificiais. As trocas de turno eram anunciadas por uma poderosa sirene, que podia ser ouvida a quilômetros.

O cantor Mário Reis, por exemplo, era filho de um dos maiores acionistas da empresa e jamais teve os problemas financeiros que afligiam a grande maioria de seus colegas músicos. Contemporâneo de Mário, o genial Noel Rosa se inspirou no estridente apito da fábrica de Bangu para criar a imortal “Três apitos”. Como se não bastasse, a indústria ainda possuía uma afamada orquestra, integrada por operários e por moradores do bairro.

Pois foi ouvindo, e depois integrando, essa orquestra que um dos nossos mais formidáveis músicos iniciou a sua longa e riquíssima carreira musical. Nascido no dia 23 de agosto de 1934 e batizado com o nome de João José Pereira de Souza, ele foi criado nas ruas de Bangu, apesar de ter vindo ao mundo no bairro do Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O primeiro instrumento a que se dedicou, ainda na infância, foi o pandeiro.

O pai era pastor presbiteriano e costumava levar o garoto aos cultos da sua igreja, via de regra, animados por um conjunto musical integrado por alguns fiéis. Ali, o pequeno João aprendeu os rudimentos da flauta, do trompete, do saxofone e da tuba, instrumento que tocava na orquestra da Tecelagem Bangu. Ele tinha 16 anos e era considerado um verdadeiro prodígio do instrumento, mas ingressou na fábrica primeiramente como tecelão, juntando-se à orquestra poucos meses depois.

Apesar da habilidade do jovem, a tuba era um instrumento pesado e bastante incômodo. Por esse motivo, nosso herói mudou para o trombone de válvulas e, logo em seguida, para o trombone de vara, instrumento que o acompanharia pelo mundo afora. Dono de um talento quase sobrenatural, João era um freqüentador assíduo do programa de calouros de Ary Barroso, que lhe deu o nome artístico: Raul de Souza.

O veterano compositor e apresentador dizia que João José não era nome de trombonista e como já havia um outro Raul no pedaço (o lendário Raul de Barros), Souza passou a ser conhecido no meio musical como Raulzinho. Começou a atuar profissionalmente nas gafieiras cariocas na primeira metade dos anos 50 e logo em 1957 foi eleito “Músico do Ano”, juntamente com o saxofonista Case, em eleição feita pelo crítico Paulo Santos em seu programa de jazz na Rádio MEC, do Rio de Janeiro. Até então, já havia acompanhado figuras de peso, como Elizeth Cardoso, Altamiro Carrilho e Agostinho dos Santos.

Apesar do prestígio, as incertezas da vida musical o impulsionaram para a vida militar e ele se alistou na Aeronáutica. Destacado para Curitiba, foi integrante da banda da Base Aérea do Bacacheri. Na capital paranaense, além de fazer muitos amigos, como o jovem jornalista Roberto Muggiati, o escritor Dalton Trevisan e o futuro cineasta Sylvio Back, Raul protagonizou um episódio dos mais insólitos.

Muggiti conta que certa noite, após uma apresentação na Boate Tropical, Raul, com o inseparável trombone a tiracolo, resolveu parar às margens de um lago no Passeio Público para pensar na vida. Ali havia alguns pedalinhos e o músico entrou em um deles, indo parar no meio do lago. Começou, então, a tocar o seu instrumento e um búfalo que estava na margem do lago ouviu aquele som e se aproximou.

O animal chegou bem perto do pedalinho e ficou ali, inebriado, com aquela serenata inesperada. Por volta das seis da manhã, Raul terminou o concerto e voltou para casa. Antes, encostou em um bar, onde os boêmios da cidade costumavam amanhecer, e anunciou à perplexa assistência: “Hoje encontrei o meu melhor amigo: um búfalo”. É claro que ninguém levou a sério a história e todo mundo pensou que Raul tivesse tomado umas duas a mais!

Dispensado da aeronáutica em 1963, o trombonista passou um período em São Paulo, tocando em bares e casas noturnas como o Juão Sebastião Bar e a Baiúca. No ano seguinte, voltou ao Rio de Janeiro e logo estava tocando nos grupos dos pianistas Luiz Carlos Vinhas e Sergio Mendes. Com este último, fez as suas primeiras viagens aos Estados Unidos e Europa.

Para complementar o orçamento, Raul também fazia parte da Orquestra Carioca, ligada à tradicional Rádio Mayrink Veiga e onde também atuavam o alagoano Hermeto Pascoal e o gaúcho Radamés Gnattali, este responsável pelos arranjos da orquestra. Em 1965, gravou o primeiro álbum como líder, “À vontade mesmo”, para a RCA-Victor.

Raul era um dos mais assíduos freqüentadores das jam sessions que aconteciam no famoso Beco das Garrafas, em Copacabana. Em boates como Bottles, Little Club e Bacarat, músicos do gabarito de Tenório Júnior, Milton Banana, Antônio Adolfo, Otávio Bailey, Edison Machado, Paulo Moura, Dom Salvador, Durval Ferreira, Sérgio Barrozo, Robertinho Silva, Otávio Bailey, Dom Um Romão, Luiz Eça, Chico Batera, Edson Maciel, Sérgio Mendes, Aurino Ferreira, Hélcio Milito, J. T. Meireles e outros, criavam o poderoso samba-jazz.

O panorama musical brasileiro começa a mudar à medida em que a ditadura militar instaurada em 1964 endurece e começa a perseguir qualquer um que ousasse criticar o regime. Além disso, com a chegada de compositores que também eram cantores, como Gilberto Gil, Chico Buarque, Edu Lobo, Caetano Veloso, Sidney Muller e outros mais, a música instrumental foi ficando sem espaço na mídia, nas gravadoras e até mesmo nas casas noturnas, seu mais tradicional reduto.

Ainda assim, Raul se mantém em atividade regular no país. Toca com Milton Nascimento e em 1966 faz a sua segunda viagem à Europa, acompanhando o pianista Luís Carlos Vinhas. Raul permaneceu em Paris por quase um ano, trabalhando na boate Elephant Blanc e no célebre clube Blue Note, em Paris. Uma noite, ninguém menos que Kenny Clarke, um dos pais da bateria do bebop, apareceu para assistir à apresentação do trombonista, se empolgou e acabou dando uma canja. Souza também trabalhou algum tempo na orquestra do o Cassino de Monte Carlo, no luxuoso principado europeu.

No ano seguinte, já de volta ao Brasil, Raul ingressa no RC-7, banda que acompanha Roberto Carlos, o artista mais bem pago do país, e faz uma ponta no filme “Roberto Carlos em ritmo de aventura”. O trombonista ainda gravaria mais um disco no Brasil, em 1969, à frente do grupo instrumental Impacto 8 (“International Hot”, selo Equipe, com participações de, entre outros, Oberdan Magalhães e Robertinho Silva) mas o reconhecimento foi pífio.

Após passar algum tempo na banda de Gilberto Gil, Raul decide fazer as malas e se mudar para o México naquele mesmo ano, passando cerca de três anos em Acapulco. Em 1972, ele resolve tentar a sorte nos Estados Unidos e se estabelece em Los Angeles. Com a ajuda de músicos brasileiros ali residentes, como Sérgio Mendes, Flora Purim e Airto Moreira, o trombonista vai, pouco a pouco, conquistando o seu espaço no concorrido mercado norte-americano.

Não demorou a ficar amigo do também trombonista Frank Rosolino e em pouco tempo estava tocando e gravando com a nata dos músicos de jazz. Figuras do calibre de Sonny Rollins, Freddie Hubbard, George Duke, Lionel Hampton, Hubert Laws, Sarah Vaughan, Stanley Clarke, Ron Carter, Cal Tjader, Chick Corea, Jimmy Smith e incontáveis outros.

Raul participou das gravações do álbum “Casa Forte”, de Flora Purim e de “Identity”, de Airto, que tinha como convidados especiais os craques Egberto Gismonti, Herbie Hancock e Wayne Shorter. Por intermédio de Airto, Raul conheceu e se tornou amigo de feras como Richard Davis, Jack DeJohnette, Cannonball Adderley e J. J. Johnson, seu ídolo desde os tempos do Beco das Garrafas. Os quatro participariam do primeiro álbum norte-americano de Raul, “Colors” (Milestone, 1974), que teve produção do próprio Airto.

O sucesso do álbum abriu-lhe as portas para o circuito de festivais internacionais de jazz, tendo participado de alguns dos mais tradicionais deles, como os de Montreux e Monterey. Em 1976 Raul assinou com a Capitol Records e seus dois primeiros álbuns pela nova casa, “Sweet Lucy” e “Don't Ask My Neighbors”, contaram com a produção do pianista George Duke.

Raul passou algum tempo em Boston estudando na afamada Berklee School of Music, mas não se demorou por lá, voltando a residir em Los Angeles poucos meses depois. Em 1978, ele foi uma das atrações do Festival de Jazz de São Paulo, apresentando-se em duo com seu amigo Frank Rosolino.

No álbum seguinte, Duke foi substituído por Arthur Wright e o resultado, “Til Tomorrow Comes” (1979), foi decepcionante. Tentando pegar carona na onda Disco que varria o planeta, Raul abandonou completamente o jazz. Ainda assim, o disco foi um fiasco de vendas e acarretou o seu desligamento da Capitol. Sem emprego e com poucas perspectivas nos Estados Unidos, Raul, que já havia sido eleito pela New York City Jazz Magazine um dos cinco melhores trombonistas do jazz de todos os tempos, decidiu voltar para o Brasil no início dos anos 80.

Dividindo-se entre o Rio de Janeiro e São Paulo, Raul chegou a gravar alguns discos, como “Viva Volta” (produção independente de 1986, bancada pelo empresário Romualdo Zanoni, que criou  próprio selo “Inverno e Verão”, para lançar por ele espetáculos gravados ao vivo em suas casas noturnas, incluindo aí craques como Zimbo Trio, Dick Farney e Titi Madi) e “A Arte do Espetáculo” (RGE, 1992), mas a repercussão foi praticamente nula. Raul também atuou em gravações de nomes como Gilberto Gil, Toninho Horta, Djavan, Maria Bethânia, Lisa Ono, Taiguara, João Donato e Tom Jobim.

Somente em 1998 é que consegue chamar alguma atenção para o seu trabalho como líder, ao lançar o disco “Rio” (Mix House / Eldorado), em parceria com o trombonista norte-americano Conrad Herwig. O trabalho da dupla foi comparado pela crítica especializada ao de outra famosa dupla de trombonistas: J. J. Johnson e Kai Winding. Naquele mesmo ano, Raul decide se mudar para a Europa, estabelecendo-se em Paris.

Desde então, Souza tem se mantido em intensa atividade, passando pelo menos seis meses por ano em nosso país. Além das realizações musicais propriamente ditas, Raul também pode se orgulhar de haver inventado um instrumento singular, o Souzabone, um trombone eletrificado e composto por quatro válvulas, uma a mais que o tradicional trombone valvulado.

Ele compôs, juntamente com o pianista Guilherme Vergueiro, a trilha sonora do documentário “Lost Zweig”, de 2002, com direção de Sílvio Back e foi o grande homenageado do Chivas Jazz Festival, em 2004. No ano seguinte, retornou ao Brasil para lançar o álbum “Elixir”, gravado com o seu quarteto em 2004 e lançado aqui pela Tratore, e para participar do lançamento do documentário “Viva Volta”, dirigido pela cineasta Heloísa Passos, que recria a trajetória pessoal e artística de Raul.

O ano de 2006 marca a reunião do trombonista com a gravadora Biscoito Fino e o primeiro fruto dessa parceria pode ser ouvido no CD “Jazzmin”, eleito Melhor Cd Instrumental do Ano de 2007 pela revista “Jazz +”. Dois anos depois, viria ao mundo, pela mesma gravadora, o excepcional “Bossa Eterna”. As gravações foram feitas ao longo do mês de março de 2008, no Rio de Janeiro e o disco surgiu da necessidade de Raul “mostrar como se toca o samba para a rapaziada jovem, para a garotada depois poder improvisar do seu jeito”.

À frente de um quarteto de peso, com João Donato no piano, Luz Alves no contrabaixo e Robertinho Silva na bateria, o trombonista exibe o seu estilo crepitante e cheio de energia. A primeira faixa, “Bossa Eterna”, composição de sua autoria, é um animado samba jazz, altamente dançante, temperado com inflexões tipicamente jazzísticas, mas sem abrir mão da sonoridade vibrante das gafieiras. Robertinho Silva é um monstro e sua percussão, repleta de alternâncias rítmicas, empresta um colorido todo especial ao tema.

A seguir, vem a sincopada “Só por Amor”, parceria das menos conhecidas de Vinícius de Moraes e Baden Powell. A sonoridade de Raul é encorpada, cheia de vibrato e seus graves são repletos de modulações. Robertinho, mais uma vez, realiza um trabalho impecável, agora usando a famosa técnica do samba no prato, popularizada pelo grande Edison Machado.

“Fim de Sonho” é uma típica composição de João Donato. Levada de bossa nova com pitadas de jazz, bolero e ritmos afro-caribenhos, e uma pujança rítmica contagiante. O sopro líder é uma mistura de malandragem e técnica apurada e o contraste entre a abordagem mais solta de Raul e as refinadas harmonias de Donato são capazes de enfeitiçar o mais cético dos ouvidos.

O clássico pré-bossa nova “Balanço Zona Sul”, de Tito Madi, recebe um arranjo alegre, bastante assentado no samba de gafieira, mas com elementos, aqui e ali, do jazz, especialmente nos improvisos. A verve de Raul é sempre espontânea e seus acordes elásticos são a prova mais incontestável de que há mais pontos de contato entre as antigas gafieiras da Praça Tiradentes e os clubes da Rua 52 do que ouvinte menos atento pode captar.

Raul presta uma bela homenagem ao seu parceiro João Donato e constrói um tema bastante fiel ao estilo do pianista em “A La Donato”. É uma bossa nova turbinada, com direito a solos imprevisíveis por parte de Raul, que aqui manuseia o seu Souzabone com uma competência absurda, e de Donato. Este, por sua vez, retribui a gentileza com a ensolarada “Malandro”, samba jazz dolente e ritmado, onde brilha a levada segura de Luiz Alves e o sopro opulento de Souza.

A estonteante “Nuvens” é um dos temas mais belos da música instrumental brasileira. Composta por Durval Ferreira e Maurício Einhorn, já foi gravada por luminares do jazz como Cannonball Adderley e Paquito D’Rivera. A versão do álbum figura, sem nenhuma dúvida, entre as mais belas já realizadas em qualquer época, com a adição da gaita sublime de Einhorn. O diálogo entre o gaitista e o trombonista é enternecedor e, durante os pouco mais de cinco minutos da faixa, o ouvinte é transportado para um universo mágico de beleza e encantamento.

“Lugar comum” é uma parceria de Donato e Gilberto Gil. Canção praieira e de melodia simples, ela ganha uma nova dimensão harmônica pelas mãos do quarteto. Raul apresenta mais um tema de sua autoria, “Pingo d’água”, com sua introdução que flerta com as dissonâncias do free jazz, em um diálogo com Robertinho Silva que lembra as investigações de John Coltrane e Rashied Ali no experimental “Interstellar Spaces” (Impulse, 1967). O tema propriamente dito navega pelas águas caudalosas do samba jazz, com destaque para a percussão infecciosa de Robertinho e para as mirabolantes acrobacias do imprevisível Raul, mais uma vez a bordo do Souzabone.

A faixa de encerramento é “Bonita”, de Tom Jobim. O título da canção diz tudo sobre sua melodia e suas harmonias. Mais ainda sobre a execução impecável do quarteto. O lirismo jobiniano se mantém intacto, mesmo com um andamento pouco mais acelerado que o habitual, graças, sobretudo, ao dedilhado delicado e sereno de Donato. Robertinho Silva explora com argúcia o parentesco entre a bossa nova e o samba tradicional, enquanto Raul tece uma equilibrada teia melódica, na qual convivem de modo fraterno a sofisticação harmônica do jazz e a jovialidade do nosso samba.

Sobre o disco, o crítico Roberto Muggiati escreveu: “Impossível rotular sua música. Samba? Choro? Jazz? Talvez um samba mitológico, dentro da sua cabeça (como aquele dentro da cabeça de João Gilberto), uma espécie de jazzfieira, ele que gravou pela primeira vez com Altamiro Carrilho e a Turma da Gafieira. Ou, atando as duas pontas da sua carreira fonográfica, e incorporando o verdadeiro achado que é o título de seu último CD — e da sua composição que abre o disco — a ‘Bossa Eterna’ de Raul de Souza”.

Casado com a francesa Yolaine, Raul se divide entre a França e o Brasil. Em 2008, participou do Amazonas Jazz Festival e da Virada Cultural de São Paulo, além de ter excursionado pelo país com turnê Circular BR, comemorativa aos seus 55 anos de carreira, acompanhado pelo trio do gaitista Gabriel Grossi. Outro encontro marcante foi o concerto realizado em abril de 2009, ao lado da Orquestra Jovem Tom Jobim, no Memorial da América Latina, em São Paulo, tendo Raul e o saxofonista Hector Costita como solistas convidados, sob a regência de Roberto Sion.

A vontade de desbravar novos caminhos e de levar a sua música aos quatro cantos do mundo levou Raul a aceitar o convite para se apresentar, em 2006, festivais de jazz como o da Ilha da Reunião, nos confins do Oceano Índico, no PopKomm Musik Festival, em Berlin, no Cartaghe Jazz Festival e no Tabarka Jazz, ambos na Tunísia, e no Ete Jazz Festival, em Genebra. A seu lado, os jovens músicos curitibanos Jeff Sabagg no piano, Glauco Solter no contrabaixo, Endrigo Bettega na bateria e Mario Conde na guitarra, que o haviam acompanhado nas gravações de “Jazzmin”.

Raul reconhece que o panorama musical do país é menos hostil à música instrumental do que há alguns anos atrás. Em sua opinião: “O cenário melhorou no Brasil, mas ainda há muito a melhorar. Precisamos descobrir gente nova. O músico brasileiro é diferente. Aqui, nossa música é feita em compasso 2/4, lá, a deles é em 4/4. A gente consegue se virar na deles, mas eles não conseguem tocar bem a nossa”.


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