Béla Viktor János Bartók é um dos homens que faz com que o século XX tenha valido a pena. Nascido em 25 de março de 1881, na cidade de Nagyszentmiklos, então pertencente à Hungria, desde muito cedo demonstrou especial aptidão para a música. Aos cinco anos já recebia as primeiras aulas de piano, sob a generosa supervisão da mãe. Em 1894, a morte do pai, diretor de uma escola de agronomia, obrigou o garoto e a mãe a se mudarem para Pozsony, um importante pólo cultural da época.
Ali estudou teoria musical com Ladislas Erkel, que o apresentou à obra dos grandes compositores europeus, em especial Mozart, Bach, Wagner, Liszt e Brahms. Em 1898 ingressou na prestigiosa Academia Real de Música de Budapeste. Na academia, uma das mais conceituadas da Europa, o convívio com músicos de outros países e a descoberta da obra de Debussy modificaram a compreensão musical do compositor. Após um período na França, Bartók decidiu se debruçar sobre as canções folclóricas húngaras, tarefa empreendida na companhia do amigo Zoltan Kodaly, também compositor.
A publicação das obras colecionadas pela dupla mereceu enormes elogios por parte da crítica européia. Animado com o resultado de suas pesquisas, Bartók passou a se interessar pela música popular de países como Romênia, Bulgária, Egito e Turquia. Suas composições mesclavam elementos dessas culturas e paradigmas caros à tradição européia, resultando em uma obra absolutamente original. Passou a ser um dos mais badalados compositores do primeiro terço do século XX e, nessa condição, fez a sua primeira viagem aos Estados Unidos, em 1924.
Ali, descobriu uma nova forma de expressão musical, completamente diferente de tudo o que ouvira até então e que combinava a riqueza rítmica da música africana com a instrumentação típica da música erudita e acrescida de uma dose peculiar de balanço – chamado swing. Bartók encantou-se pelo jazz e tornou-se um entusiasta do estilo. Não é por outra razão que foi uma das poucas vozes a se levantar contra a visão preconceituosa que grassava na “alta cultura”, que via o jazz como uma forma musical bárbara e pouco sofisticada.
Em 1936, o ministro da Educação Popular e Propaganda Nazista, Joseph Goebbels, organizou em Berlin uma exposição intitulada “Música degenerada”, onde constavam obras de Igor Stravinsky, Arnold Schönberg e Darius Milhaud. O corajoso Bartók, sem hesitar um único instante, escreveu uma carta ao tenebroso ministro, pedindo-lhe que incluísse o seu nome entre os artistas que o nazismo considerava degenerados. Bartók era um ferrenho defensor da liberdade e um adversário implacável de toda e qualquer forma de preconceito. Preocupado com a perseguição aos judeus na Alemanha, em 1938 converteu-se ao judaísmo, como forma de demonstrar sua solidariedade àquele povo, tão covardemente perseguido.
Após a eclosão da II Guerra Mundial, o compositor resolveu se fixar, de maneira definitiva, nos Estados Unidos. Ali, entre muitas outras honrarias, recebeu o título de Doutor Honorário, concedido pela Universidade de Columbia. Certa feita, recebeu do clarinetista Benny Goodman, um pedido para que compusesse um tema para clarinete. Conta-se que, ao receber a partitura com os três movimentos da peça, Goodman teria comentado com o autor: “Vou precisar de três mãos para tocar isso, senhor Bartók. É a coisa mais difícil que já vi em toda a minha vida”.
Gravada pela Columbia, “Contrasts For Violin, Clarinet And Piano” se tornou um dos pontos altos da carreira fonográfica de Goodman, que ainda teve a honra de contar, na gravação, com as presenças do violinista Joseph Szigeti e do próprio Bartók no piano. O compositor faleceu no dia 26 de setembro de 1945, em decorrência da leucemia, mas seu amor pelo jazz jamais arrefeceu. E um grande músico de jazz, também compositor de grandes recursos, teve a honra de ser comparado ao mestre húngaro, merecendo inclusive o título de “Bartók do trompete”. Seu nome: Thad Jones.
Thaddeus Joseph Jones pertence a uma das mais ilustres linhagens de jazzistas de todos os temps. Irmão do pianista Hank e do baterista Elvin Jones, Thad nasceu no dia 28 de março de 1923 em Pontiac, no Michigan, para onde a família, originária do Mississipi, havia migrado em busca de melhores condições de vida. O pai era operário da General Motors e diácono de uma igreja batista, daí o contato dos jovens Jones com o gospel e os spirituals.
Não obstante, os Jones eram proibidos de tocar jazz em casa, pois o pai associava a música a maléfica influência de Satanás. Ali, portanto, somente música religiosa ou erudita, executada ao piano pelos irmãos mais velhos Hank e Olive, uma talentosa pianista que faleceria na adolescência e cuja perda seria bastante traumática para toda a família. O jazz era ouvido de maneira quase clandestina e as interpretações de Louis Armstrong que chegavam pelas ondas do rádio despertaram no pequeno Thad o desejo de se tornar trompetista.
Apesar da oposição paterna, o autodidata Thad começou a aprender trompete ainda na infância, em um instrumento de segunda mão que lhe foi presenteado pelo tio William. Com muita determinação e seriedade, o garoto logo se revelou um exímio trompetista e com inacreditáveis 13 anos elaborou o seu primeiro arranjo. Aliás, composição e arranjo sempre foram aspectos dos mais relevantes em sua futura carreira profissional, embora tenha sido um intérprete de primeira grandeza. O insuspeito Charles Mingus teria dito, certa vez, que “Thad é o maior trompetista que eu já ouvi tocar em toda a minha vida. Ele é o Bartók do trompete”.
O trompetista iniciou a carreira profissional aos 16 anos, tocando em bandas da região de Detroit e Pontiac. Uma delas foi a Arcadia Club Band, integrada também pelo irmão Hank e pelo então iniciante Sonny Stitt. Em 1941, Thad foi contratado por Connie Connell para atuar em sua banda. Após quase dois anos com Connell, o trompetista tocou por alguns meses com Red Calhoun, até ser convocado para o serviço militar, em dezembro de 1943.
Servindo em lugares como Camp Walters, Texas, ou Des Moines, Iowa, o trompetista não teve dificuldade em se juntar às inúmeras orquestras militares que pululavam nos Estados Unidos, merecendo destaque a sua participação na 8th Air Force Special Service Division. Dispensado em abril de 1946, Jones logo se juntou à banda de Charles Young, sediada em Oklahoma City. Sobre o patrão, Jones certa vez disse “Charles Young foi o músico mais talentoso que eu já encontrei. Ele tocava trompete, clarineta, sax barítono e piano com um swing fantástico, além de cantar como um pássaro e escrever arranjos como um demônio”. Todavia, o jovem multiinstrumentista faleceu repentinamente, com apenas 26 anos, e Thad ficou desempregado.
Em virtude da perda do emprego e também porque a saúde do pai não andava nada bem, Thad decidiu retornar a Pontiac, em 1947, e recomeçar a carreira. Tocou com músicos de pouca expressão, como Candy Johnson, Jimmy Taylor e Larry Steele até que, no início dos anos 50, integrou-se à banda do saxofonista Billy Mitchell, que tocava como atração fixa do clube Blue Bird Inn, em Detroit. O trabalho com a banda de Mitchell, onde também atuavam o seu irmão Elvin Jones e Roland Hanna, deu alguma visibilidade ao trompetista e o seu nome passou a ser mais conhecido no meio musical.
A auspiciosa cena local incluía pianistas como Barry Harris e Tommy Flanagan, baixistas como Doug Watkins e Paul Chambers, saxofonistas como Yusef Lateef e Pepper Adams, além de muitos outros músicos de primeira linha. Alguns deles, como Milt Jackson e o próprio Hank, seu irmão mais velho, haviam trocado Detroit por Nova Iorque, mas costumavam voltar à Cidade dos Motores para tocar e as jams costumavam ser fenomenais.
Com um nome relativamente conhecido na região, não foi surpresa para Thad o convite feito por ninguém menos que Count Basie, para que se juntasse à sua legendária orquestra, em substituição a Joe Wilder. Corria o ano de 1954 e Jones, que não era mais um garoto, integrou-se a uma das mais azeitadas e poderosas usinas de swing. A locomotiva sonora capitaneada por Basie incluía luminares como os saxofonistas Frank Wess e Frank Foster, os trombonistas Henry Coker e Benny Powell e o trompetista Joe Newman.
No meio de tantas feras, Thad, então estabelecido em Nova Iorque, conseguiu cavar seu espaço, não apenas como solista, mas também como um respeitado arranjador e compositor. Alguns de seus temas ficaram bastante conhecidos, como é o caso de “The Deacon”, “Mutt And Jeff” e “H.R.H. (Her Royal Highness)”, esta última composta em homenagem à Rainha Elizabeth II, que teve a honra de ouvir a orquestra tocá-la em Londres. Jones participou de gravações antológicas, como as dos álbuns “April In Paris”, de 1955, “Basie in London”, de 1956 e “Count Basie Plays, Joe Williams Sings”, de 1957. O prestígio de Jones pode ser medido pelo prêmio de “New Star”, que lhe foi conferido pela revista Down Beat.
A partir daí, Jones também começou a desenvolver uma alentada carreira solo, gravando para selos como Debut, Prestige e Blue Note. Além disso, estabeleceu-se como um respeitado músico de apoio, tocando em discos de gente como Charles Mingus, Al Cohn, Manny Albam, Osie Johnson, Miles Davis, Milt Jackson, Kenny Burrell, Sammy Davis Jr., Sonny Rollins, Frank Wess, Gene Quill, Bing Crosby, Curtis Fuller, Sarah Vaugham, Bob Brookmeyer, Tony Bennett, Quincy Jones, Shirley Scott, Johnny Smith, McCoy Tyner, Ben Webster, Ernestine Anderson, Herbie Hancock e muitos outros.
Em 1963, após quase nove anos com Basie, Jones deixou a orquestra do pianista. Ele já era bastante conhecido nos meios musicais, fez diversos trabalhos para o rádio e a televisão, além de continuar a atuar como freelancer, especialmente como arranjador. Nessa qualidade, elaborou arranjos para orquestras em álbuns de Thelonious Monk, Harry James e Gerry Mulligan. No ano seguinte, excursionou pela Europa com o pianista e bandleader George Russell e participou de gravações importantes de Oliver Nelson e Gil Evans. Por indicação do irmão Hank, foi trabalhar na orquestra da rede de TV CBS, emprego que lhe daria uma considerável estabilidade financeira.
Em 1965, Thad e o baterista Mel Lewis criaram a Thad Jones / Mel Lewis Orchestra, que começou como uma brincadeira, a fim de reunir em animadas jam sessions alguns músicos que trabalhavam nos estúdios de rádio e TV. Em fevereiro de 1966, o Village Vanguard promoveu uma temporada com a orquestra e a receptividade foi tamanha que eles se tornaram atração fixa do clube, sempre às segundas-feiras .
Reunindo a nata dos músicos de Nova Iorque, a Thad Jones / Mel Lewis Orchestra conseguiu reunir em suas fileiras, durante os mais de doze anos de sua existência, jazzistas do quilate de Frank Foster, Bill Berry, Roland Hanna, Jon Faddis, Richard Davis, Bob Brookmeyer, Jerome Richardson, George Mraz, Joe Farrell, Jimmy Knepper, Pepper Adams, Hank Jones, Cecil Bridgewater, Al Porcino, Lew Soloff, Terell Stafford, Julius Watkins, Joe Lovano, Chris Potter, Harold Danko, Kenny Werner e muitos outros.
A orquestra receberia o Grammy, pelo album “Live in Munich”, em 1978, mas no final daquele mesmo ano, e por motivos até hoje não esclarecidos, Thad resolveu deixar o grupo. Segundo alguns, o trompetista teve uma séria discussão com Lewis, após uma apresentação da big band no festival de jazz de Cascais, em Portugal, inclusive presenciada pelo produtor Luís Villas Boas. Outros dizem que Jones recebeu um convite irrecusável por parte da Danish Radio Orchestra e simplesmente resolveu se mudar para a Dinamarca.
De qualquer forma, a orquestra manteve-se em atividade, agora liderada por Mel Lewis e Bob Brookmeyer, mudando o nome para Mel Lewis And The Jazz Orchestra. Com a morte do baterista em 1990, nova mudança no nome, desta feita para Vanguard Jazz Orchestra, que continua firme a tradição das apresentações no Village Vanguard, enchendo de música de qualidade as segundas-feiras de Nova Iorque.
Ainda nos anos 60, Thad entrou para o quadro de professores do William Paterson College, em Nova Jérsei. Em 1966, formou, juntamente com o saxofonista Pepper Adams, outro ilustre integrante da turma de Detroit, o Thad Jones / Pepper Adams Quintet, cuja existência foi breve e que deixou registrado apenas um único álbum, o excelente “Mean What You Say”. Gravado em três sessões distintas, nos dias 26 de abril, 04 e 09 de maio de 1966, para a Milestone, o disco traz, além de Jones (que toca exclusivamente o flugelhorn) e Adams, uma trinca de peso: Duke Pearson no piano, Ron Carter no contrabaixo e Mel Lewis na bateria.
Composta pelo trompetista, a faixa que dá nome ao álbum também abre os disco e, como qualquer trabalho que envolva os talentos de Jones e Adams, é um tema sofisticado e de muita classe. A execução de Pearson é fluida, sem arestas, e Lewis, com um uso primoroso das escovas, contribui para manter a atmosfera envolvente. Os solos dos dois líderes são concisos, com frases curtas, porém eloqüentes.
“H And T Blues” é uma intrincada leitura do blues, com diálogos incandescentes entre os líderes, enveredando, em alguns momentos, pelo hard bop mais energético. O som grave de Adams, com algumas breves citações à música árabe, contrasta com a sonoridade mais limpa do flugelhorn de Jones. Ótima performance de Carter, seguro no acompanhamento e dinâmico nos solos.
Burt Bacharach e Hal David vêem a sua “Wives And Lovers” ganhar um arranjo dos mais criativos, fugindo bastante da estrutura melódica original, salpicada de blues. O solo de Pearson é nada menos que arrebatador, surpreendente a cada acorde e de uma excelência técnica primorosa. Adams é extremamente original em suas intervenções, transitando com maestria pelas sempre desafiadoras sendas do bebop.
Fazendo um passeio discreto pelos ritmos brasileiros, a sacolejante “Bossa Nova Ova” guarda alguma semelhança com o trabalho de Sérgio Mendes da época. É indubitável que o tema não possui a riqueza harmônica de uma obra de Jobim, mas a sua audição é mais que agradável. A ousadia do trompetista faz com que, no rico universo da sua obra composicional, a faixa mereça um lugar de destaque, por retrabalhar as estruturas bossanovísticas sem lançar mão de clichês.
“No Refil” é sinuosa, com referências à música oriental. O discurso de Jones, autor do tema, é dos mais articulados, e a interação com o amigo Adams é soberba. “Little Waltz” é uma composição de Carter, uma balada com tinturas de valsa e atmosfera impressionista. Percussão discreta e o comedido lirismo que exala do sax de Adams são os seus pontos altos.
Pearson é um dos compositores mais reverenciados dos anos 60 e a sua “Chant” só reafirma a pertinência de tamanho prestígio. Com um arranjo que reforça as qualidades orquestrais do tema, Adams produz alguns dos momentos mais instigantes do disco, com uma interpretação árida, que transmite abandono e distanciamento. Por outro lado, o sopro de Jones é caloroso, vibrante. Destaque também para a extraordinária performance de Lewis, dosando leveza e contundência com enorme precisão.
A versão de “Yes Sir, That’s My Baby” é uma grande brincadeira levada a cabo pelo quinteto e que encerra o disco com o astral mais elevado possível. Os músicos se divertem à larga – e o ouvinte também – com uma interpretação temperada com ragtime e outras formas de jazz pré-swing e é até possível ver o sorriso estampado no rosto de cada músico. Uma gema preciosa, que merece ser descoberta, mesmo no seio de uma obra tão rica quanto a de Thad.
Nos anos 70, além de levar adiante a Thad Jones / Mel Lewis Orchestra (que chegou a se apresentar na então fechada União Soviética), o trompetista participou de dezenas de álbuns como freelancer, sob a liderança de artistas como Hermeto Pascoal, Sonny Stitt, Houston Person, Lena Horne, Kenny Drew, Carmen McRae, Jimmy Smith, Yusef Lateef, Grover Washington, Dexter Gordon e outros, rotina que somente foi quebrada com a mudança para a Europa.
Jones permaneceu em Copenhagen entre 1978 e 1984, tocando com a Danish Radio Orchestra e ensinando no Royal Danish Conservatory. Também estudou composição e fundou a banda Eclipse, integrada por músicos dinamarqueses e norte-americanos residentes no país e seguiu a vida, tocando com músicos expatriados, como o pianista Horace Parlan e Eddie Lockjaw Davis ou fazendo arranjos para gente como o pianista Claude Boling. Em fevereiro de 1985, retornou aos Estados Unidos para uma tentativa de restauração da orquestra do velho patrão Count Basie, empreitada que levou a cabo com o antigo colega Frank Foster.
Após fazer a direção musical e os arranjos para o disco “Vocalese”, do grupo vocal Manhattan Transfer, Jones, cuja saúde não ia nada bem, resolveu voltar para a Dinamarca. No país que o havia acolhido de forma tão carinhosa, Jones faleceu, no dia 21 de agosto de 1986, após uma longa e dolorosa batalha contra o câncer. Seu corpo foi enterrado no Western Churchyard Cemetery, em Copenhagen.
A família doou ao William Paterson College boa parte dos arquivos pessoais, fotos, gravações e partituras de Thad, que compõem atualmente o Living Jazz Archives daquela instituição. No dia 28 de agosto, os amigos do músico fizeram um culto ecumênico em sua memória, na St. Peter's Lutheran Church. Entre os muitos amigos presentes, Frank Foster, Tommy Flanagan e Roland Hanna, que prestaram-lhe a última homenagem, tocando durante a cerimônia. O trombonista Benny Powell, seu companheiro na orquestra de Count Basie, disse acerca do falecido amigo: “A música de Thad era muito sofisticada. E, por vezes, também era dissonante. Mas era uma música que fazia muito sentido, sobretudo para os músicos que a executavam”.
Felizmente, deixou uma obra relativamente bem documentada, com participação em centenas de gravações, álbuns em seu próprio nome e diversos discos à frente da Thad Jones / Mel Lewis Orchestra. Em seu currículo se destaca, ainda, a autoria do standard “A Child Is Born”, composta em 1969, em parceria com o letrista Alec Wilder, que foi gravada por gente como Charlie Rouse, Oscar Peterson, Sheila Jordan, Joe Lovano, Diane Reeves, Benny Carter, Toots Thielemans, Stanley Turrentine, Bill Evans, Kenny Burrell, Stan Getz, Tommy Flanagan, Jon Faddis e muitos outros.
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