Quem tem mais de 30 anos, certamente se lembra d'O Fantasma. Criado por Lee Falk em 1936, e desenhado por Ray Moore, o personagem vivia inesquecíveis aventuras nas selvas de Bengala, sempre ajudado pelos leais Capeto, um pastor alemão, e Herói, um imponente cavalo banco. O Fantasma morava na Caverna da Caveira, e tinha em Guran, chefe da tribo dos pigmeus, o seu melhor amigo e confidente. Embora vivesse isolado, o herói não desprezava os avanços da tecnologia – rádio comunicador e avião, por exemplo, eram o que havia de mais novo na época – e de vez em quando dava um pulinho em Nova Iorque, a fim de se encontrar com a namorada Diana Palmer, funcionária da ONU.
Seus grandes inimigos eram os Piratas de Singh, uma organização criminosa que se dedicava a atividades pouco lícitas, como assassinato, roubo, extorsão, agiotagem e que tais. No Brasil, suas aventuras eram publicadas pela Rio Gráfica e Editora, a saudosa RGE, que publicava também as histórias do Recruta Zero. Curiosamente, ao contrário do que acontecia nos Estados Unidos, onde o seu uniforme era roxo, aqui o uniforme d’O Fantasma era vermelho. Máscara, duas pistolas automáticas e o terrível anel da caveira, compunham a identidade visual que aterrorizava os malfeitores.
Considerado imortal – daí ser conhecido como O-Espírito-Que-Anda – a longevidade d’O Fantasma tem uma explicação prosaica. Na verdade, trata-se de uma verdadeira dinastia de heróis, onde a tradição e os segredos – bem como os incontáveis tesouros acumulados na Caverna da Caveira – são transmitidos de pai para filho, atravessando gerações e mantendo viva a mística. Bom, mas o que mesmo O Fantasma tem a ver com o jazz?
É simples: em suas viagens a Nova Iorque, nos anos 40, Mr. Walker costumava freqüentar os clubes da Rua 52 e era amigo de caras como Charlie Parker, Bud Powell, Thelonous Monk e Max Roach. Reza a lenda que Art Blakey incluiu um poderoso dinamismo à sua percussão após visitar os pigmeus Bandar, a convite do amigo mascarado. Outro que teria passado dias agradabilíssimos nas selvas de Bengala foi Dizzy Gillespie (estudiosos têm poucas dúvidas de que “Con Alma” tenha sido composta ali), que ainda por cima namorou com um monte de garotas da tribo Wambesi.
Brincadeira! Na verdade, lembrei d’O Fantasma por causa de um músico especial e bastante querido por todos os jazzófilos, com a provável exceção d’O Predador (sinto que serei detonado por esta resenha): o soberbo Joe Henderson. Por causa do seu hábito de desaparecer de cena por longos períodos, o saxofonista era conhecido no meio musical como “The Phantom” – nome original do justiceiro mascarado.
Nascido em 24 de abril de 1937, na pequena cidade de Lima, no estado de Ohio, em uma numerosa família – ao todo, eram 15 irmãos – o saxofonista e compositor Joe Henderson foi um dos mais importantes saxofonistas surgidos nos anos 60. Desde muito cedo, demonstrou um enorme apreço pela música, em especial pelo jazz, que um dos seus irmãos mais velhos, James, ouvia com devoção.
Foi graças à alentada discoteca do irmão – que ouvia compulsivamente álbuns de Duke Ellington, Woody Herman, Illinois Jacquet, Coleman Hawkins, Stan Kenton, Wardell Gray e Charlie Parker – que o jovem Joe decidiu enveredar pelos maravilhosos caminhos da música. Seu primeiro instrumento foi o piano e Joe, então com oito anos, chegou a estudar com dois pianistas locais, Don Hurles e Richard Patterson, ambos amigos de seus irmãos mais velhos.
Pouco tempo depois, trocou o teclado pelo saxofone tenor, quando tinha apenas nove anos de idade, e encontrou ali o instrumento ideal para expressar as suas idéias musicais. Influenciado, primeiramente, pela sonoridade aveludada de Lester Young e Stan Getz, o garoto levava tão a sério as aulas de saxofone – estas a cargo de Hubert Murphy – que em pouco tempo já estava compondo temas para a orquestra da escola, da qual fazia parte.
Embora o jazz fosse a parte mais importante em sua formação musical, Joe também gostava bastante da música country de Johnny Cash, do rhythm and blues de James Brown e do então bom e novo rock’n roll de Chuck Berry. Seu passatempo favorito era assistir aos grandes artistas que se apresentavam nas cidades próximas – Daytona e Toledo, por exemplo. Assim, foram marcantes em sua vida os concertos das orquestras de James Moody e de Gene Ammons. Outro show que lhe marcou bastante foi o da banda de Earl Bostic, que assistiu quando tinha 14 anos, especialmente por causa da memorável performance de um jovem saxofonista chamado John Coltrane.
Após a conclusão do ensino médio, matriculou-se no curso de música do Kentucky State College, onde passou pouco tempo. Logo em seguida, transferiu o curso para a badalada Wayne State University, em Detroit. Ali, teve a oportunidade de conhecer alguns dos mais importantes membros da agitada cena jazzística local, como Yusef Lateef, Curtis Fuller, Hugh Lawson, Barry Harris e Donald Byrd, seus colegas na universidade. Também foi naquela época que Joe passou a conhecer e a estudar a música dos grandes compositores eruditos contemporâneos, como Béla Bartok, Igor Stravinsky e Paul Hindemith.
Na Cidade dos Motores, Henderson se dedicou ao estudo de composição, teoria musical e harmonia com Larry Teal na “Teal School of Music” e também recebeu aulas de flauta e contrabaixo. Além disso, costumava participar de gigs em clubes locais, tocando com alguns dos grandes nomes do jazz que se apresentavam na região de Detroit, como John Coltrane e Sonny Rollins, seus ídolos e que acabaram por se tornar as suas principais referências estético-musicais. Como bem observa Luiz Orlando Carneiro, “o músico digeriu as influências de Sonny Rollins ( improvisação mais direta do que por sobre os acordes de base da melodia) e John Coltrane (sonoridade e efeitos de timbre, embora sem os radicalismos do Coltrane dos anos 60)”.
Em 1959, já liderando seu próprio grupo, Henderson foi contratado pela firma de advocacia UNAC, ligada à defesa dos direitos civis, para compor uma suíte chamada “Swing And Strings”, em homenagem à contribuição afro-americana para a cultura dos Estados Unidos, que seria executada por uma orquestra integrada por diversos membros da prestigiosa Detroit Symphony Orchestra. Naquele ano, tocou por algum tempo com o saxofonista Sonny Stitt e integrou o conjunto do amigo Barry Harris.
Já tendo firmado seu nome como um dos mais criativos músicos da cidade, Henderson afastou-se do mainstream entre 1960 e 1962, a fim de cumprir o serviço militar obrigatório. Destacado para servir em Fort Benning, na Geórgia, não demorou muito para montar um quarteto que, posteriormente, se tornaria atração em diversas bases do exército, não apenas dentro dos estados Unidos, mas também em outros países. Graças ao trabalho com o grupo, o saxofonista pôde se apresentar para tropas norte-americanas estacionadas na Inglaterra, na Itália, no Panamá, na França, no Japão e na Coréia do Sul.
Quando esteve na França, Henderson teve a oportunidade de tocar com o legendário baterista Kenny Clarke, que na época residia em Paris. Findas as obrigações militares, em gosto de 1962, decidiu se estabelecer em Nova Iorque, onde chegou cercado das maiores expectativas. Reza a lenda que numa das primeiras noites em Nova Iorque, Henderson foi assistir a um concerto de Dexter Gordon no Birdland. Convidado por Dex para subir ao palco, Henderson deixou a platéia hipnotizada com seu ataque furioso e extremamente imaginativo e quase eclipsou o anfitrião. Imediatamente, foi contratado pelo organista “Brother” Jack McDuff, com quem tocou por poucos meses. Pouco depois, juntou-se ao grupo do trompetista Kenny Dorham, permanecendo ali até 1964.
Como acompanhante de Dorham, o saxofonista participou de sua primeira gravação para a Blue Note, no álbum “Una Mas”, de 1963. Não demorou muito e Henderson já era um dos mais disputados músicos de Nova Iorque, participando de gravações ao lado de Andrew Hill, Johnny Coles, Grant Green, Lee Morgan, Duke Pearson, Pete La Roca, Larry Young, Nat Adderley, McCoy Tyner, Herbie Hancock, Freddie Hubbard, Blue Mitchell, J. J. Johnson, Chick Corea, Joe Zawinul, Bobby Hutcherson, Lee Konitz e muitos outros.
Alfred Lion, incansável farejador de novos talentos, contratou Henderson para o cast da Blue Note, por onde lançou seus primeiros discos como líder. Todos eles – “Page One” e “Our Thing” (1963), “In’n Out” e “Inner Urge” (1964) e “Mode For Joe” (1966) – mereceram rasgados elogios por parte da crítica especializada e são reputados como alguns dos melhores momentos do sax tenor dos anos 60.
Em 1964, deixou Dorham para se juntar ao quinteto de Horace Silver, ocupando o lugar de Junior Cook, e ali pode ser ouvido no seminal “Song For My Father”, gravado em outubro daquele mesmo ano. Outro disco fundamental dos anos 60 e que conta com a preciosa colaboração de Henderson, é “The Sidewinder”, obra-prima de Lee Morgan, também gravado naquele ano mágico – pelo menos para o jazz – de 1964. O saxofonista permaneceu com Silver até 1966, quando decidiu priorizar a carreira solo e o trabalho como freelancer.
Co-liderou uma big band com o antigo patrão Kenny Dorham, mas o empreendimento não teve o sucesso esperado. Todavia, seus arranjos para a orquestra – que permaneceriam inéditos por quase trinta anos – seriam aproveitados no álbum “Joe Henderson Big Band”, gravado para a Verve em 1996. O disco conta com as participações de gente do calibre de Marcus Belgrave, Joe Chambers, Chick Corea, Jon Faddis, Slide Hampton, Freddie Hubbard, Ronnie Mathews, Christian McBride, Michael Mossman, Lewis Nash, Nicholas Payton e Idrees Sulieman, além dos brasileiros Helio Alves, Paulinho Braga e Nilson Matta.
Em 1967, tocou por um brevíssimo período com o grupo de Miles Davis, que incluía os fabulosos Herbie Hancock, Wayne Shorter, Ron Carter e Tony Williams, mas não existe nenhum registro gravado dessa formação. No mesmo ano, foi contratado por Orrin Keepnews para ser um dos destaques do cast da Milestone. Seus álbuns desse período, como “Power To The People”, “In Pursuit Of Blackness” ou “Black Narcissus”, demonstravam uma forte influência do fusion, com a inclusão de instrumentos eletrificados e elementos do pop, do rock, do funk e da música eletrônica. Além disso, revelam uma outra faceta de Joe: o músico engajado, preocupado em denunciar a situação do negro nos Estados Unidos e o preconceito racial.
Henderson criou o “Jazz Communicators”, juntamente com seu amigo Freddie Hubbard, mas o grupo teve vida curta, durando pouco mais de um ano, entre 1967 e 1968. O saxofonista atuou no álbum “Fat Albert Rotunda” (Warner Bros., 1969), de Herbie Hancock, onde o pianista inicia o seu duradouro envolvimento com o fusion e usa, pela primeira vez, o sintetizador. Esse álbum tornou-se um enorme sucesso comercial e influenciou enormemente a onda fusion que dominaria o cenário jazzístico dos anos 70.
O flerte com o rock acabaria em casamento – bastante breve, diga-se de passagem – com a união de Henderson ao grupo Blood, Sweat & Tears, em 1971. Nesse período, o saxofonista mudou-se para San Francisco e passou a lecionar, optando por priorizar a carreira de educador musical. Não obstante, participou da all-star band “The Griffith Park Band”, integrada por Freddie Hubbard, Chick Corea, Stanley Clarke e Lenny White.
Praticamente toda a década de 70 foi direcionada ao magistério, tendo lançado poucos álbuns durante esse período, com destaque para o ótimo “Joe Henderson In Japan”, de 1971, no qual está acompanhado por uma sessão rítmica composta por três músicos japoneses, e para “The Elements”, de 1973, onde flerta com aquilo que futuramente iria se chamar World Music e que conta com a participação da pianista e harpista Alice Coltrane. Como músico de apoio, participou de álbuns de Flora Purim, Kenny Burrell, Ron Carter, Woody Shaw e da banda de rock progressivo Jethro Tull.
Em 1980 Henderson decidiu retomar a carreira musical com todo o gás. Logo naquele ano lançou um disco verdadeiramente antológico: “Relaxin’ At Camarillo”, gravado em dezembro de 1979. Contando com a participação de Chick Corea no piano e de feras como Tony Dumas ou Richard Davis no contrabaixo e Peter Erskine ou Tony Williams na bateria, o álbum foi muito bem recebido pela crítica e marcou a volta do saxofonista às boas veredas do bebop e do hard bop mais ortodoxos.
Em 1985, lançou o elogiadíssimo “The State Of The Tenor: Live At The Village Vanguard”, que marcou seu breve retorno à Blue Note. Repetindo, vinte anos depois, o tour de force empreendido pelo ídolo Sonny Rollins naquele mesmo clube e usando a mesma formação – sax tenor, bateria (pilotada por Al Foster) e contrabaixo (a cargo de Ron Carter) – Henderson interpreta com enorme maestria standards como “Stella By Starlight” e composições próprias como “Isotope”. Naquele mesmo ano, participaria do show comemorativo dos 40 anos da Blue Note, ao lado de gente como Herbie Hancock, Stanley Jordan, Art Blakey e outros, no Town Hall, em Nova Iorque.
O sucesso do disco entre a crítica despertou o interesse da Verve, que o contratou no início dos anos 90. Na nova gravadora, Henderson conseguiu conjugar sucesso de crítica e público, especialmente por conta de seus discos tributos. Vieram então homenagens a Billy Strayhorn (em “Lush Life”, de 1992) e a Antônio Carlos Jobim (em “Double Rainbow”, de 1995), que venderam mais de 100.000 cópias só nos Estados Unidos e que mereceram prêmios Grammy, colocando o saxofonista como um dos nomes mais reverenciados e solicitados dos anos 90.
Outro disco tributo desse período, mas que não repetiu o sucesso comercial dos outros já mencionados, é o espetacular “So Near, So Far”. Aqui o homenageado é o controvertido Miles Davis, com quem Henderson tocou por um brevíssimo período no final dos anos 60, e o repertório traz apenas composições suas, com exceção da faixa título, de autoria de Tony Crombie e Benny Green. Gravado entre os dias 12 e 14 de outubro de 1992, no estúdio Power Station, em Nova Iorque, o disco traz Henderson acompanhado pelo guitarrista John Scofield, pelo baixista Dave Holland e pelo baterista Al Foster. Como se não bastassse, o álbum abiscoitou dois prêmios Grammy: Best Jazz Instrumental e Best Solo.
Um dos muitos méritos do álbum é revelar o compositor inventivo e extremamente fértil que foi Davis. Lamentavelmente, o aspecto composicional de sua obra, muitas vezes, é relegado a um segundo plano, pois alguns detratores preferem abordar o seu lado, digamos, folclórico – “Ah! Miles roubou uma música do Hermeto!” – ou a sua suposta inaptidão como trompetista – “Ah! Miles não consegue tocar uma escala corretamente!”.
Ouça-se, por exemplo, “Miles Ahead”, que abre o disco. O tema é de uma sutileza e uma cadência emocionantes. O quarteto a executa com tamanha delicadeza, costurando os acordes de forma sutil, que é impossível ao ouvinte ficar indiferente. Henderson é um dos mais completos improvisadores de toda a história do jazz, conseguindo se expressar com fluência em qualquer contexto. Scofield, um guitarrista dos mais incensados do cenário atual, mantém-se contido e apresenta um fraseado melodioso e delicado, na linha de um Jim Hall ou de um Jimmy Raney.
Em seguida, entra a feérica “Joshua”, com sua pegada vigorosa, com destaque para a percussão vulcânica de Foster e para a guitarra de Scofield, cuja abordagem aqui é energética e altamente swingante. A atuação de Henderson, nada menos que soberba, rivaliza com a impressionante performance de George Coleman na gravação original, no álbum “Seven Steps To Heaven” (Columbia, 1963).
“Pfranccing (No Blues)” e “Teo” foram lançadas no álbum “Someday My Prince Will Come”, de 1961 e também da Columbia. A primeira é um blues heterodoxo, com um diálogo devastador entre Henderson e Scofield, no estilo pergunta-e-resposta típico dos spirituals, com direito a um fabuloso solo de Holland. A segunda é uma instigante viagem pelas sinuosas águas do jazz modal, na qual paira, soberano, o saxofone quase sombrio do líder. Detalhe: na gravação original quem tocava o sax tenor era ninguém menos que o ídolo John Coltrane.
“Milestones” é a composição mais antiga do álbum – foi gravada no álbum “Miles Davis All-Stars”, para a Savoy, em 1947, com a presença do genial Charlie Parker no sax alto. A versão de Henderson e seus parceiros não renega as origens bop do tema mas lhe dá uma roupagem mais contemporânea, assemelhando-se mais aos trabalhos do quinteto de Davis da segunda metade dos anos 60.
Falando no “quinteto mágico” dos anos 60, temos “Circle” e “Side Car”, duas das mais complexas composições de Davis e veículos perfeitos para os arabescos sonoros do seu então saxofonista, Wayne Shorter. Henderson também trafega pelas mesmas veredas oblíquas de Shorter e sua abordagem mescla influências da música latina e do jazz avant-garde.
Um dos momentos mais emocionantes do disco é “Flamenco Sketches”, extraída do clássico “Kind Of Blue”, de 1959. São quase dez minutos de magia em forma de música, numa construção etérea. As sutilezas dos arranjos vão sendo enredadas pela guitarra de Scofield e pelo saxofone de Henderson, e a sonoridade flutuante encontra dos dois em Foster e Holland um delicado anteparo.
“Swing Spring” foi gravada em 1954, no álbum “Modern Jazz Giants”, que trazia a participação dos gigantes Thelonious Monk e Milt Jackson. Mais uma vez, a releitura incorpora ao bebop original elementos do jazz contemporâneo, mostrando que a grande música jamais envelhece. Destaque para a performance de Scofield, criativa e intensa, e para os solos do líder, nada menos que cativantes.
O álbum é completado com a faixa título, única que não foi composta por Davis. É outro momento assombrosamente belo, climático, com uma atuação mais do que competente de Foster e o sopro de Henderson, que se mantém, primorosamente, nos registros mais agudos do instrumento, lembrando a sonoridade de um sax alto. Um dos álbuns verdadeiramente fundamentais dos anos 90.
Henderson se manteve regularmente ativo até 1997, quando gravou seu último álbum – “Porgy And Bess”, também para a Verve. Depois disso, foi obrigado a se afastar dos palcos e estúdios, por conta de um enfisema pulmonar que lhe dificultava a respiração e praticamente o impedia de tocar. A doença acabou por minar-lhe as forças e no dia 30 de junho de 2001 o saxofonista faleceu, em decorrência de um ataque cardíaco, na cidade de San Francisco. Todavia, sua herança está presente e mais forte do que nunca, na obra de monstros como Joshua Redman, Joe Lovano e Brandford Marsalis, para citar apenas alguns dos saxofonistas que ele influenciou.
Em uma entrevista ao jornalista Martin Mel, Henderson sintetizou as suas ambições e anseios dentro da carreira musical: “Estou em constante busca de novas informações e idéias, e quero fazer o melhor durante este curto período de tempo em que estiver neste planeta, vivendo esta coisa nebulosa chamada vida. E também quero plantar algumas árvores ao longo do caminho, conquistar algumas mentes e vê-las crescer, como algumas pessoas fizeram comigo”.
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