MEU NOME É MOISÉS. MAS PODE ME CHAMAR DE MAURÍCIO!
Música e outras coisas

MEU NOME É MOISÉS. MAS PODE ME CHAMAR DE MAURÍCIO!



Como é que se constrói uma lenda? Com sorte, talento, presença de espírito, coragem e perseverança. Moisés David Einhorn possui todas essas qualidades e muitas mais. Uma das primeiras coisas que se percebe nesse carioca de quase 80 anos é o seu permanente bom humor. Ele é capaz de passar horas contando piadas e causos sobre aquilo que presenciou ao longo dos seus mais de sessenta anos como músico profissional.

Tom Jobim popularizou a frase “a saída para o músico brasileiro é o Aeroporto do Galeão”, mas seu verdadeiro autor é Moisés. Aliás, Maurício, nome artístico que adotou no início da carreira e que carrega até hoje. O curioso é que Maurício jamais morou muito tempo fora do Brasil, embora tenha tocado nos Estados Unidos e em inúmeros países da Europa. Em 1972 teve a chance de morar e trabalhar na Terra de Tio Sam, a convite do amigo Sérgio Mendes.

Ele até já estava no país e já havia ultrapassado boa parte do demorado processo burocrático para a obtenção de um visto de trabalho. Nessa empreitada, ele tinha em mãos uma carta assinada por ninguém menos que Frank Sinatra, dirigida ao governo norte-americano e intercedendo pelo gaitista, mas problemas particulares o obrigaram a permanecer no Brasil e o sonho de residir nos Estados Unidos teve que ser adiado.

Maurício nasceu no Rio de Janeiro, no dia 29 de maio de 1932, em uma família de imigrantes judeus poloneses. Embora tivesse nascido na Lapa, foi criado no Flamengo, e a sua família era bastante musical. Tanto o pai quanto a mãe tocavam gaita e o garoto, com apenas cinco anos de idade, deu seu os seus primeiros passos no instrumento. Aluno do Colégio Franco-Brasileiro, o pequeno gaitista costumava se apresentar nas festividades da escola, tocando sucessos da época, valsas de Strauss e um pouco de música folclórica da Polônia.

Quando completou dez anos, Einhorn começou a freqüentar os famosos programas de calouros “A Hora do Pato”, com apresentação de Heber de Bôscoli, e “Papel Carbono”, apresentado por Renato Murce, que faziam enorme sucesso na Rádio Nacional. Também se apresentou no programa de Ary Barroso, transmitido pela concorrente Rádio Tupi.

Na mesma emissora, o jovem, com apenas 15 anos, era uma das atrações mais freqüentes em um programa produzido e patrocinado pelas Gaitas Hering. Na chamada Era de Ouro do rádio brasileiro, Maurício também era figurinha fácil nos programas da Rádio Clube do Brasil e da sofisticada Rádio Mayrink Veiga.

Sobre os primeiros anos e a influência dos pais em sua formação musical, o gaitista relembra: “Eles tocavam gaita comum, sem os sustenidos. Meu pai em especial tocava bem, e contornava os acidentes que sua gaita não possuía. Também aprendi a fazer isso, no tempo em que eu desconhecia a existência de um instrumento que tocava as pretas do piano, e com isso fui desenvolvendo minha musicalidade”.

Maurício era um grande admirador das composições de Bach e Chopin, mas também era muito ligado à música popular. Pelas ondas do rádio, ouvia os grandes mestres do samba e do choro, como Noel Rosa, Aracy de Almeida e Pixinguinha, mas também os cantores norte-americanos, como Frank Sinatra, Dick Haymes, Doris Day, Andrews Sister, e as grandes orquestras da Era do Swing, como as de Tommy Dorsey, Benny Goodman e Glenn Miller. “A música das orquestras era uma aula de harmonia para mim”, recorda.

Durante a adolescência, o jovem Einhorn iniciou a carreira como músico profissional, tocando em grupos de choro e jazz. A primeira gravação aconteceu em 1949, quando fazia parte do “Brazilian Rascals”, um grupo de gaitistas. Maurício tocou com o regional de Waldir Azevedo, que era uma das atrações da Rádio Clube do Brasil. Nesse período, começou a participar de gigs no bar do Hotel Plaza, em Copacabana, onde as atrações eram Luiz Eça e Johnny Alf, que se revezavam ao piano.

Dono de uma memória prodigiosa, o grande José Domingos Raffaelli se lembra exatamente o dia em que conheceu Maurício, porque foi naquele mesmo dia que Charlie Parker morreu: 12 de março de 1955. Ele passeava de carro pelo Centro do Rio, quando avistou Paulo Moura, que já era um músico consagrado, e um jovem na casa dos vinte anos.

Parou, ofereceu-lhes carona até a Zona Sul e Moura fez as apresentações: “Olha, Raffaelli, este aqui é o Maurício Einhorn. Em pouco tempo ele vai ser muito conhecido, pois é um gaitista espetacular”. A profecia de Moura se confirmou e Raffaelli e Maurício são grandes amigos até hoje. Aliás, eu tenho a honra de ter presenciado uma conversa maravilhosa entre os dois, em uma mesa da Adega Portugália, no Largo do Machado, e passei horas de enlevo, só ouvindo as histórias desses dois queridos mestres.

De volta a 1955, o ano marca também o início de outra grande amizade, que se revelaria também uma das mais belas e prolíficas parcerias da história da música brasileira. Maurício tocava no Hotel América, quando foi apresentado a um jovem guitarrista chamado Durval Ferreira. Os dois seriam amigos para o resto da vida e responsáveis por alguns dos mais belos temas do cancioneiro popular brasileiro.

A primeira música que Durval e Maurício compuseram juntos foi “Sambop”, gravada em 1959 por Claudete Soares no álbum “Nova geração em ritmo de samba”. Einhorn e Durval foram uma das mais importantes duplas de compositores da bossa nova e dentre as dezenas de composições feitas por eles, destacam-se “Tristeza de nós dois”, “Batida Diferente”, “Nuvens”, “Estamos aí”, “Samblues”, entre outras músicas memoráveis. Bebeto Castilho e Regina Werneck também assinam alguns desses temas.

As composições da dupla ganhariam o mundo, nas vozes e nos instrumentos de gente do gabarito de Leny Andrade, Roberto Menescal, Baden Powell, Sérgio Mendes, Tom Jobim, Luiz Eça, Johnny Alf, Cannonball Adderley, Maysa, Wes Montgomery, Wanda Sá, Sarah Vaughan, Herbie Mann, Dick Farney, Hubert Laws, Pascoal Meireles, Nara Leão, Paquito D’Rivera e uma infinidade de outros grandes artistas brasileiros e estrangeiros.

Curioso é que embora fosse uma presença ativa nos eventos da bossa nova Einhorn não participou do célebre concerto realizado no Carnegie Hall, em Nova Iorque. O motivo: exatamente naquele dia, 21 de novembro de 1962, ele estava se casando. Mas o gaitista estava muito bem representado. Seu parceiro Durval Ferreira fazia parte da trupe e o primeiro número apresentado por Sérgio Mendes e seu sexteto foi “Batida Diferente”!

Durante os anos 60, Einhorn estudou teoria musical e harmonia com Eumir Deodato e Moacir Santos mas a experiência não foi tão proveitosa quanto deveria. O próprio Maurício admitiu que tinha um certo bloqueio para essa parte eminentemente teórica: “Achei que tinha um muro que me impedia de assimilar, ao mesmo tempo em que já sabia muito mais à frente daquilo que ia aprender”.

No início daquela década, Maurício conheceu e se tornou amigo do gaitista belga Jean Toots Thielemans. Os dois passaram a se corresponder e até hoje, apesar da distância física, mantém uma sólida amizade. Sobre Thielemans, a opinião de Einhorn é definitiva: “É realmente o maior gaitista do mundo. Me correspondo com ele desde 1962, e quase desisti da gaita quando o vi ao vivo pela primeira vez. Mas percebi que estava sendo radical, e que eu tinha algo pessoal, o balanço da música brasileira”.

Os anos 60 foram dos mais ricos para a música instrumental brasileira. O cenário musical do Rio de Janeiro fervilhava, graças ao sucesso internacional da bossa nova e ao surgimento de uma talentosa geração de músicos que, via de regra, se reuniam nos bares do chamado “Beco das Garrafas”, em Copacabana. Maurício freqüentou essas jams, tocando ao lado de feras como Raul de Souza, Paulo Moura, Tenório Jr., Antonio Adolfo, Edson Machado, Sérgio Barrozo e muitos outros.

O gaitista apareceu em uma das edições do programa “O Fino da Bossa”, produzido pela TV Record de 1965 a 1967, com apresentação de Elis Regina, que na época era acompanhada pelo Sambalanço Trio (Cesar Camargo Mariano – piano, Humberto Clayber – contrabaixo e Airto Moreira – bateria). Em 1968, Einhorn participou do III Festival Internacional da Canção, promovido pela TV Globo, com “Negróide”, feita em parceria com Arnaldo Costa e Taiguara (que defendeu a canção).

Em 1972, quando Sérgio Mendes o convidou para trabalhar nos Estados Unidos, o gaitista chegou a tocar com alguns dos maiores nomes do jazz, como o guitarrista Jim Hall, o baixista Ron Carter e, novamente, com o velho amigo Thielemans. Outro encontro inesquecível foi com o Maestro Tom Jobim. Maurício conta como foi: “Ficamos na casa do Sérgio da meia-noite às seis da manhã, ele ao piano, Tom na flauta em dó e eu na gaita. Realizei-me nessa noite”.

No ano seguinte, já de volta ao Brasil, gravou para a Tapecar um compacto com o tema do filme “O Último Tango em Paris”, que fez um grande sucesso nos cinemas do mundo inteiro. Pouco depois, em 1975, gravaria para a Philips um disco cujo repertório era inteiramente voltado para trilhas sonoras de filmes famosos: “The Oscar Winners: A Era de Ouro do Cinema”.

Em 1976 iniciou uma parceria com o violonista paraense Sebastião Tapajós, que incluiria diversos shows e um disco: “Maurício Einhorn & Sebastião Tapajós” (Philips, 1984), que conta também com a presença de Arismar do Espírito Santo no contrabaixo. A discografia de Maurício é esparsa, e geralmente lançada por selos independentes como Clam, Interdisc (uma gravadora da Argentina), Tom Brasil e Moviedisc.

Com várias apresentações internacionais no currículo, Maurício pode se orgulhar de haver participado do célebre Festival de Montreux, na Suíça, em 1979, dividindo o palco com o pianista Monty Alxander e o saxofonista David Samborn. Sua apresentação foi tão entusiástica que a cantora Nina Simone, que seria a atração seguinte, fez questão de convidá-lo para subir ao palco e, juntos, encantaram a platéia com uma versão de “Summertime”. Outras apresentações marcantes foram no North Sea Festival, na Holanda, em 1981, e no JVC Jazz Festival, em Nova Iorque, em 1989.

No início da década de 80, Maurício se apresentou na Granja do Torto, residência oficial de veraneio da Presidência da República, em um concerto feito especialmente para o então Presidente João Batista Figueiredo, fã do instrumento e que se proclamava gaitista amador. No final do encontro, Einhorn presenteou Figueiredo com uma gaita que havia ganho anteriormente de Toots Thielemans.

Voltando ao gaitista belga, Einhorn tem o maior orgulho de ter participado do Festival de Jazz no Teatro Anhembi, em 1980, ao lado do ídolo. A banda que acompanhou os dois era composta por Nelson Ayres no piano, Nilson Mata no contrabaixo, Don Bira na percussão e Azael Rodrigues na bateria. O concerto, posteriormente, foi transformado em especial pela TV Cultura.

A experiência está sintetizada aqui, pelo próprio Maurício: “Naquela gravação, com um quinteto de Nelson Ayres, estava lépido e desinibido. No começo fiquei meio tímido, claro. Mas também, tocando ao lado do Charlie Parker da gaita e meu ídolo! Ponha-se no meu lugar...”. Ainda nos anos 80, ele montou um trio com Hélio Delmiro e Arismar do Espírito Santo, que se tornaria um dos mais festejados do Rio de Janeiro.

Einhorn também tocou, em 1997, em um concerto promovido pela Association for Preservation of the Harmonica, em Troy, no estado americano do Michigan, em um dueto com o guitarrista Joe Carter. O entendimento entre os dois foi tamanho que, poucos meses depois, repetiriam a dose, no International Harmonica Hohner Festival, realizado em Trossingen, na Alemanha.

Outro momento importante na carreira de Maurício foi a sua participação no extraordinário álbum “Encontro de solistas”, lançado em 1996, pela Movieplay. Ao lado do gaitista, os portentosos talentos de Sebastião Tapajós, Gilson Peranzetta e Altamiro Carrilho, em um dos discos mais emocionantes da história da música instrumental brasileira.

Em julho de 2002, Mauricio Einhorn decidiu prestar um tributo aos 80 anos do amigo Toots Thielemans, com uma temporada no Centro Cultural Banco do Brasil. Chamou o pianista Alberto Chimelli, o baixista Luiz Alves e o baterista João Cortez, e montou uma seleção de standards imortalizados pelo gaitista belga (e outro que ele não chegou a gravar). Nos shows, Maurício divertia a platéia explicando: “Nós escolhemos clássicos que o Toots gravou e também alguns que ele deveria ter gravado”.

O resultado pode ser conferido no estupendo álbum “Conversa de Amigos”, lançado três anos depois pela Delira Música, um dos momentos mais sublimes da discografia de Einhorn. A faixa de abertura é “Satin Doll”, de Billy Strayhorn, Duke Ellington e Johnny Mercer. Com um andamento médio e um sofisticado tratamento harmônico, Maurício trafega pela melodia com serenidade e muita classe, fazendo citações a outros temas caros ao universo jazzístico, como “Laura”, “Rhapsody In Blue” e “I Only Have Eyes For You”. A abordagem de Chimelli é altamente sofisticada, com pitadas de bebop muito bem distribuídas, e a participação de Luiz Alves, acompanhando ou solando, é um deleite para os ouvidos.

Composta a oito mãos por Edward Heyman, Frank Eyton, Johnny Green e Robert Sour, “Body and Soul” é uma das canções mais conhecidas dos amantes do jazz. O quarteto se debruça sobre ela com altivez, tecendo um clima melódico solene, à altura da dignidade de um tema tão emblemático do cancioneiro norte-americano. Fazendo citações a “A Night In Tunisia”, Einhorn está particularmente inspirado e arranca da gaita frases hipnóticas. Destaque para a percussão delicada de Cortez.

A bossa nova se faz presente no arranjo de “My Foolish Heart”, belíssima composição de Ned Washington e Victor Young que fica ainda mais charmosa com a citação que Einhorn faz a “Singing In The Rain”. A dupla de compositores também está por trás da não menos formidável “Stella by Starlight”. Com uma levada contagiante e um tempero bop dos mais saborosos (cortesia do hábil Chimelli), esta é, sem dúvida, uma das faixas mais arrebatadoras do disco.

Mais uma de Ned Washington, agora em parceria com Bronislaw Kaper: “On Green Dolphin Street”. Arranjo esperto, em tempo médio, com uma bateria certeira, a faixa é um ótimo veículo para a fúria improvisacional de Maurício, que mostra que a harmônica pode ser um instrumento dos mais versáteis e eloqüentes. O infalível Luiz Alves tem mais uma atuação de gala, inundando a sessão com uma sonoridade opulenta e melodiosa.

Em “Stardust”, de Hoagy Carmichael e Mitchell Parish, Chimelli se divide entre o piano acústico e o elétrico, usando este último para criar um efeito semelhante a um acompanhamento de cordas. Maurício e seus comandados fazem uma interpretação sóbria, em um arranjo que respeita a melodia original, mas que dá ao líder espaço para as suas habituais improvisações.

Em um tribute a Toots Thielemans não poderia faltar a sua composição mais famosa e a versão de “Bluesette” é um encanto. A execução de Einhorn é antológica, com direito a mudanças de andamento, a harmonias dignas de um Charlie Parker e citações a temas como o tradicional “Oh! Susana” e “Summertime”. Cortez tem uma atuação memorável e seu diálogo com Maurício, no estilo “pergunta e resposta”, é sumamente empolgante.

Uma interpretação despretensiosa e festiva de “Our Love Is Here to Stay”, gema de autoria dos Irmãos Gershwin, vem a seguir. Os quatro músicos passam a impressão de que estão se divertindo bastante, com direito a citações bem-humoradas como o tema do desenho animado Popeye, feita por Einhorn, e à marcha nupcial de Mendelssohn, feita por Chimelli.

Em “Autumn in New York”, de Vernon Duke, apenas Maurício e Chimelli atuam, sendo que a bordo do piano elétrico, novamente faz um acompanhamento que remete a um quarteto de cordas. O líder, então, pode exibir sua técnica superior e sua enorme sensibilidade, adotando uma abordagem pungente e de grande conteúdo emocional.

O encerramento fica a cargo da esfuziante “Fascinating Rhythm”, outra preciosidade da fábrica de sonhos dos Irmãos Gershwin. Maurício, em êxtase absoluto, sola com a energia de um garoto e, como sempre, faz uma breve, mas empolgante, citação ao Hino Nacional Brasileiro. Alves, Cortez e Chimelli, absolutos, preparam a ancoragem rítmica mais do que segura para que o talento do gaitista possa brilhar em todo o seu esplendor.

Um disco que renova a fé do ouvinte na música de qualidade e que foi muito bem recebido por público e crítica. Tanto é que em 2007 a Delira Música lançou o não menos precioso “Conversa de Amigos II”, gravado naquela mesma oportunidade, e que inclui outras maravilhas do repertório jazzístico, como “Someone To Watch Over Me”, “Four”, “Take The A Train” e “Robbin’s Nest”. Ambos, é claro, são itens obrigatórios em qualquer discoteca.

Como acompanhante, a gaita luminosa de Einhorn pode ser conferida em gravações de nomes como Victor Assis Brasil, Chico Buarque, Claudete Soares, Gilberto Gil, Eumir Deodato, João Donato, Elizeth Cardoso, Maria Bethânia, Hermeto Pascoal, Raul de Souza, David Samborn, Raul Seixas, Elba Ramalho, Zizi Possi, Elizeth Cardoso, Luiz Melodia, Sivuca, Barney Kessel, Tito Madi, Pery Ribeiro, Chuck Mangione, Carmen Costa, Olívia Hime, Paulo Moura, Lúcio Alves, Baden Powell, Edu Lobo, e uma infinidade de outros, no Brasil e no exterior.

Maurício continua em plena atividade. Além dos concertos, feitos com menos freqüência do que gostaria, ele também dá aulas e enfatiza que o segredo é a prática constante do instrumento, “inclusive sábado, domingo e feriado.” Entre os seus ex-alunos, destacam-se o ótimo Flávio Guimarães, da banda Blues Etílicos, e o virtuose Gabriel Grossi, membro do grupo do bandolinista Hamilton de Holanda.

Apreciador do jazz, Einhorn aponta como seus preferidos os pianistas Erroll Garner, Hank Jones, Lennie Tristano, Kenny Barron, Thelonious Monk e Oscar Peterson. Além destes, ele é um grande fã, claro, de Toots Thielemans e Charlie Parker. Uma de suas principais características é a notável capacidade de improvisar. Ele explica: “Improviso mesmo, não apronto nada, não ensaio, saio improvisando sempre. Uma dica para isso é encher a cabeça de informações que, às vezes, elas se juntam por elas próprias”.

Ainda pela Delira Música, lançou em 2007 o álbum “Travessuras”, no qual interpreta apenas composições inéditas, em parceria com gente do gabarito de Eumir Deodato, Sebastião Tapajós e Alberto Chimelli. O cd foi produzido por Ricardo Leão, e conta com arranjos César Camargo Mariano, Vitor Santos e Jessé Sadoc. Ao lado de Einhorn, figuras de primeira linha, como Ricardo Silveira, Rômulo Gomes, Jurim Moreira, Armando Marçal, Idriss Boudrioua, Ney Conceição e Léo Gandelman.

O último cd do mestre é o excelente “Maurício Einhorn e Convidados: Concerto Instrumental de Harmônica de Boca”, gravado ao vivo na Sala Cecília Meireles, no dia 30 de abril de 2010, antecipando as comemorações do seu aniversário de 78 anos. Com um repertório calcado em standards do jazz e em clássicos de sua própria autoria, Einhorn recebe ao palco músicos de várias gerações, como Augusto Mattoso, Roberto Sion, Dario Galante, Kiko Continentino, Rafael Barata, Paulão 7 Cordas, Sérgio Barrozo e muitos outros. Demonstrando estar em plena forma, Maurício Einhorn ainda tem fôlego e disposição para continuar nos encantando por muitos e muitos anos.

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