Música e outras coisas
QUE A FORÇA ESTEJA COM VOCÊ!
Na iconografia da cultura pop, poucos personagens se impõem com tamanho carisma quanto o infalível Mestre Yoda. Membro de uma raça desconhecida, o Grande Mestre da Ordem Jedi tinha como missão manter o equilíbrio do universo e proteger a República Galáctica das investidas do pérfido Chanceler Palpatine. Após a sangrenta Guerra Civil Galáctica, Palpatine dizima as forças republicanas e praticamente extermina todos os membros da Ordem Jedi, finalmente conseguindo se tornar o Imperador, com a valiosa ajuda de Darth Vader, um ex-cavaleiro Jedi que sucumbiu aos encantos do Lado Negro da Força.
Exilado no inóspito planeta Dagobah, Mestre Yoda permaneceu anônimo por muitos anos, até que o destemido Luke Skywalker aparece por lá e o velho Jedi aceita treinar o aspirante a cavaleiro espacial. Com sua dicção embaralhada e um absoluto domínio da Força, o misterioso poder que rege o universo, Yoda consegue transformar aquele jovem intempestivo em um verdadeiro Jedi, apto a liderar as forças rebeldes em sua luta contra a tirania imperial.
A saudação usada pelos míticos cavaleiros espaciais ainda reverbera nos ouvidos de muitas gerações, quase 35 anos depois do primeiro episódio da saga espacial criada por George Lucas ter estreado nas telas do cinema, em 1977. Ela serve para lembrar que, afinal de contas, não estamos sozinhos no espaço, a fronteira final:
- Que a Força esteja com você!
Yoda é um personagem incorruptível, dono de grande sabedoria e de um inabalável senso de justiça. Sabe-se lá por que cargas d’água, na idade madura, Clifford Everett Shank Jr. me fazia lembrar do inesquecível personagem da saga Guerra nas Estrelas. Em comum, ambos carregam consigo a sabedoria dos mestres e o completo domínio das respectivas ferramentas de trabalho: um, o sax alto, e o outro, o sabre de luz.
Clifford é bem mais conhecido nos meios jazzísticos por seu apelido de infância, Bud Shank, saxofonista alto e barítono, flautista, clarinetista, compositor e arranjador que é, virtualmente, sinônimo de West Coast Jazz. No entanto, ao invés das ensolaradas praias californianas, ele nasceu na cidade de Dayton, Ohio, no dia 27 de maio de 1926. Aquele, aliás, foi um ótimo ano para o jazz, pois além de Shank, nasceram Miles Davis, Herbie Steward, Curtis Counce, John Coltrane, Ray Brown e Jimmy Heath, só para citar alguns.
Seu primeiro instrumento foi o clarinete, que aprendeu a tocar aos dez anos, quando já era um pequeno grande admirador de Artie Shaw e Benny Goodman. Aos doze, descobriu o sax alto e passou a se dedicar com maior intensidade ao novo instrumento. Em 1942, matriculou-se na University of North Carolina, onde estudou composição e arranjo. Bud se graduou em 1946 e no ano seguinte, já estabelecido na Califórnia, foi estudar com Shorty Rogers. Ainda naquele ano, foi contratado para tocar na big band de Charlie Barnet.
Em 1948, Bud deixou a orquestra de Barnet, onde também atuavam Neal Hefti, Doc Severinsen, Claude Williamson e Clark Terry, e trabalhou algum tempo nas bandas de Alvino Rey e Art Mooney. Em 1950, o saxofonista chegou à orquestra de Stan Kenton e ali permaneceu até 1951. A big band de Kenton, na época chamada “Innovations in Modern Music Orchestra”, tinha em seus quadros alguns dos mais talentosos músicos do período, como Art Pepper, Shelly Manne, Bob Cooper e Shorty Rogers, entre muitos outros.
Estabelecido em Los Angeles, Shank passou a ser uma figurinha fácil nas gigs feitas na cidade, tocando com gente como seu ex-professor Shorty Rogers, Chet Baker, Maynard Ferguson, Bob Brookmeyer, Marty Paich, Bob Cooper e Gerry Mulligan. O chamado West Coast Jazz tomava forma e Shank foi um dos seus mais laboriosos artífices. Um dos pontos de encontro dos músicos da região era o Lighthouse Café, em Hermosa Beach, onde eram realizadas as mais animadas e concorridas jam sessions do período.
Os encontros periódicos realizados ali originaram uma banda, a Lighthouse All-Stars, liderada pelo baixista Howard Rumsey e, de 1953 a 1956, Shank foi um dos seus mais entusiasmados integrantes. Durante o período com Kenton, Bud conheceu o guitarrista brasileiro Laurindo Almeida, de quem se tornaria bastante próximo e com quem gravou, em 1953, os álbuns da série “Brazilliance” (volumes 1, 2 e 3)” que de certa forma preparam o caminho do universo jazzístico para a chegada da bossa nova de Tom Jobim e João Gilberto alguns anos depois.
Bud fez diversas gravações, como líder, para a Pacific Jazz, uma espécie de refúgio fonográfico do West Coast Jazz. Profundamente influenciado por Lester Young e por Charlie Parker, Shank se tornou, em pouco tempo, um dos mais requisitados músicos de estúdio da época, registrando participação em álbuns de Shelly Manne, Chet Baker, Pete Rugolo, Jimmy Giuffre, Buddy Collette, Gerry Mulligan, Miles Davis, Gerald Wilson, Julie London, Mel Tormé, Bill Perkins, Ray Brown e muitos outros. Em 1955 fez uma temporada de dez shows com Miles Davis no Blue Note da Filadélfia, a convite do trompetista.
Em 1956, montou um quarteto com o pianista Claude Williamson, de grande sucesso. O grupo era completado pelo baixista Don Prell e pelo baterista Chuck Flores e o álbum “Live At The Haig” (Candid, 1956), gravado no famoso clube de Los Angeles, é considerado um dos mais relevantes na discografia do saxofonista. À frente desse quarteto e na companhia dos ex-companheiros na orquestra de Kenton Bob Cooper e June Christy, Bud fez duas longas excursões à Europa.
Em 1958 o saxofonista e seu grupo realizaram uma temporada na África do Sul. A experiência de apenas duas semanas foi muito marcante. Shank conheceu a violenta segregação racial, em níveis muito mais violentos que a que havia em seu próprio país. O grupo fez shows em universidades e o público era composto apenas de brancos. Eles deram apenas um concerto para uma platéia negra e Bud não esqueceu a experiência. Ele conta:
“Um dos concertos que demos foi para os nativos e foi só o que nos permitiram. Ficamos lá umas duas semanas, talvez mais. Tocamos para os nativos num bairro. Tocamos a primeira peça e no fim, silêncio total. Durante essa peça, muito aconteceu, mas, no fim, silêncio total. Tocamos a segunda peça, a mesma coisa, mais aplausos e mais saltos enquanto tocávamos. No fim, silêncio total. Tocamos a terceira peça e começaram a cair no palco muitas moedas sul-africanas. Pensamos que eles estavam nos hostilizando, mas só depois percebemos que era assim que mostravam o seu apreço.”
No ano seguinte, 1959, Shank comporia a sua primeira trilha sonora, para o filme “Slippery When Wet”, dirigido por Bruce Brown e que foi um dos primeiros filmes sobre o cenário do surf na Califórnia. Em seguida, viriam as trilhas sonoras dos longas metragem “Barefoot Adventure” (1961), outra película dirigida por Brown, e “War Hunt” (1962). Como músico de estúdio, Bud trabalhou nas trilhas de filmes importantes, como “The Thomas Crown Affair” (1968, com direção de Norman Jewinson e estrelando com Steve McQueen e Faye Dunaway) e “The Summer of '42” (1971, dirigido por Robert Mulligan e estrelado pela belíssima Jennifer O’Neall), ambas compostas por Michel Legrand.
Outras trilhas das quais Bud participaria ao longo da carreira seriam as dos filmes “Assault On A Queen”, de 1966, dirigido por Jack Donohue, “Califórnia Suíte”, de 1978, dirigido por Herbert Ross (o francês Claude Bolling foi o criador da trilha) e os clássicos “Bulitt”, de 1968, dirigido por Peter Yates e estrelado por Steve McQueen e Jacqueline Bisset (a trilha é de autoria do argentino Lalo Schifrin) e “The Conversattion”, de 1974, dirigido por Francis Ford Copolla e estrelado por Gene Hackman (David Shire compôs a trilha sonora).
No final da década de 50, Shank co-liderou um quinteto com Carmell Jones, um dos mais ferozes e hábeis trompetistas do hard bop e que se notabilizaria por seu trabalho com Horace Silver. O grupo, atração fixa do clube Drift Inn, em Malibu, também contava com o guitarrista Dennis Budimir e o baixista Gary Peacock. A década seguinte flagraria Bud em contextos menos ligados ao jazz. Primeiramente, trabalhou com o citarista indiano Ravi Shankar. Em seguida, foi a vez de tocar com o pianista brasileiro Sérgio Mendes, um dos músicos brasileiros de maior sucesso nos Estados Unidos.
Uma de suas atuações mais conhecidas foi na gravação do megahit “California Dreamin’”, da banda Mamas and the Papas, onde Shank toca flauta. Em 1966 Shank lançou o bem sucedido álbum “Michelle”, no qual interpreta vários sucessos da música pop, como “Yesterday”, “Turn! Turn! Turn!” e “Girl”, e que ficou muito bem colocado na parada da Billboard. O álbum contou com a participação de Chet Baker e o saxofonista repetiria a dose com os subseqüentes “Magical Mistery” (1978) e “Let It Be” (1970), que também fizeram bonito nas paradas de sucesso. Todos esses discos foram lançados pela World Pacific e para alguns puristas, Shank havia sido cooptado pelo Lado Negro da Força. Sobre suas escolhas pouco ortodoxas, ele disse em uma entrevista certa vez:
“Eu tinha que sobreviver. Quando eu me tornei músico de estúdio, eu estava sem trabalho há um bom tempo, desde que o mercado de jazz se retraiu violentamente, por volta de 1962 ou 1963. Creio que nenhum de nós percebeu o que estava acontecendo, mas muitos músicos de jazz tiveram que se mudar para a Europa para poder trabalhar. Alguns desistiram completamente de tocar, outros acabaram numa espécie de Terra do Nunca, por causa do vício. E houve gente que se estabeleceu em outras áreas do mercado musical. Foi o que eu fiz. Fui trabalhar como músico de estúdio, utilizando as ferramentas que eu tinha, a flauta e o saxofone. Alguém pode chamar isso de uma postura indigna? Eu acho que não.”
A década de 60 marcou também uma aproximação de Shank com o universo psicodélico que tomava conta do cenário cultural norte-americano, emergindo com muita força na Califórnia. Como resultado dessa interação, destaca-se o curioso “A Spoonfull Of Jazz”, onde interpreta temas da banda Lovin’ Spoonfull. Embora seja renegado pelos puristas, o álbum reúne uma boa quantidade de feras, como Frank Rosolino, Conte Candoli e Buddy Childers, com arranjos de Shorty Rogers.
Shank se manteve em intensa atividade e conseguia despertar grande curiosidade por seu trabalho, muito por causa de sua mente aberta para sonoridades de outras latitudes, como fez como a bossa nova. Álbuns como “Bossa Nova Jazz Samba”, de 1962, ou “Brazil! Brazil! Brazil!”, de 1967, ajudaram a mantê-lo como uma das presenças de maior destaque nos clubes, universidades, festivais de jazz e estúdios de gravação. Bud foi primeiro saxofonista/flautista a ser agraciado como o “Most Valuable Player” pela National Academy of Recording Arts and Sciences (NARAS).
Na década de 70, o saxofonista continuou as suas explorações das fronteiras musicais, tocando com o japonês Kimio Eto, que toca um instrumento tradicional chamado koto, e novamente com o indiano Ravi Shankar. A bordo do L. A. Four, formado em 1974, juntamente com os velhos camaradas Laurindo de Almeida, Ray Brown e Chuck Flores, Shank capitaneou um dos pequenos grupos mais bem-sucedidos da década. Flores seria substituído por Shelly Manne que, mais tarde, daria lugar a Jeff Hamilton. O grupo viajaria por países como México, Austrália, Nova Zelândia, Japão e Canadá, e lançaria diversos álbum pela Concord.
Um dos trabalhos mais gratificantes de Shank foi acompanhar Frank Sinatra em uma turnê pela Austrália, em 1975. Sobre Old Blue Eyes, disse: “Ele era um cantor maravilhoso! Aprendi muito sobre como tocar baladas, só de ouvi-lo cantar. Nunca houve ninguém como ele. Nem nos anos quarenta. Ele criou o estilo dele com a orquestra de Tommy Dorsey. Nos anos quarenta! E o que é que havia antes?”.
Em 1983, Shank excursionou com Shorty Rogers e a dupla, que nos anos seguintes se reuniria em diversas ocasiões, lançou alguns bons álbuns, como “Yesterday, Today And Forever” (1983, Concord) e “California Concert” (1985, Contemporary). Em 1985, foi o solista convidado pela Royal Philharmonic Orchestra, tendo se apresentado também ao lado da New American Orchestra. Ainda em 1985, foi uma das atrações da “Gran Parade du Jazz”, realizada durante o Festival de Nice daquele ano, juntamente com os “West Coast Giants”. No ano seguinte, ele montaria um novo quarteto, deixando de lado a flauta e dedicando-se apenas ao sax alto.
A discografia alentada de Bud exibe trabalhos para selos mais diversos, como Nocturne Records, Pacific Jazz, Koch, Concord, Toshiba, Kimberly, Jazzed Media, Contemporary, Milestone, Raw Records e 32 Jazz e ultimamente ele lançava, no mínimo, um álbum por ano, mesmo quando já havia ultrapassado a casa dos 60 anos. Muito bem sucedido profissionalmente e dono de uma confortável situação financeira (possuía uma coleção de automóveis Porsche), Shank podia se dar ao luxo de gravar apenas como, quando e com quem queria.
Prova disso é o excelente “I Told You So” (Candid), um de seus álbuns mais belos e que foi feito, exatamente, durante a sua fase outonal. Gravado ao vivo no lendário Birdland de Nova Iorque, nos dias 26 e 27 de junho de 1992, o disco conta com as excelsas participações de Kenny Barron no piano, Victor Lewis na bateria e Lonie Plaxico no contrabaixo acústico.
“I Told You So”, a faixa de abertura e que dá nome ao disco, é uma composição do pianista George Cables, fortemente inspirada pelos ritmos afro-caribenhos. Percebem-se elementos de rumba, salsa e até de samba, mas o sentido harmônico do jazz se faz presente na impecável articulação de Shank e também no piano maroto de Barron, a meio caminho entre as escolas tipicamente bop e a cubana.
A seguir, uma pungente interpretação de “My Funny Valentine”, gema de Richard Rodgers e Lorenz Hart que Chet Baker imortalizou. O líder usa aqui uma sonoridade propositalmente suja e quase crua, para contrastar com a atmosfera lírica do tema. Suas intervenções são cheias de paixão e seus acordes são lancinantes como o lamento de amor de um coração abandonado. Barron é um pianista refinado, que sabe impor a sua personalidade em qualquer contexto. Aqui o seu toque cristalino se contrapõe, com ternura e enlevo, à abordagem sombria de Shank, com um resultado belíssimo.
“The Continental” é uma composição de autoria de Con Conrad e Herb Magidson e a versão do quarteto adapta o tema a uma linguagem moderna, de matriz coltraneana. Interessante notar que Shank, mesmo sendo essencialmente um saxofonista alto, não escapou da influência de Coltrane e suas inflexões quebradiças e notas prolongadas dão a medida dessa ligação. Plaxico se desdobra para criar o ambiente harmônico acolhedor e Lewis tem aqui a sua atuação mais cintilante, com direito a um solo de grande eloqüência rítmica.
“Emily” é resultado da parceria entre Johnny Mandel e Johnny Mercer e a versão elaborada por Shank e seus comandados é bastante graciosa. São dez minutos de um passeio melódico-sentimental, que agrega referências que vão da valsa ao blues, caracterizando aquilo que o crítico Mark Gardner chama de “formidável exibição de técnica, aliada a uma robusta variedade de performances individuais”. O solo de Plaxico, tranqüilo e inebriante, é um dos pontos altos dessa faixa, na qual também se destaca o infalível senso de tempo de Barron, sempre a postos para executar a nota precisa, no instante exato.
“Dance of the Little Ones” é uma composição do próprio Shank, incluída na suíte “The Lost Cathedral”. Com um pé no blues e outro no soul jazz, o tema revela também elementos caros às estruturas monkianas, especialmente por conta do piano dissonante e metálico de Barron. Os solos de Shank são enfáticos, urgentes, imprevisíveis. Mais uma grande atuação de Plaxico, não apenas na parte rítmica, mas também no seu vigoroso solo.
“My Old Flame” foi composta por Sam Coslow e Arthur Johnston e gravada por Charlie Parker. A versão apresentada no disco é um dueto entre Shank e Barron, executado com grande lirismo e passagens enternecedoras. O fraseado sedutor de Bud conduz a melodia de maneira lânguida e amorosa, enquanto o piano é sutil sem ser dócil e evocativo sem ser conformista.
“Limehouse Blues”, que fecha o disco, é um tema de autoria de Philip Braham e Douglas Furber e a versão do quarteto potente e inflamada. Destaques para a ferocidade incontida com que o líder ataca o saxofone e para a não menos impetuosa digitação do pianista, em um arranjo que moderniza o bom e velho West Coast Jazz, sem lhe retirar a alegria e a espontaneidade. Certamente existem discos de Shank mais cultuados pela crítica, mas a atmosfera mágica de uma gravação ao vivo e a química perfeita dos quatro torna este registro uma pequena, mas valiosa, jóia fonográfica.
Ainda na atarefada década de 90, ele montou o “Bud Shank Jazz Workshop” e participou do Jazz Southwest Festival, em Albuquerque. A rotina de excursões se manteve intensa e por duas ocasiões ele esteve no Brasil, para fazer apresentações. A primeira delas foi no Chivas Jazz Festival, em um concerto realizado na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, no dia 05 de maio de 2004, à frente de uma banda que incluía Billy Mays no piano, Bob Magnusson no contrabaixo e Joe La Barbera na bateria.
Na segunda vez, Shank se apresentou no extinto Mistura Fina, também no Rio de Janeiro, nos dias 17 e 18 de novembro de 2006, dividindo os créditos com o pianista João Donato, seu parceiro no ótimo “Uma tarde com Bud Shank e João Donato”, gravado para a Biscoito Fino em 2004. A banda era complementada pelo baixista Luiz Alves e pelo baterista Robertinho Silva.
Nos últimos anos da longeva carreira, Bud montou diversos pequenos conjuntos, cercando-se de grandes músicos de gerações mais novas, como Cyrus Chestnut, George Mraz, Lewis Nash, Bill Mays, Alan Broadbent, Bob Magnusson, Mike Wofford e muitos outros. Também gravou o elogiado “Bouncing With Bud And Phil” (Capri, 2005), ao lado do companheiro de geração Phil Woods, outro altoísta extraordinário.
Shank faleceu no dia 02 de abril de 2009, em Tucson, Arizona, em decorrência de uma embolia pulmonar. Tinha 82 anos, sessenta deles intensamente dedicados ao jazz. Antes de morrer, Bud doou seu acervo particular, incluindo fotos, partituras e gravações, para o Los Angeles Jazz Institute. Sua última aparição pública foi em um concerto no clube Jazz Bakery, em Los Angeles, no mês de janeiro daquele ano, liderando um quarteto onde figuravam o pianista Bill Mays, o baterista Joe La Barbera e o baixista Bob Magnusson.
Na véspera de seu falecimento, ele ainda participou de uma sessão de gravação em San Diego, contrariando as recomendações médicas. Pode-se dizer que ele, praticamente, morreu fazendo aquilo que mais amava: música. Para Pedro “Apóstolo” Cardoso, Shank possuía um “toque pessoal com clara tendência “parkeriana” no sax alto, em uma trilha de absoluto controle e perfeição de sonoridade, que classifico de radiante, delicada, matizada, encadeando segmentos curtos das frases com grande velocidade, com alguns lampejos de vibrato”.
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