Música e outras coisas
COISAS DE IRMÃOS – A MINI-SAIA
Minha família é bastante grande. 13 filhos, todo o patrimônio dos nossos Pais. Treze filhos e uma casa de tamanho proporcional, para abrigá-los. Oito mulheres e cinco homens. Todos, graças a Deus e aos nossos Pais, muito unidos e solidários.
Muitas histórias engraçadas ocorrem nessas famílias que só existiam há tempos atrás. Muito difícil que, nos dias de hoje, um casal goste tanto de crianças, que chegue a fazer esse sacrifício de gerar, criar, educar, alimentar, formar, uma ninhada tão extensa.
Mas as recompensas também foram grandes. Apesar da luta constante, meus pais tiveram alegrias constantes, também. Vou dividir por aqui com vocês uma historinha-quase-anedota.
Meu pai, que cuidava da prole com muita atenção e carinho, redobrava esse zelo quando se tratava do lado feminino da ninhada. Oito moças bonitas despertam a atenção de pretendentes e o meu Velho não dormia em serviço.
Na sala de jantar da casa, um relógio de pêndulo batia as horas e meias-horas. Religiosamente. Era o vigia dos horários da família e meu Pai o tratava muito bem, sempre o alimentado de corda, no mecanismo.
Quando as festinhas ou o cinema do fim de semana se prolongavam um pouco mais das dez da noite e os namorados ou noivos vinham trazer as moças em casa, o Velho estava lá, vigilante e atento. Mas ficava calado, no seu quarto..
No dia seguinte, vinha a observação:
- A sessão do cinema atrasou?, ou
- Perderam o horário do ônibus?..
Mas, havia também o lado engraçado dessa vigilância toda.
Certa noite, Ruth e o noivo, hoje seu marido, iam para uma festinha, um “assustado”, na casa de uma amiga. O noivo e meu pai conversavam no terraço, enquanto ela se aprontava.
Quando passa pelos dois, ela de mini-saia, a moda da época, recebe o olhar de desaprovação do Velho e uma pergunta à queima-roupa (literalmente):
- Posso saber para onde vai a pastora?
Sem perder a pose, mas também rápida no gatilho, responde Ruth:
- Direto para o quarto, para trocar de roupa...
Risos gerais, inclusive do noivo e do Patriarca.
(Muito obrigado à mana Dulce que, num papo gostoso, ontem à noite, enquanto tomávamos uma canja deliciosa, relembrou essa historieta)
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