UM CONTO DE NATAL
Música e outras coisas

UM CONTO DE NATAL



Caminhar sozinho, à noite, pelas ruas de uma grande cidade, pode ser uma experiência assustadora. Sobretudo quando você tem apenas doze anos. Sobretudo quando você não tem pai nem mãe. Nem casa. Nem amigos. Nem lugar prá dormir. Nem dinheiro. Nem comida. O frio impiedoso parecia congelar cada célula, cada pequena unidade orgânica do seu corpo. Com os olhos semicerrados, ele caminhava, trôpego, pelas calçadas desertas. O eco de seus passos era o único som audível.

Não havia gente e nem carros na rua. As luvas estavam rasgadas e para amenizar o frio ele punha as mãos dentro dos bolsos do velho casaco. Ainda lhe sobraram duas fatias de pão, que ele apalpou com sofreguidão, como se quisesse ter a certeza de que o alimento continuava em seu poder. Caminhando a esmo pelas ruas desertas do centro, Detroit lhe pareceu ainda mais inóspita. Viera dar na cidade, depois de fugir do orfanato em Albuquerque. O calor do Novo México jamais lhe pareceu tão acolhedor.

Pegara carona com um caminhoneiro, que tentara molestá-lo. O pequeno canivete e o olhar assassino que dirigiu ao homem o fizeram desistir da idéia. O sujeito foi embora e ele ficou, sozinho, em um ponto ermo da rodovia. Depois de caminhar por quase duas horas, chegara a um posto de gasolina decrépito, mas conseguiu um lugar para dormir. No dia seguinte, conheceu um velho hippie de cabelos desgrenhados e roupas coloridas, com quem viajou por alguns dias. Ora a pé, ora de carona, a dupla chegou a Kansas City.

O velho hippie resolveu ficar por ali e o garoto continuou a viagem de trem. Como clandestino, é claro. Saint Louis, Cincinnati, Chicago e, finalmente, Detroit. No orfanato ouvira um boato de que seu pai, depois de abandonar a mãe, havia ido tentar a sorte como operário na indústria automobilística. A mulher morreria menos de dez meses depois. O atestado de óbito consignava pneumonia como causa da morte. Mas ele, que tinha então só três anos, sabia que sua mãe havia morrido de tristeza. Sem parentes ou amigos, foi mandado para uma instituição que recebia crianças na mesma situação.

Várias crianças que ele conheceu ali acabaram por ser adotadas. Skippy, Charlie, Loretta, Minnie, Geoff, Nat, Rick. Todos haviam conseguido um lar. Brancos ou negros, grandes ou pequenos. Até o retardado do Justin, um aprendiz de delinqüente, cujo passatempo era estripar todos os pequenos animais que encontrava, havia conseguido um lar. Menos ele. Oito de espera anos e nada! Seu olhar duro e seu temperamento arredio não facilitavam as coisas. Uma única vez um casal demonstrou interesse em adotá-lo. Levaram-no para passear algumas vezes, foram ao zoológico, ao cinema. Até fizeram um piquenique com ele.

Mas não houve empatia e o casal acabou desistindo. Soube, algum tempo depois, que a mulher havia engravidado. Não ficou triste. Apenas um pouco decepcionado. Depois disso, nada de piqueniques ou de cinema. Um dia, sem pensar muito, colocou suas poucas peças de roupa em uma trouxinha, aproveitou um descuido da portaria e se escondeu na carroceria do caminhão que levava o leite para o orfanato. Fugas eram algo corriqueiro ali e tinha certeza de que não o procurariam por muito tempo. Não que fosse maltratado ou que sofresse castigos físicos. Apenas era ignorado, um ser invisível afetiva e socialmente. Um número nas estatísticas. Apenas mais um prato de comida.

Decidiu procurar o pai. Detroit era menos que uma pista. Era apenas um rumor. Uma voz longínqua em sua intuição, que ele ouvia como se fosse um breve sussurro. Mas era a única coisa que tinha. Em Cincinnati conseguiu algumas roupas para frio em um bazar da Brigada da Solidariedade. Dentro do bolso de uma camisa de flanela, encontrou uma nota de dez dólares. Foi a uma lanchonete e comeu como um rei. Batata frita. Refrigerante. Hambúrguer. Uma barra de chocolate Wonka. Quase não conseguiu levantar da mesa. Manteve o olhar altivo quando se dirigiu ao caixa e pagou sua despesa. Haviam sobrado exatos três dólares. Muito mais do que ele tinha quando começou a viagem.

Apertou o passo e tentou ignorar os flocos de neve que insistiam em desabar sobre a sua cabeça. Desde que chegara a Detroit, há menos de uma semana, sentira a atmosfera inamistosa da cidade. Um sentimento muito próximo da saudade apertou-lhe o peito e ele apertou os olhos com força. Se soubesse chorar, certamente o faria. Frio, fome, cansaço. Dormira pelas ruas ou em algumas das inúmeras construções abandonadas que existem às centenas pela cidade. Soube que os empregos haviam desaparecido.

Ninguém conhecia seu pai. Se ele realmente tivesse vindo para Detroit, certamente teria sido demitido há tempos. As fábricas de automóveis, peças e componentes simplesmente haviam desaparecido. Os enormes galpões, desertos e mal cuidados, eram o único vestígio da famosa Cidade dos Motores. Cidade Fantasma dos Motores, pensou. Era quase meia-noite e só então se deu conta de que dia era aquele. Era a véspera de Natal. Uma data como outra qualquer para ele. Lembrava vagamente que costumava receber, no orfanato, um brinquedo por ocasião do Natal. Algumas pessoas costumavam levar presentes para ser distribuídos às crianças.

Como o número de presentes sempre era menor que o de crianças, os mais velhos iam, progressivamente, sendo excluídos da distribuição. Havia uns três Natais que não ganhava nada e aquela data passou a ser ainda menos importante para ele. Esfregou as mãos no rosto e depois nas orelhas. O frio era cada vez mais intenso e os pés começavam a ficar dormentes. Ao passar sob uma marquise, algo chamou a sua atenção. Havia alguém ali. A rua estava escura e o medo quase conseguiu vencer a sua curiosidade. Mas ele seguiu em frente. O vulto ganhava forma. Eram duas pessoas. Na verdade, três. Um homem, uma mulher e, entre eles, um bebê. Os três lutavam para se agasalhar com um velho cobertor e alguns pedaços de papelão, que faziam as vezes de colchão.

Ele perdeu o medo e sentiu que, de alguma forma, havia pessoas em situação pior que a sua. O bebê estava com o rosto vermelho por causa do frio, mas não chorava. De algum modo, parecia saber que seu choro não adiantaria muito e que deixaria a situação ainda mais desesperadora. Aproximou-se dos três:

- Boa noite! Posso ajudá-los?

O homem lançou-lhe um olhar ríspido e sua resposta foi quase grosseira:

- Bem, se você tiver uma lareira aí com você, nós agradeceríamos.

A mulher interveio:

-Desculpe. Como pode ver, não estamos em um momento dos mais felizes. Mas se quiser, fique aqui conosco. Dividiremos o cobertor com você.

Ela deu um sorriso e o garoto sentiu algo diferente. Algo de que ele lembrava muito vagamente. Uma sensação de conforto e acolhimento, como há muito não sentia. Não sabia o que era, apenas que era bom. Sentou-se junto ao trio e começou a brincar com o bebê. Este deu um sorriso e estendeu-lhe as mãozinhas. Criou coragem e perguntou:

- O que houve? Porque estão aqui?

O homem expirou e já ia lhe dizer algo, quando a mulher pôs a mão em sua boca, carinhosamente. Depois, ela falou:

- Detroit já foi um bom lugar para viver. Havia trabalho e oportunidades para todos. Depois as coisas pioraram bastante. Muita gente foi embora. Nós estamos entre aqueles que não souberam o momento certo de partir.

O homem então disse:

- Perdemos o trem. O inclemente trem da história. É por isso que estamos aqui.

Depois, em um tom menos amargurado, falou:

- Tudo podia ser diferente. A vida, garoto, é escolher. Não se trata de outra coisa. E eu fiz as escolhas erradas. Pena que eu não esteja pagando sozinho o preço dessas escolhas. Olhou para a mulher, que apenas sorriu e, novamente, passou a mão em seu rosto.

O garoto notou que, apesar de sujos e mal cuidados, os três eram muito bonitos. O homem tinha a barba por fazer e os cabelos desalinhados, mas tinha um aspecto distinto. Olhar atento, queixo resoluto. Se estivesse arrumado, passaria por um artista de cinema. A mulher possuía uma nobreza e uma dignidade tão intensas que nem a miséria havia sido capaz de contaminar. Os olhos muito azuis chamavam a atenção. O bebê possuía os mesmos olhos e a mesma dignidade. Meteu a mão no bolso e tirou dali as duas últimas fatias de pão que carregava consigo. Ofereceu ao casal.

O homem recusou, ofendido. A mulher tomou-lhe as fatias da mão e agradeceu. Depois, abriu uma pequena caixa de papelão e de lá tirou uma garrafa térmica. Apanhou três copos de papelão, pôs um pouco de café em cada um deles e repartiu as duas fatias de pão, em três porções idênticas. Em seguida, ofereceu ao garoto e ao marido aquela refeição magra e improvisada, dizendo:

- Hoje é Natal e essa é a nossa ceia. Não é aquela com que sonhamos, mas é a que podemos ter.

Fechou os olhos e fez uma oração em voz baixa. O bebê sentia a gravidade daquele momento e permanecia quieto. A neve havia diminuído e a marquise protegia o quarteto dos poucos flocos que ainda insistiam em cair. Após comerem, os quatro se ajeitaram o melhor que podiam sobre as camadas de papelão. A princípio, o garoto recusou o pedacinho de cobertor que lhe fora oferecido, mas o frio acabou por fazê-lo desistir de seus pudores. O Natal era um dia como outro qualquer.

Apesar de toda a dramaticidade da situação, o garoto estava feliz. Era a primeira vez, em anos, que se sentia parte de algo. Era como se fosse um integrante daquela família desvalida e o infortúnio estreitava os laços entre eles. O calor que emanava da mulher o confortava e ele queria aproveitar cada segundo daquela comunhão. O cansaço venceu a resistências de suas pálpebras. Dormiram os quatro ali mesmo, sob a marquise de um velho prédio abandonado de Detroit.

Não havia estrelas no céu daquele 25 de dezembro, exceto uma. Depois que o quarteto dormiu, a estrela solitária brilhou com maior intensidade durante alguns breves segundos. Depois, foi se apagando, devagarzinho, até desaparecer completamente. A neve não voltou a cair e o frio pareceu menos intenso.

Pela manhã, o garoto foi o primeiro a acordar. Passava um pouco das seis horas e um sol, tímido, se anunciava por entre camadas de nuvens espessas. Ele lamentou ter que deixar o aconchego do seu quarto de dormir, mas estava decidido a sair daquela situação. Lembrou do bazar da Brigada da Solidariedade em Cincinnati, onde conseguira algumas roupas. Resolveu procurar algo semelhante em Detroit.

Após caminhar a esmo, cruzou com uma senhora de aspecto bondoso e pediu informações. Falou-lhe sobre o casal e o bebê que dormiam ali perto e a boa mulher condoeu-se da situação. Tirou alguns pães da sacola que carregava e entregou-os, juntamente com um litro de leite que havia comprado pouco antes, ao garoto. Antes, disse-lhe como chegar até a sede da Brigada da Solidariedade. Era cedo, mas certamente haveria gente ali para atendê-lo.

Ele voltou ao local em que havia deixado a família, deixou o leite e os pães bem à vista e correu para o lugar indicado pela senhora. Ao chegar ao local, encontrou um rapaz de cerca de 20 anos e um homem na casa dos sessenta. Pareciam pai e filho, mas logo descobriu se tratar de avô e neto. O mais velho tomava conta do local e recebia doações. Por conta do movimento do Natal, resolvera chegar mais cedo e trouxera o neto para ajudá-lo.

O garoto pediu algumas roupas, contou à dupla sobre a família e se ofereceu para ajudar o velho e seu neto a arrumar algumas prateleiras. O velho arrumou um sobretudo e um cobertor em uma sacola. Em outra, pôs mais um cobertor e algumas roupas de bebê. Na terceira, colocou algumas latas de sopa, um pacote de aveia, outro de açúcar, um pedaço de queijo, um pequeno pote de manteiga, dois litros de leite e um vidro com chocolate em pó. O garoto recebeu as sacolas como se fosse um prêmio de loteria. Seus olhos brilhavam. Antes de sair o velho disse:

- Deus o abençoe, filho. Meu nome é Charlie e o meu neto se chama Zac. Se quiser voltar, estaremos por aqui o dia inteiro.

O neto do homem enfiou alguma coisa no bolso do seu casaco e sorriu. Lá fora, percebeu que era uma pequena barra de chocolate e ele saiu carregando o seu tesouro. Passava das oito horas quando retornou ao local onde estavam seus novos companheiros. Eles já haviam comido um pouco do pão e do leite que o garoto tinha deixado ali. Também haviam dado leite para o bebê, que parecia satisfeito.

O garoto mostrou aos três as suas novas aquisições e a primeira coisa que fizeram foi colocar um macacão no bebê. A roupa estava em ótimo estado, parecia que fora usada pouquíssimas vezes. Era azul com detalhes amarelos e o bebê sorriu. O garoto falou sobre a mulher bondosa e sobre os dois homens que havia conhecido na Brigada da Solidariedade. Já não estavam com fome e, se dessem sorte, poderiam encontrar alguma outra coisa útil. Guardaram os donativos na parte de baixo do velho carrinho do bebê, o homem pôs a mochila com os parcos bens da família nas costas. Além de algumas roupas e do cobertor, havia alguns poucos livros e CDs na bagagem.

Caminharam em silêncio. Apenas o bebê emitia alguns sons e brincava com um patinho de borracha que outrora havia sido amarelo. Quando chegaram na sede da Brigada da Solidariedade, já havia outras pessoas no local. Algumas entregavam donativos, outras recebiam agasalhos e alimento. Dois homens tomavam café e uma senhora de aspecto distinto entregava a Zac algumas caixas com roupas usadas. Charlie ia arrumando os produtos que chegavam, mas percebeu a chegada do quarteto e foi ter com eles.

- Sejam bem vindos e sintam-se em casa. O que posso fazer para ajudá-los?

O homem, constrangido, disse:

- Meu nome é Dan. Essa é Lisa e o bebê é Louis. Seria possível tomarmos um banho quente?

- Claro, respondeu Charlie. O nosso lema é “sopa, sabão e solidariedade”. E deu um sorriso contagiante.

Apontou o caminho para um dos banheiros e os três se dirigiram para lá. Havia sabão, xampu, aparelhos e espuma de barbear, desodorante e até perfume no local. Quando voltaram do banho, os três pareciam outras pessoas. Haviam escolhido as melhores roupas do seu exíguo guarda-roupa e estavam bastante alinhados. O homem agradeceu a Charlie e se ofereceu para ajudar.

Charlie disse:

- Ajuda aqui é sempre bem-vinda. Estamos separando as roupas e classificando. Roupas masculinas, femininas, infantis... Também procuramos separar pelo tamanho e guardamos ali, apontando com o queixo para um enorme conjunto de prateleiras.

Dan trabalhou o dia inteiro, enquanto Lisa e o pequeno Louis acompanhavam, com atenção, a intensa movimentação no local. A cada momento, chegavam mais e mais pessoas. Por volta do meio-dia, foi servida uma sopa quente e todos os que estavam no local comeram até se fartar. O garoto, que permaneceu o tempo inteiro ajudando Lisa com o bebê, sentia-se útil e até havia esquecido o motivo pelo qual tinha viajado até Detroit. Naquele mesmo dia, Charlie conseguiu um pequeno alojamento para os quatro, em um local próximo.

Todos os dias, Dan e a sua família, que havia ganho mais um integrante, iam para a Brigada da Solidariedade e ajudavam no que fosse possível. Havia um computador no local, mas não funcionava. Dan consertou o equipamento e criou um programa para catalogar os itens recebidos, os itens doados, os nomes dos doadores e dos que recebiam as doações. Pouco tempo depois, elaborou uma página na internet, com os dados da Brigada da Solidariedade, inclusive com o número da conta para doações. O pequeno centro, que auxiliava desvalidos de todos os naipes, estava na rede.

Dan e o garoto desenvolveram uma estrita amizade. Trabalhando juntos, aprendiam um com o outro e, o mais importante, aprendiam a confiar um no outro. Lisa sentia que as coisas começavam a melhorar e que aquele garoto, surgido do nada em uma fria noite de Natal havia sido uma espécie de presente à sua família. Louis adorava o novo irmão e o garoto, cujo nome era Samuel, retribuía o amor que recebia da melhor maneira possível.

Charlie também conseguiu para Samuel uma vaga em uma escola pública e ele pôde retomar os estudos. Passaram-se três meses e um conhecido empresário local, que de tempos em tempos costumava fazer generosas doações de alimentos e roupas, apareceu na sede da brigada. Ao vê-lo, Charlie deu um sorriso de orelha a orelha. Abraçou-o e disse:

- Meu caro Lundy, que bom tê-lo por aqui! Senti sua falta!

- Charlie, Charlie! O Senhor Solidariedade! Andei tendo alguns contratempos, mas aqui estou e prometo não passar tanto tempo sem dar notícias. Mas me conte as novidades da Brigada. É impressão minha ou você conseguiu pôr ordem nessa bagunça?

- Todos os méritos são do Dan. Desde que ele chegou por aqui, as coisas andam bem mais organizadas.

Charlie apresentou os dois homens e Lundy impressionou-se com os progressos conseguidos por Dan. Uma página na internet! Um programa para controlar doações recebidas e entregues! E tudo isso com apenas um velho computador. Dan nunca falava de sua vida pessoal, mas naquele dia deixou escapar algumas informações. Perdera o emprego com a crise de 2008. Não conseguira pagar a hipoteca e perdera a casa. Vendeu o carro por uma ninharia. Lisa também havia sido dispensada, logo que seu empregador soube que ela engravidara. Viveram em um trailer, que também teve que ser vendido e acabaram indo morar nas ruas. Lundy ouviu com atenção e emocionou-se ao saber como Dan e a mulher haviam conhecido Samuel.

Alguns dias depois, Lundy voltou à brigada. Além das doações habituais, trazia um outro presente. Uma proposta de emprego. Precisava de alguém com as qualificações de Dan em sua empresa. Havia checado seu histórico profissional e as informações foram as melhores possíveis. Era o homem certo para o cargo certo. Não houve maiores formalidades. O salário era bastante razoável, o que permitiu que Dan mudasse com a família para um pequeno apartamento no subúrbio.

A vida não era luxuosa, mas bastante digna. Lisa conseguiu um emprego de meio período como secretária em um escritório de advocacia. Samuel ia para a escola e Louis ficava na creche pela manhã. À tarde, o bebê ficava com a mãe e o novo irmão. Religiosamente, a família comparecia à Brigada da Solidariedade todos os sábados e passava o dia ajudando os mais necessitados. Sempre há gente disposta a ouvir a comovente história da família. Quanto a Samuel, basta dizer que ele é um ótimo aluno e que agora, com a adoção devidamente formalizada, decidiu não mais tentar encontrar o pai biológico.

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“Então é Natal! E o que você fez?”. O mundo moderno, com as suas exigências cada vez maiores, é um desafio à convivência fraterna, ao respeito ao próximo, à solidariedade. Ainda é possível ser-se solidário nesse mundo? A história de Samuel e de sua nova família parece dizer que sim. Peço desculpas se algum leitor achar o texto meio piegas, mas no Natal é possível ser piegas e não se sentir culpado. Afinal de contas, é Natal!

O JAZZ + BOSSA deseja a todos os amigos que ao longo deste ano aqui vieram um excelente Natal, com muita paz, alegria, saúde, solidariedade e harmonia. Na trilha sonora, dois momentos com o saxofonista David Murray, que em breve merecerá um post à altura do seu talento. Por ora, basta saber que o disco é o “Seasons”, gravado para o selo Pow Wow no dia 03 de agosto dde 1998.

Além do sax tenor, Murray toca clarinete e clarinete baixo neste álbum fabuloso, onde interpreta, com sua maneira toda peculiar, standards como “Spring Will Be A Little Late This Year”, “The Summer Knows”, “September Song” e “Autumn in New York”, entre outros. A seu lado, uma banda espetacular: Sir Roland Hanna no piano, o elegante Richard Davis no contrabaixo e o competentíssimo Victor Lewis na bateria. Na radiola, o amigo poderá ouvir a belíssima “Indian Summer” e, em clima natalino, a contagiante “Let It Snow! Let It Snow! Let It Snow!”.

Um fraterno abraço a todos!

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