NO CÉU, COM DIAMANTES
Música e outras coisas

NO CÉU, COM DIAMANTES


“Há mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia”. Shakespeare estava coberto de razão. Um mistério profundo envolve a breve e iluminada existência de Clifford Brown. Nascido em Wilmington, estado de Delaware, no dia 30 de outubro de 1930, este verdadeiro gigante do jazz teve uma trajetória marcada por eventos surpreendentes e seu desaparecimento precoce faz com que, até hoje, jazzófilos do mundo inteiro se perguntem: o que ele poderia ter feito se tivesse vivido mais quinze ou vinte anos?

Ao contrário da maioria dos músicos de jazz, seu talento musical não se manifestou na infância. Apenas na adolescência é que Brown iniciou-se nas artes do trompete, instrumento que ganhou do pai quando completou treze anos. Apesar do início tardio, Clifford não demorou a demonstrar uma aptidão quase que sobrenatural para a música.

Em pouco tempo, já fazia parte da orquestra da escola e, paralelamente à educação formal, começou a estudar música com o trompetista e bandleader Robert “Boysie” Lowery. As aulas eram ministradas no porão da casa de Lowery que, mais que um simples professor, era um grande entusiasta do talento de Brown e não hesitou em agregar o trompetista à sua própria orquestra, “The Little Dukes”, integrada apenas por seus jovens alunos.

Em uma entrevista, deu o seguinte depoimento acerca do pupilo: “Quando você ouve qualquer grande trompetista da atualidade, você está ouvindo ecos de Clifford Brown. Ele trabalhava duro e praticava todos os dias. Pouca gente sabe, mas Clifford tocava piano quase tão bem quanto o trompete. Sua técnica, seus improvisos, sua capacidade de entender os outros músicos, eram fantásticos. Ele possuía uma sonoridade rara e era único na maneira de passar a sua mensagem musical”.


Na escola, a Howard High School, Brown também estudava trompete clássico com Harry Andrews e com Sam Wooding, o criador de uma das primeiras orquestras sinfônicas integradas apenas por músicos negros. Mas a grande paixão do jovem trompetista era mesmo o jazz e foi pelas mãos de Lowery que o ele participou de suas primeiras gigs na cidade natal e na Filadélfia, para onde se mudou em 1948, após a conclusão do colegial.


Na nova cidade, ia se tornando, pouco a pouco, um nome respeitado. Um dos seus admiradores era ninguém menos que o grande Fats Navarro, com quem chegou a se apresentar em clubes da região. Clifford participou de jams ao lado de outros grandes músicos que passaram por Filadélfia, como Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Kenny Dorham e J. J. Johnson, impressionando a todos com a sua técnica e sua enorme musicalidade.


Em 1949, ingressa na University of Delaware, através de uma bolsa de estudos, mas a universidade havia desativado o seu departamento de música. O trompetista não se deixou abater e optou pelo curso de matemática. O tempo livre era dedicado à prática do trompete e às gigs em Filadélfia. Numa delas, conheceu o baterista Max Roach, que o encorajou a não abandonar os estudos musicais. No início de 1950, Clifford se transfere para o Maryland State College, onde sua bolsa de estudos era aceita.


Na nova universidade, que possuía um departamento de música em plena atividade e mantinha uma orquestra de 16 integrantes, ele dá especial atenção aos estudos de arranjo e composição. Em junho daquele ano, quando as coisas pareciam estar bem encaminhadas, ele sofreu um grave acidente automobilístico, que o deixaria hospitalizado por quase seis meses.


Durante o período no hospital, Clifford recebeu a visita de Dizzy Gillespie, que lhe deu muito estímulo para encarar o doloroso processo de recuperação e fisioterapia. Somente em meados de 1951, totalmente recuperado dos ferimentos, é que ele voltaria a tocar profissionalmente.


Seu retorno aos palcos foi saudado com muita alegria na Filadélfia e durante algum tempo, Brown fez parte do grupo de R&B do baterista Chris Powell, irmão de Bud Powell. A banda, chamada “The Blue Flames”, era uma das mais populares da região da Filadélfia e influenciaria jovens músicos como Bill Halley. Foi com ela que o trompetista entrou pela primeira vez em um estúdio de gravação, em março de 1952. Em breve, Clifford se consolidaria como um respeitado sideman, podendo ser ouvido em álbuns de nomes como Dinah Washington, Art Farmer, Helen Merrill, Sarah Vaughan, Lou Donaldson e J. J. Johnson.


Em meados de 1952, Clifford foi contratado pelo pianista, compositor e arranjador Tadd Dameron e muda-se para Atlantic City. No ano seguinte, é a vez do vibrafonista Lionel Hampton recrutar Brown para a sua big band. Com Hampton, o trompetista faz a sua primeira excursão à Europa e em pouquíssimo tempo era um dos mais assediados músicos da orquestra.


Art Farmer, membro da orquestra, recorda a convivência com Clifford: “Confesso que fiquei com inveja de sua habilidade ao trompete, mas ‘Brownie’ era uma figura humana tão doce e tão calorosa que era impossível não gostar dele. Eu passei a adorar aquele sujeito, embora, como trompetista, ele tivesse tornado as coisas bem complicadas pra mim”.


Datam dessa época as célebres gravações para o selo francês Vogue, que tornariam Brown respeitado no mundo do jazz e lhe dariam o status de astro em ascensão. Juntamente com outros colegas de banda, como Art Farmer, Gigi Gryce e Jimmy Cleveland, e com o apoio de músicos franceses, como o pianista Henri Rénaud e o baixista Pierre Michelot, o trompetista deixou boquiabertos crítica e público com suas atuações demolidoras.


Outro membro da orquestra de Hampton, o trompetista Quincy Jones, elaborou os arranjos. Em uma entrevista, Jones foi enfático ao falar das qualidades humanas de Brown, tão superiores quanto as suas qualidades musicais: “Ele tinha consciência e compreensão inteligente dos problemas econômicos, sociais e morais que costumam confundir os músicos de jazz, levando-os algumas vezes a uma rebeldia sem saída. Seu nome vai permanecer como um símbolo dos ideais que o verdadeiro músico jazz deve defender”.


O lado humano de Clifford, aliás, é uma unanimidade: era um dos sujeitos mais decentes, íntegros e desprovidos de vaidade do meio jazzístico. Não bebia, não fumava e nem usava drogas, mas não era um moralista. Ao contrário, mostrava-se sempre solidário aos dramas de seus companheiros de profissão e costumava promover concertos beneficentes, para ajudar colegas em dificuldade.


Em fevereiro de 1954, o trompetista havia causou furor no mundo do jazz, graças à sua participação incendiária no álbum “Night At Birdland – Vols. 1 & 2”, sob a liderança de Art Blakey.  Esse disco mostra uma espécie de embrião dos Jazz Messengers e conta com as participações de Horace Silver no piano, Curly Russell no contrabaixo e Lou Donaldson no sax alto. No final daquele ano, Clifford recebeu o New Star Award, conferido pela Down Beat, em votação da crítica.


Atendendo a um convite de Max Roach, que havia se impressionado com a sua atuação no grupo de Blakey, o trompetista se muda para Los Angeles. Na Califórnia, os dois montam o “Clifford Brown-Max Roach Quintet”, cuja importância e influência para a história do jazz só encontram paralelo com os Jazz Messengers de Blakey, o quinteto de Miles Davis do final dos anos 50 e o quarteto de Coltrane dos primeiros anos da década de 60.


O impacto do grupo de Brown e Roach foi tremendo e ajudou a revigorar o idioma bop, consolidando uma vertente mais vigorosa, hoje conhecida como hard bop. As primeiras gravações foram realizadas em Los Angeles, em maio de 1954. O grupo contava ainda com Teddy Edwards no sax tenor, Carl Perkins no piano e George Morrow no contrabaixo.


Pouco tempo depois, duas mudanças importantes. Saem Edwards e Perkins e entram os não menos talentosos Harold Land e Richie Powell (outro irmão de Bud Powell). Em agosto daquele ano essa formação entrou novamente no estúdio para gravar gemas como “Jordu”, de Duke Jordan, “Joy Spring” e “Daahoud”, dois temas de Clifford que se tornariam clássicos do jazz.


No final de 1954, o quinteto fez uma vitoriosa excursão pelos Estados Unidos, sempre lotando clubes e ginásios. Cidades como Nova Iorque, Boston, Pittsburgh, Baltimore, Washington, Saint Louis, Cleveland, Detroit, Chicago e Filadélfia receberam com entusiasmo aquele que era saudado como o novo Messias do Jazz. O sucesso rendeu a Brown o convite para gravar “With Strings”, onde o trompetista revisita clássicos como “Laura”, “Lullaby of Birdland”, “Yesterdays” e “Willow Weep For Me”, secundado por uma orquestra de cordas.


Nos dias 23, 24 e 25 de fevereiro de 1955, o quinteto de Brown e  Roach entrou nos estúdios da EmArcy, em Nova Iorque, para gravar um dos seus álbuns mais geniais: “Study in Brown”. Para abrir os trabalhos, o tema escolhido foi a incendiária “Cherokee”, de Ray Noble, executada na velocidade da luz. O calmo e sereno Brown se transfigura ao colocar o trompete nos lábios. Seu fraseado é cortante e seus improvisos , ensandecidos. O criativo Land é um solista de grandes recursos e se ombreia ao trompetista em agilidade, potência sonora e clareza de idéias. Roach é um dos mais técnicos e dinâmicos bateristas da história do jazz e suas intervenções são sempre viscerais.


A seguir, um tema de autoria de Powell, “Jacqui”, no qual o pianista brilha na parte rítmica e se agiganta nos solos, mostrando a força da genética familiar. Land e Brown atacam em uníssono e revelam uma enorme cumplicidade. Ao improvisar, trompete e saxofone não economizam acordes, despejando uma sonoridade vigorosa e rica em idéias harmônicas.


Na rápida “Swingin’”, de Brown, as frases se repetem de maneira vertiginosa e a temperatura se eleva a níveis vulcânicos. O trompetista passa em revista os registros grave, médio e agudo do seu instrumento com uma ferocidade e uma volúpia impressionantes. Roach e Land cometem solos igualmente empolgantes, enquanto Morrow e Powell acompanham a fúria dos companheiros com uma sólida competência.


“Land’s End”, composta pelo saxofonista, é um tema relaxado, executado em tempo médio. A percussão de Roach atinge um novo patamar de infalibilidade e sua interação com Morrow é quase que telepática. “George's Dilemma” é outra composição de Brown, que flerta com os ritmos afro-caribenhos e apresenta performances irretocáveis de Powell, Land e, principalmente, do exuberante trompetista.


A empolgante “Sandu” é um animado blues em tempo médio e reflete a grandeza do compositor Clifford. Se como instrumentista ele se alinha entre os trompetistas mais inventivos e bem-dotados tecnicamente, o seu talento composicional não é menos fulgurante. O caleidoscópio rítmico de Roach trafega pelo blues e pelo bebop com igual maestria. A sonoridade encorpada de land, que enfatiza os registros mais graves do sax tenor, transmite a sensação de opulência indispensável ao blues.


Brown ainda contribuiria com mais um tema, “Gerkin for Perkin”, hard bop pulsante, no qual o seu trompete mágico reina de forma absoluta. A obscura “If I Love Again”, de Ben Oakland e Jack Murray, é executada em tempo ultra rápido. Clifford parece se sentir especialmente à vontade nesse contexto e a poderosa sucessão de acordes que ele extrai do seu instrumento é impressionante. Land é um parceiro arrojado e não se intimida com a eloqüência do trompetista, construindo solos fluidos e concatenados.


É emblemático que o tema escolhido para encerrar o disco seja um dos temas mais cultuados da Era do Swing: “Take The A Train”, de Billy Strayhorn. A versão do quinteto, vigorosa e inflamada, deixando claro que o bebop é um passo adiante na linha evolutiva do jazz e não propriamente uma ruptura com as escolas que o precederam. As atuações de Land, Brown e Powell são espetaculares, mas o maior destaque individual vai, sem dúvida, para a vulcânica performance de Roach. Um álbum que representa aquilo que de melhor Clifford Brown produziu em sua curta, mas iluminada, carreira.


Essa formação se manteve estável até dezembro de 1955, quando Land saiu do grupo, por motivos de natureza familiar, sendo substituído por Sonny Rollins. Na época, Rollins despontava como o mais talentoso saxofonista do hard bop e ninguém tinha dúvidas de que em pouco tempo teria uma estatura comparável aos seus ilustre predecessores Dexter Gordon, Coleman Hawkins e Lester Young.


A chegada de Rollins deu ainda mais consistência ao grupo e tornou-o ainda mais vibrante, como se pode comprovar no histórico “At Basin Street” (Verve, 1956). A influência de Brown sobre Rollins, que naquele período estava profundamente envolvido com a heroína, extrapolou o âmbito estritamente musical e, graças ao apoio do amigo, durante um bom tempo o saxofonista se manteve distante das drogas.


O próprio Rollins certa vez declarou: “Clifford teve uma profunda influência sobre a minha vida pessoal. Ele me mostrou que era possível levar uma vida saudável, sem excessos, e ainda assim ser um bom músico de jazz. ‘Brownie’ possuía uma sabedoria pouco comum para um sujeito de apenas vinte e cinco anos. Ele foi como uma estrela cadente, que em um momento você vê e no momento seguinte ela já desapareceu de sua vista”.


Aliás, essa firmeza de caráter de Brown era outra de suas características mais marcante. Ele era radicalmente contra a prática, comum na época, de se contratar músicos de renome, para tocar com sessões rítmicas locais, o que diminuía consideravelmente o valor total dos cachês. Ou o quinteto se apresentava em sua formação integral ou as propostas dos donos de clube não eram sequer ouvidas.


Em uma entrevista da época, ele se manifestou sobre o assunto: “Os donos de clube querem contratar apenas estrelas e querem economizar contratando acompanhantes locais. Eu e Max recebemos várias propostas nesse sentido, para tocar em cidades como Nova Iorque e Chicago, para atuarmos com músicos da própria cidade, mas jamais concordamos. A menos que contratem todo o grupo, não vamos aceitar. Somos uma unidade e se desejamos permanecer juntos, temos que trabalhar juntos em todas as circunstâncias”.


A união do grupo era algo muito nítido. Mesmo depois de ter saído do quinteto, Harold Land manteve a amizade com Clifford e dá o seu testemunho do período em que tocaram juntos: “Havia um clima de camaradagem muito forte entre todos os membros do grupo. Nós éramos como uma família e mesmo pessoas de fora conseguiam perceber a nossa ligação. Aquilo era algo raro, pois em poucos grupos encontrei tamanho companheirismo e respeito mútuo”.


Na noite chuvosa de 26 de junho de 1956, Brown viajava da Filadélfia para Chicago, onde o quinteto iria se apresentar. No automóvel estavam também o pianista Richie Powell e a esposa deste, Nancy, que dirigia o veículo. Na altura de Bedford, ainda no estado da Pensilvânia, ela perdeu o controle da direção e o veículo caiu em um precipício. Nenhum dos ocupantes sobreviveu.


O corpo do trompetista foi enterrado no Mount Zion Cemetery, em sua Wilmington natal. O acidente aconteceu no dia em Clifford e a esposa, LaRue, comemoravam o segundo aniversário de casamento. Ela, que também completava 22 anos naquele mesmo dia, havia pedido ao marido que não viajasse a Chicago, por conta das péssimas condições do tempo. Sua última recomendação foi para que Brown não deixasse, em hipótese alguma, que Nancy Powell (que era míope e havia tirado a habilitação há bem pouco tempo) dirigisse o carro.


Brown recebeu diversas homenagens póstumas. A mais emocionante lhe foi prestada pelo saxofonista Benny Golson, que louvou a memória do amigo em sua belíssima composição “I Remember Clifford”. O trompetista foi incluído, postumamente, no “Jazz Hall of Fame” da revista Down Beat, em 1972. Helen Merrill, que em 1954 havia gravado um disco com Brown pela EmArcy, dedicou-lhe o disco “Brownie: Homage to Clifford Brown”, de 1995, no qual está acompanhada por trompetistas como Lew Soloff, Tom Harrell, Wallace Roney e Roy Hargrove.


Desde 1989, Wilmington sedia o “Clifford Brown Jazz Festival”, realizado anualmente e que já recebeu artistas de primeira linha como Junior Mance, Rufus Reid, Roy Haynes, Javon Jackson, Maria Schneider Orchestra, Stanley Clarke, McCoy Tyner, Curtis Fuller, Diane Schurr, Lou Donaldson, Gonzalo Rubalcaba, Ahmad Jamal, Terrell Stafford, Kenny Barron, Herbie Hancock, Wynton Marsalis, Cyrus Chestnut, Michael Brecker e os brasileiros Flora Purim, Airto Moreira e Ivan Lins.


Passados mais de cinqüenta anos de sua morte física, Clifford Brown está mais vivo do que nunca. Sua influência pode ser facilmente observada na obra de trompetistas das mais diversas gerações, como Donald Byrd, Lee Morgan, Booker Little, Freddie Hubbard, Woody Shaw, Arturo Sandoval, Valery Ponomarev, Wynton Marsalis, Terell Stafford e Cláudio Roditi.


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