Vou começar este texto de hoje dando uma de botânico.
Assim, transcrevo a definição científica dessa planta cujas flores ilustram o post:
A Achyrocline Satureioides, da família asteracea, vulgarmente conhecida como macela ou marcela e por eloyatei-caá em Tupi-guarani.
As flores da macela costumam ser usadas pela população como estofo de travesseiros para os bebês, por se acreditar que tenha efeitos calmantes.
De fato, lembro bem de quando era pequeno de observar que minha mãe fazia uso, para acalmar o sono dos meus irmãos ainda bebês, de um travesseirinho pequeno e muito cheiroso.
Como fui asmático até os dez anos, ou um pouco mais, acho que usei bastante esse artifício, porque as recordações me acompanharam por muitos anos.
Então, uns anos atrás, bateu uma saudade inexplicada das férias que eu passava no interior, observando a vida simples do povo do campo e tentando ser e pensar como um nativo.
Remoendo essas lembranças, achei por bem perpetuá-las num xote que chamei de “Travesseiro de Macela”. Aqui vai a letra dele:
Já faz tempo que eu não vou lá na terrinha
Pra comer mel com farinha, rapadura e munguzá
Assar um milho bem na brasa da fogueira
Dançar xote a noite inteira, ouvir o galo cantar
À tardinha, montar no meu burro velho
Prosear com “seu” Orélio, encostado na porteira
Ah que saudade eu sinto da minha terra
Ver o rio descendo a serra, tomar banho de cachoeira
Quando eu chego lá em casa é o latido
Do cachorro preferido e um cheirinho de canela
De madrugada o travesseiro de macela
Vai saber que eu estou chorando, morto de saudade dela
Saudade dela, ai, ai, saudade dela ai, ai
Eu estou roendo é morto de saudade dela...
Gravei a música, que consta do repertório do cd “Eu sou assim”, juntando composições que fiz para os meus familiares: pai, mãe, avó, madrinha, esposa, filhos.
Aos poucos vou trazendo essas lembranças aqui para o nosso espaço.
Aqui o link para a música
loading...
Na Praça de Casa Forte, o Bloco Flor da Vitória-Regia prepara-se para desfilarNo Festival de Frevo da Prefeitura do Recife, ano de 2006, o compositor e amigo Samuel Valente, grande pesquisador da música brasileira e do frevo em especial, escreveu para...
Capela de S.José dos PescadoresSempre que vou a Olinda, bate uma saudade da infância. Morei lá por dois anos. A casa não existe mais, hoje é mar. Uma grande ressaca em 1951 e o avanço constante do mar naquela área destruíram toda essa parte...
Lagoa do Mundaú-ALUm dia desses publiquei aqui um post que é um dos mais lidos do Blog, onde eu conto a história de minha música "Travesseiro de Macela".Só que eu não contei a história completa. Por que? Para não falar sobre uma parceria que morreu...
Lembranças boas são sempre bem-vindas. Principalmente quando nos evocam coisas dos tempos de criança, no aconchego da família, ouvindo histórias de avós, de terras distantes, de sabores e cores de outrora. E foi assim que hoje pela manhã me deparei...
Vou começando por aqui uma série publicando uns versos que venho fazendo sem a menor pretensão. Às vezes me dá essa vontade de poetar e dano-me a comentar coisas em blogs e colunas por aí afora de forma a matar minha vontade de ser poeta cordelista....