Quantos Coltranes perdidos ainda restam?
Música e outras coisas

Quantos Coltranes perdidos ainda restam?


Para quem se interessa pelas criações mais free de John Coltrane (1926-1967), desenvolvidas em seus últimos anos de vida, boa notícia foi o recente lançamento de “At Temple University 1966”, que apresenta um show do saxofonista gravado em 11 de novembro de 1966.

A gravação, recuperada de uma transmissão radiofônica do período, apresenta três dos temas que o saxofonista muito tocava na época: “Naima”, “Crescent” e “Leo”. Infelizmente, a intensa “Leo”, uma de suas últimas composições, está cortada. Ao menos a qualidade da gravação é melhor que a do conhecido “Olatunji Concert”, de abril de 67, editado pela Impulse!. Esse “At Temple University 1966” sai pelo Free Factory, selo sediado na Espanha que lançou, no ano passado, “Last Performance at Newport”, outra gravação não-oficial captada em 66. Fico curioso para saber como fica a questão dos direitos autorais. Os detentores dos direitos do selo Impulse _com quem Trane tinha contrato na época deste show_ e/ou seu filho e herdeiro Ravi liberam esse tipo de lançamento ou nada podem (ou têm interesse em) fazer?

Se a sonoridade até que é bem razoável, a falta de informações empobrece o lançamento: não se sabe, com certeza, nem quem eram todos os que estavam acompanhando o saxofonista. Quem está lá, de fato: John, Alice (piano) e Pharoah Sanders (tenor): para o resto, há dúvidas.
Segundo o livro “John Coltrane Reference”, a mais completa e confiável documentação discográfica do músico, nesse show Rashied Ali foi substituído por seu irmão Muhammad Ali na bateria; e Jimmy Garrison foi substituído no baixo por Sonny Johnson. Além desses, há a participação de Steven Knoblauch (sax alto) e mais alguns percussionistas. Curiosamente, há um testemunho nos comentários sobre o disco na Amazon, assinado por um Steven Knoblauch, que diz ser o músico que tocou no show. Segundo ele, houve ainda mais um sax alto no concerto e que, além das três faixas agora lançadas, eles tocaram “My Favorite Things”... 

Apesar das informações conflitantes e falhas (e da faixa interrompida bruscamente) esse é um show raro e relevante para aqueles que se deleitam com as últimas explorações do gênio Coltrane.







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