As mortes de importantes músicos do jazz e do free ocorridas em tempos recentes (Arthur Doyle, Clark Terry, Roy Campbell Jr., Kalaraparusha Maurice McIntyre) trouxeram à lembrança outros instrumentistas talentosos, também já mortos – mas estes de forma prematura: músicos que morreram no meio do caminho, ainda jovens, em processo de ebulição interrompida bruscamente.
Overdose (Kaoru Abe), assassinato (Lee Morgan), doença fulminante (Arhur Rhames, Victor Assis Brasil), acidente (Scott LaFaro, Booker Little) ou mesmo um episódio misterioso (como Albert Ayler, cujo corpo foi encontrado boiando em um rio): muitas foram as causas que levaram (free) jazzistas que ainda tinham muito a dizer. Especialmente intrigante é o caso de Christopher Gaddy (1943-1968) e Charles Clark (1945-1969): ligados à AACM, os dois músicos, que participaram do clássico "Song For" (68), de Joseph Jarman, morreram pouco tempo depois, ambos com 24 anos. No mundo do free, a história do saxofonista japonês Kaoru Abe (1949-1978), morto de overdose de heroína aos 29 anos, também é exemplar. Isso sem falar no mito Albert Ayler.
Rememoramos alguns desses nomes, daqueles que nos levam a indagar até onde poderiam ter conduzido a música que faziam (teriam optado por ficar requentando criações bem sucedidas do passado? Ou seguiriam no rumo inventivo, sempre buscando algo mais?). É claro que há outras figuras que passaram por isso; esses são apenas alguns que vieram à mente durante esse exercício mórbido (após o nome, o instrumento tocado e a idade com que cada um morreu).
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