Música e outras coisas
CHAVE DE OURO
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Alto Paraíso de Goiás |
Meus amigos e fiéis leitores. No dia 1° o blogueiro estará tirando mais umas férias. Já aconteceu algumas vezes nestes dois anos, mas estas serão especiais.
Na volta, aguardem uma série de "posts" bem legais.
Já falei por aqui que conheci quase todos os Estados brasileiros debaixo de uma barraca de camping ou dentro de um trailer.
Eu, a mulher e os filhos fizemos viagens inesquecíveis, a partir de 1970.
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João Pessoa-PB |
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Itacoatiaras do Ingá-PB |
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Atalaia-SE |
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Transpantaneira-MT |
No início praias próximas, depois praias mais distantes, sempre pelo Nordeste, nos Estados vizinhos:^Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte. Depois, fomos alçando vôos maiores, até um dia em que fizemos uma viagem de 8.000 quilômetros, seguida de outra de 5.000, no ano seguinte. Na maior, saímos do Recife, rumo a Feira de Santana, depois Lençóis, na Chapada Diamantina, Barreiras, Brasília, Caldas Novas, atravessamos pelo triângulo mineiro para Araguari, Araxá, até chegar em Belo Horizonte, depois Ouro Preto, Guarapari, no Espírito Santo, subindo pela costa da Bahia, até retornarmos ao Recife quase um mês depois. No percurso só ficamos em hotel/pousada duas vezes, por conta de dois acidentes: a quebra do parabrisas dianteiro, na Bahia e de um vidro lateral, em Goiás. Exemplifiquei nossa saga de ciganos com esta viagem, porque na época ninguém falava em turismo ecológico e os campistas eram vistos como excêntricos espécimes. Mas desses anos todos guardamos as melhores recordações. Desde filmes Super8 mm nos anos 70, passando pelas enormes fitas de vídeo, depois compact-video, ainda depois vídeo-digital e agora digital HD. São dezenas, acho que mais de uma centena de horas de filmagens em que toda uma vida está resumida. Vale dizer que sempre atualizo esses arquivos, hoje todos em dezenas de DVDs bem guardados e com várias cópias. Fotografias, desde as antigas preto-e-branco, em câmeras simples e sem o menor recurso até as atuais, são milhares. Somente cópias em papel, mais de 4.000, as digitais puras vão em mais de 15.000. Dá um trabalho imenso cuidar disso tudo, mas a recompensa é grande demais. De vez em quando nos reunimos para reviver nossa infância e juventude. E quando digo nossa é a da família inteira mesmo. Meus filhos nos acompanhavam desde os 6 meses de idade, até mesmo porque não tinhamos muita opção de viagem, por conta da grana curta. E assim, varamos anos a fio, passeando juntos, nos divertindo pra valer e conhecendo o Brasil por dentro da alma e dos costumes do seu povo tão diverso, dos seus sotaques tão maravilhosos, da sua cultura tão rica, da sua gastronomia tão farta e saborosa. Com o tempo, fomos prosseguindo só nós dois, eu e Edla, porque os "meninos" e a "menina" casaram, tiveram ou vão ter filhos e foram cuidar das suas vidas e fazer os seus passeios. Mas, nós continuamos e assim fomos conhecer Estados mais distantes, como o Amazonas, o Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, os dois Mato Grosso. Faltava um destino que foi "criado" enquanto viajávamos com a "criançada": o Tocantins. E nele, um fascínio: o deserto do Jalapão, que é assim chamado talvez somente pelas dunas imensas lá no meio do cerrado do que antes era o Norte de Goiás, Estado dividido ao meio. E é pra lá que vamos agora. Viajamos no dia primeiro de março e voltamos no dia 7. Tenho certeza de que será uma viagem inesquecível, tanto pelas paisagens que todos já conhecemos de tantas reportagens televisivas, quanto pelo clima de aventura/safári fotográfico, imersão num Brasil original, nativo, intocado. Por isso tudo, minha ansiedade está indo aos picos máximos. Lá onde vamos ficar, é o meio do nada. Não há eletricidade, não há telefone, internet, televisão, mas em compensação, há a terra imaculada, o céu de puro azul, o cerrado a perder de vista, há montes e dunas a escalar, há rios puríssimos para mergulhar, cachoeiras, nascentes, capim dourado único. Há, também, remanescentes de quilombos que visitaremos, na sua vida simples e rotineira de convivência com a natureza original do lugar. Enfim, tenho a certeza de que estaremos fechando com "chave de ouro" essa etapa de vida de campista. Afinal, 43 anos depois, vamos enfim nos dedicar a outras viagens para destinos um pouco distantes: alguma coisa ainda da América do Sul, várias da América do Norte, onde mora meu filho mais velho, os países da Europa que nos interessam, um pouco da África e quem sabe do Oriente. "O mundo é grande e a Felicidade até existe", dizia aquela canção do Roberto. E eu acredito que ele tinha razão.
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Pratagi-AL |
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