O pioneirismo da Globe Unity Orchestra
Música e outras coisas

O pioneirismo da Globe Unity Orchestra


A Globe Unity Orchestra foi um dos pioneiros grandes conjuntos a explorar a vitalidade da free music, juntando em suas fileiras alguns dos maiores nomes da improvisação livre europeia dos anos 60/70. O primeiro encontro que deu origem à banda se deu em 1966, quando o pianista Alexander Von Schlippenbach, mentor e líder da big band, convidou os grupos de Manfred Schoof e Peter Brötzmann para tocarem com ele no Berlin Jazz Festival. Logo outros músicos se juntaram ao projeto, e a GUO (que ainda não ostentava sue nome oficial) entrou no Ariola Studio Cologne, em dezembro de 66, para realizar o registro (duas faixas de 20 minutos) que aparece em seu álbum de estreia, Globe Unity - creditado à época a Schlippenbach. A banda manteve um percurso relevativamente ativo, entre idas e vindas, até o começo dos anos 80; a partir de então, apenas encontros pontuais, especialmente para efemérides, como a reunião ocorrida em 2006 para comemorar os 40 anos da banda.


Apesar de a improvisação livre ser de relevância vital para o trabalho do grupo, certo núcleo composicional (ao menos linhas que indicassem rumos para a improvisação coletiva) fazia parte do projeto de Schlippenbach. A GUO possivelmente não teve vida mais longa e intensa devido aos múltiplos projetos com que seus principais colaboradores estavam envolvidos. Mas sua influência para grandes conjuntos de free music que surgiriam no futuro ("The Little Huey Creative Music", "Chicago Tentet" etc.) é indiscutível.
A Globe Unity deixou cerca de uma dúzia de registros oficiais (dentre os quais, são obrigatórios Live in Wuppertal e Globe Unity 67 &70) e contou em suas fileiras, além de Brotzmann e Schoof, com Derek Bailey, Evan Parker, Alan Silva, Peter Kowald, Albert Mangelsdorff, Michel Pilz, Kenny Wheeler, Bob Stewart, Toshinori Kondo, Willem Breuker, Paul Lovens e Han Bennink (que, além de percussão, pode ser visto no vídeo abaixo tocando “dhung”, instrumento de sopro tradicional tibetano).
Confira um dos raros registros em vídeo da Globe Unity Orchestra em seu tempo áureo, início dos anos 70.





loading...

- Talento Sombreado: Michel Pilz (ii)
A falta de informação sobre um músico como Michel Pilz acaba por atrapalhar quem deseja conhecer mais ou escrever sobre seu percurso. Em seu site, há apenas uma discografia parcial, com a citação de uma singela lista (sem créditos ou imagens de...

- Talento Sombreado: Michel Pilz
Michel Pilz (Alemanha, 1945) pertence ao ramo dos músicos discretíssimos, muitas vezes sombreados por seus pares. Chega a ser mais lembrado por sua ligação com Manfred Schoof e Alex Von Schlippenbach que por sua obra em si. Como Pilz não gravou muito...

- Omaggio A Willem Breuker (1944-2010)
Na pequena série-homenagem que apareceu por aqui no fim de 2010, repassando um pouco da obra de figuras elevadas que morreram no ano passado, deixamos de contemplar um nome não menos importante: Willem Breuker. O músico holandês, nascido em 4 de novembro...

- Rajada Alemã: Peter Brötzmann
Peter Brötzmann pertence àquela seleta listagem de artistas que se tornam lenda muito cedo, com a obra ainda em construção. Com o seminal Machine Gun, criou uma peça única e sedimentou a cena free/improvised europeia, alocando-a no mapa mundial....

- Blauer Hirsch, Energia Europeia
Surgido na Europa na década de 80, o grupo Blauer Hirsch juntou os veteranos _que já flentaram com a cena free_ Mani Neumeier (drums) e Werner Lüdi (sax) com os jovens Mich Gerber (bass) e Wädi Gysi (guitar). Aqui não se trata mais nem de free jazz...



Música e outras coisas








.