LÁ VEM SEU CHINA NA PONTA DO PÉ!
Música e outras coisas

LÁ VEM SEU CHINA NA PONTA DO PÉ!





Existem vários “elos perdidos” entre a herança legada por Louis Armstrong e a revolução harmônico-melódica encarnada por Dizzy Gillespie. Certamente, o mais célebre deles é o pequeno grande Roy Eldridge, o “Little Jazz”. Mas também há outros candidatos a esse título, como Hot Lips Page e Jonah Jones. Outro trompetista muito bem cotado nessa corrida é o genial Buck Clayton, a quem os críticos britânicos Richard Cook e Brian Morton, autores do “The Penguin Guide For Jazz Recording”, qualificam de “uma síntese da história do trompete e dono de um tom brilhante, com uma facilidade aparentemente ilimitada para a improvisação melódica”.

Wilbur Dorsey Clayton nasceu na cidade de Parsons, no Kansas, no dia 12 de novembro de 1911. Seu pai, Simeon Oliver Clayton, tocava trompete semiprofissionalmente e foi com ele que o pequeno Buck recebeu as primeiras lições ao instrumento, quando tinha apenas seis anos. Além de músico, Simeon era editor de um jornal voltado para a comunidade negra, chamado “The Blade”, e pastor de uma igreja batista. Sua esposa era professora e tocava órgão.

Foi acompanhando a mãe nas liturgias que o garoto mergulhou nas águas da música negra americana, como o blues, o gospel e os spirituals. Na adolescência, o jovem aprofundaria os estudos com Bob Russell, integrante da orquestra de George E. Lee. Como todo jovem trompetista da época, o espelho pelo qual Clayton se mirava era Louis Armstrong e o dixieland foi a base dos seus primeiros contatos com o jazz. Mais tarde, agregou o talentoso Cootie Williams, um dos pilares da orquestra de Duke Ellington, ao seu rol de influências.

Após concluir o ensino médio, em 1929, Buck se profissionalizou e passou a tocar em várias orquestras de baile do seu estado natal. Todavia, insatisfeito com os rumos da carreira, em 1932 ele decidiu tentar a sorte em Los Angeles. Seu primeiro emprego foi na banda de Earl Dancer, um produtor de espetáculos musicais que também era comediante e cantor, mas Clayton também chegou a fazer parte, por um breve período, da orquestra de Duke Ellington. Na Califórnia, ele aproveitou para aperfeiçoar-se nos estudos musicais, sob a tutela de Mutt Carey.

Quando a primeira versão de King Kong foi feita, em 1933, os agentes do estúdio RKO, que produziu o filme, fizeram um grande recrutamento entre os músicos negros que atuavam na região da Central Avenue, a fim de que atuassem como figurantes, no papel de nativos da ilha onde o gorila gigante habitava. Clayton tentou a sorte em um desses testes, mas foi rejeitado, porque tinha olhos verdes e sua pele, segundo os agentes, não era suficientemente escura. O trompetista, em sua autobiografia (escrita em 1986, em parceria com Nancy Miller Elliott), comentaria o episódio com uma ironia certeira: “Eu era claro demais para ser negro e negro demais para ser branco”.

Em 1934, ele foi contratado para montar uma orquestra de jazz em Xangai, na China. A viagem e a própria vida no Oriente eram uma aventura grandiosa, mas Clayton não fugiu ao desafio. Conseguiu arregimentar alguns músicos norte-americanos e com eles partiu para a China. Com o nome de “Harlem Gentlemen”, a orquestra fez um enorme sucesso no Canidrome Ballroom, em Xangai, que na época era uma possessão francesa. Os motivos pelos quais Clayton optou por uma mudança de vida tão radical permanecem particularmente obscuros.

Alguns historiadores afirmam que Buck aceitou essa proposta de trabalho por causa das vantagens financeiras prometidas pelos produtores a ele e ao pianista Teddy Weatherford, seu companheiro na empreitada. Outros defendem a tese de que o verdadeiro motivo foi uma agressão sofrida pelo trompetista, por parte de alguns soldados brancos que o teriam espancado covardemente. Farto da opressão e do racismo, Clayton teria visto na oferta de trabalho uma excelente oportunidade para deixar os Estados Unidos.

O certo é que durante os cerca de dois anos em que permaneceu no território chinês, com direito a temporadas em cidades como Hong Kong e Taiwan, Buck ajudou a popularizar o jazz naquele país e sua parceria com o compositor Li Jinhui, um dos músicos chineses mais respeitados daquela época, é considerada um marco na história da música popular chinesa. Clayton encontrou no Oriente o respeito e o tratamento digno que lhe eram negados em seu próprio país.

Consta que um dos mais assíduos freqüentadores do Canidrome Ballroom era o general Chiang Kai-shek, ex-presidente da República da China e futuro presidente da China Nacionalista, instaurada na ilha de Formosa após a chegada ao poder dos comunistas liderados por Mao-Tse Tung, em 1949. Embora tivesse uma carreira sólida no Oriente, o trompetista foi obrigado a regressar aos Estados Unidos, em 1936, por conta da iminência de uma guerra entre China e Japão (que seria deflagrada em 1937, após a invasão japonesa à região da Manchúria).

De volta a Los Angeles, ainda em 1936, o trompetista atuou em algumas orquestras de clubes locais, como o Sebastian’s Cotton Club e o Club Araby. No início do ano seguinte, recebeu uma oferta de trabalho do bandleader Willie Bryant, mas teria que se mudar para Nova Iorque. Durante a viagem, Clayton passou por Kansas City e, naquela cidade, ele foi convidado por Count Basie para se juntar à sua orquestra, atração fixa do Reno Club. Buck não pensou duas vezes e desistiu da proposta anterior, ocupando, dessa forma, o lugar de Hot Lips Page, que havia deixado o emprego poucas semanas antes.

A máquina de swing de Basie ganhava uma de suas vozes mais poderosas e de maior personalidade. E, além de excepcional instrumentista, Buck também era um compositor inspirado e um notável arranjador. No final de 1937, o próprio Basie acabou por se mudar para Nova Iorque com sua orquestra, graças ao sucesso que seus discos faziam pelo país – e a contribuição do trompetista para esse salto de popularidade é inegável.

Clayton teve, então, a oportunidade de tocar com algumas das mais legendárias figuras do universo jazzístico da época, como Billie Holiday (que costumava dizer que Clayton era “o homem mais bonito que já caminhou pela face da Terra”), Billy Eckstine, Eddie Durham, Benny Goodman, Teddy Wilson e Lester Young, seu companheiro nas hostes da orquestra de Count Basie.

A união com Basie perduraria até 1943, quando Clayton foi convocado para servir às forças armadas. Embora os Estados Unidos estivessem mergulhados na II Guerra Mundial, o trompetista não foi enviado para as frentes de batalha, sendo designado para uma base próxima a Nova Iorque, Camp Kilmer, o que lhe possibilitava, nos dias de folga, ir tocar na orquestra de outro grande bandleader da época, Sy Oliver.

Retornando à vida civil em 1946, Clayton montou um pequeno grupo, com o qual se apresentava regularmente no Café Society, e fez parte da banda do cantor Jimmy Rushing, atração fixa do Savoy Ballroom. Além disso, ele complementava o orçamento escrevendo arranjos para pequenos grupos, como o do guitarrista Howard Alden, e para orquestras, como as de Benny Goodman, Harry James e do ex-patrão Count Basie.

A partir daquele ano, Clayton se tornaria uma das figuras de maior destaque do projeto Jazz at the Philharmonic, excursionando pelos Estados Unidos ao lado de gênios como Lester Young, Roy Eldridge, Coleman Hawkins, Oscar Peterson, Buddy Rich, Illinois Jacquet, Red Callender, Barney Kessel, Dizzy Gillespie e Charlie Parker, sob o comando do produtor Norman Granz. São desse período as suas primeiras gravações como líder, para o selo H. R. S.

Em 1949, Clayton decide se estabelecer na Europa e fixa residência em Paris. Na capital francesa, monta um grupo com o clarinetista Mezz Mezzrow e o pianista Earl Hines, cujas gravações para o selo Vogue são consideradas clássicas. Foi a partir delas que o crítico inglês Stanley Dance criou a expressão “mainstream jazz”, a fim de definir aquela música que incorporava elementos do bebop e do swing e que era, ao mesmo tempo, relevante do ponto de vista artístico e bem sucedida do ponto de vista comercial.

O tratamento dispensado pelo público europeu aos músicos de jazz deixou o trompetista encantado. Em uma entrevista, ele chegou a declarar: “Eles te tratam como um verdadeiro artista. Eles sabem tudo sobre você. Onde e quando você nasceu, quando foram feitas as suas primeiras gravações, em que bandas você atuou. Se duvidar, os fãs europeus sabem mais sobre a sua vida do que você mesmo”.

Por conta da receptividade, Clayton faria várias excursões pela Europa durante os anos 50, quase sempre ao lado de Mezzrow. Em 1953, por exemplo, a dupla passou pela Itália e ali teve a honra de dividir os palcos com ninguém menos que Frank Sinatra. Em dezembro daquele ano, Buck iniciou uma série de álbuns para a Columbia, com produção de George Avakian e John Hammond, curiosamente o homem que, na década de 30, ajudou a orquestra de Count Basie a se tornar conhecida nacionalmente. A associação perduraria até 1956 e essas gravações são consideradas verdadeiras obras-primas pela crítica especializada.

Durante suas temporadas européias, Clayton costumava gravar com sessões rítmicas locais. Dentre essas gravações, destacam-se os discos para a Gitanes, de 1953 (ali, ele se fez acompanhar pelos franceses Michel de Villiers no sax tenor, Andre Persiany no piano, Jean-Pierre Sasson na guitarra e Gerard Pochonet na bateria) e de 1966, onde ele dividiu os créditos com o saxofonista Hal Singer e o cantor Joe Turner (a sessão rítmica é formada por Bernard de Bosson, no piano, Mickey Baker na guitarra, Roland Lobligeois no contrabaixo e Wallace Bishop na bateria). Esses álbuns foram lançados em cd em 2007 e fazem parte da série Jazz in Paris.

Clayton costumava se cercar de alguns dos maiores nomes do jazz em seus discos, como Charlie Parker, Dexter Gordon, Kai Winding, J. J. Johnson, Joe Bushkin, Ruby Braff, Nat Pierce, Coleman Hawkins, Trummy Young, Dickie Wells, Jo Jones, Mel Powell, Milt Hinton e Sir Charles Thompson. Em 1955, Clayton fez uma ponta no filme “The Benny Goodman Story” e, coincidentemente, dois anos depois, em 1957 depois seria membro da banda do clarinetista, que era atração fixa do elegante clube do Hotel Waldorf-Astoria, em Nova Iorque.

Buck foi o responsável por uma das mais notáveis apresentações da edição de 1956 do Newport Jazz Festival, à frente de uma banda co-liderada por ninguém menos que Coleman Hawkins e J.J. Johnson. Em 1958, o trompetista foi uma das atrações da Feira Mundial, realizada em Bruxelas, na Bélgica, onde atuou ao lado do veterano Sidney Bechet. A década de 60 marca a parceria de Clayton com outros veteranos, como o clarinetista Pee Wee Russell e o guitarrista Eddie Condon. Com o primeiro, realizou diversas gravações e com o segundo excursionou pelo Japão, Austrália e Nova Zelândia.

Outra parceria importante foi com o saxofonista Buddy Tate, outro egresso da big band de Count Basie, ao lado de quem gravou dois álbuns para o selo Swingville (uma subsidiária da Prestige Records). O primeiro deles, “Buck & Buddy”, foi gravado no dia 20 de dezembro de 1960, com produção de Esmond Edwards e engenharia de Rudy Van Gelder. No acompanhamento, os ótimos Sir Charles Thompson (piano), Gene Ramey (contrabaixo) e Mousey Alexander (bateria).

Para abrir os trabalhos, o quinteto interpreta a inflamada “High Life”, composição de Clayton que tem um pé no swing e outro no bebop. O piano febril de Thompson faz uma soberba incursão pelo blues e pelo boogie woogie, resgatando a antiga técnica stride, tão característica da década de 20. Trompete e saxofone engendram diálogos eletrizantes, calcados em improvisos furiosos e em passagens tecnicamente perfeitas. A percussão alucinada de Alexander e a condução precisa de Ramey asseguram um suporte rítmico à altura da eloqüência harmônica de Vlayton e Tate.

A balada “When a Woman Loves a Man”, de autoria de Bernie Hanighen, Gordon Jenkins e Johnny Mercer, tem uma atmosfera que remete aos anos 30, realçada pelo sopro nostálgico do líder, que impõe uma sonoridade prenhe do mais puro romantismo. O uso bem dosado da surdina chama a atenção para a sua versatilidade e para a sua capacidade de explorar tanto os registros graves quanto os agudos com igual perícia. Destaque para a abordagem comedida de Alexander e para as sutilezas melódicas criadas por um inspirado Thompson. É a única faixa de que Tate não participa.

Em seguida, é a vez de “Thou Swell”, criação da dupla Richard Rodgers e Lorenz Hart. O arranjo é sincopado e gracioso, resultando em uma execução leve, ensolarada, na qual os músicos parecem tão à vontade quanto em uma animada jam session. A abordagem de Clayton possui uma ferocidade inata, uma espécie de vitalidade interior que inflama e entusiasma seus companheiros, como se os conclamasse para uma batalha. Por sua vez, a levada de Thompson é despretensiosa, sem floreios ou excessos. Imerso na tradição bop, o solo de Tate é de um lirismo melodioso e, ao mesmo tempo, repleto de nuances harmônicas.

Executada em um inebriante tempo médio, “Can’t We Be Friends?”, a composição mais conhecida de Kay Swift e Paul James, recebeu um arranjo despojado. A luminosa introdução fica a cargo de Clayton, que aqui volta a fazer uso da surdina, e Ramey. Aos poucos, se juntam à dupla os demais instrumentistas, merecendo atenção as luxuosas intervenções de Thompson. Os solos de Tate são construídos com delicadeza e sua sonoridade, encorpada e vibrante, guarda alguma semelhança com outros ilustres predecessores, em especial Ben Webster e Coleman Hawkins.

O blues “Birdland Betty” é o segundo tema composto por Clayton. Trata-se de um formidável petardo sonoro, com direito a sopros em uníssono, contrabaixo transitando sempre pelas regiões mais graves e um primoroso uso do stride piano por parte de Thompson. Clayton extrai de seu instrumento sons límpidos, sem arestas, mas dotados de uma lógica bastante complexa, enquanto Tate elabora uma abordagem rascante, gutural, repleta de efeitos e com um acento algo primitivo. É como se, ao dialogar, os dois velhos amigos traçassem uma analogia entre a tradição e a modernidade, dicotomia que desde sempre impeliu o jazz a ultrapassar as suas fronteiras histórico-cronológicas.

“Kansas City Nights” é uma homenagem de Buck aos momentos heróicos vividos ao lado de Count Basie. Também é um blues, mas um pouco mais acelerado que o anterior, com Thompson se esmerando nos agudos e pagando tributo aos mestres do blues daquela cidade, em especial ao próprio Basie e ao grande Jay McShann. A polirritmia de Alexander é infecciosa e Tate se mostra um habilíssimo blueseiro, capaz de imprimir um indiscutível conteúdo emocional em suas frases. A pegada robusta de Ramey e a destreza do líder para se manter sempre no registro médio do trompete são detalhes que chamam a atenção do ouvinte.

Uma curiosidade sobre a sessão é relatada nas notas, escritas pelo crítico Joe Goldberg: “As músicas foram gravadas em meio à pior tempestade de neve que Nova Iorque já tinha visto nos últimos vinte anos. O baterista Mousey Alexander, por exemplo, teve uma enorme dificuldade para chegar até o estúdio. Por conta dos percalços, Buck não estava muito animado com o que poderia resultar de uma gravação naquelas circunstâncias. Mas foi só os músicos começarem a tocar seus respectivos instrumentos que o líder da sessão esqueceu os problemas. Num instante, ele estava sorrindo e batendo os pés, reações que, certamente, vão ser as mesmas de todos aqueles que ouvirem este disco”.

Os anos 60 ainda reservariam muitas aventuras musicais a Clayton, como as gravações com o lendário trompetista britânico Humphrey Lyttelton (“Buck Clayton with Humphrey Lyttelton and His Band”, PID, 1964). Por causa de problemas com o sindicato dos músicos da Inglaterra, as gravações tiveram que ser realizadas na Suíça. Outro momento interessante na carreira de Clayton é o álbum “Buck Clayton Meets Joe Turner” (Black Lion, 1966), onde ele divide a liderança com o cantor Joe Turner. As gravações foram feitas em Zagreb, na antiga Iugoslávia, tendo como acompanhantes músicos locais, com destaque para o vibrafonista Bosko Petrovic.

Em 1969, Clayton se apresentou no New Orleans Jazz Festival e, em seguida, foi obrigado a se submeter a uma cirurgia nos lábios, que o deixou afastado dos palcos e estúdios até 1972. Como conseqüência direta desse afastamento, Clayton passou a se dedicar, integralmente, aos arranjos, além de iniciar uma prolífica carreira como educador musical, no Hunter College, em Nova Iorque.

A voltaàs gravações se deu em grande estilo, com o álbum “A Buck Clayton Jam Session: 1975”, para o selo Chiaroscuro. Liderando uma big band  composta por feras como o trompetista Joe Newman, o trombonista Vic Dickenson, os saxofonistas Buddy Tate, Buddy Johnson, Sal Nistico e Lee Konitz, Clayton está extremamente à vontade e o disco é considerado um dos pontos altos de sua carreira fonográfica. Além disso, conta com uma sessão rítmica de sonhos: Tommy Flanagan no piano, Milt Hinton no contrabaixo e Mel Lewis na bateria.

O trompetista fez uma longa excursão pelo continente africano, em 1977, a convite do Departamento de Estado norte-americano. Dois anos depois, Clayton seria, novamente, obrigado a abandonar o trompete, por conta de seus problemas com a embocadura, voltando a se concentrar na composição e nos arranjos. Escreveu uma autobiografia, intitulada “Buck Clayton’s Jazz World”, juntamente com Nancy Miller Elliott, em 1986.

Ainda naquele ano, montou uma orquestra, que passou a se apresentar com habitualidade nas dependências do Brooklyn Museum, cujo repertório era, essencialmente, calcado em suas próprias composições. Clayton, obviamente, também ficou responsável pelos arranjos e pela regência da big band, formada por músicos de alto gabarito, como o saxofonista Joe Temperley, o trombonista Dan Barrett, o guitarrista Howard Alden e o baterista Dennis Mackrell.

No dia 08 de dezembro de 1991, Clayton faleceu, em Nova Iorque, em decorrência de uma parada cardíaca. Tinha 80 anos e deixou um legado de mais de 100 composições e inúmeros arranjos, escritos para os mais variados formatos.  Calou-se, para sempre, a voz que o crítico britânico Raymond Horricks afirmou, em certa ocasião, que “era capaz de construir frases que pareciam cantar juntamente com a melodia”.

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