Improvisações de Thurston Moore
Música e outras coisas

Improvisações de Thurston Moore


As andanças de Thurston Moore além das muralhas do idolatrado Sonic Youth já renderam uma infinidade de projetos, discos e parcerias. Em seu nome, o guitarrista já gravou uma dezena de álbuns, que costumam trazer uma pegada mais experimental e de menor adesão/degustação por parte do público mais tocado pelas levadas melódicas e de pegada pop do Sonic Youth. Quem se interessa pelo trabalho de Moore, especialmente como guitarrista, deveria dar maior atenção a suas criações na seara improvised music, onde já se associou a figuras chaves do free jazz: Paul Flaherty, Evan Parker, Mats Gustafsson, Paal Nilssen-Love, Chris Corsano, Derek Bailey...
Nascido na Florida em julho de 1958, Moore começou a tocar na virada dos 70/80, período em que se juntou a seu mais antigo parceiro, Lee Ranaldo, com quem formou o Sonic Youth em 81.
Os característicos improvisos-ruidosos que marcam os solos de guitarra do Sonic desde seus primórdios não devem ser buscados apenas em um leque óbvio de filiações rockers _Velvet Underground, Stooges.... Moore relata que começou a ter contato com o free jazz e a improvised music naquele início de 80s _sons com os quais se envolveu muito mais do que alguns fãs possam imaginar.


O guitarrista falou, em entrevista concedida a Fred Jung, sobre sua relação com o jazz e a improvised music:

“Improvised music as a genre, I was somewhat unaware of in the Eighties. [...] I started really listening to classic Sixties jazz, to Coltrane and Mingus and to Ornette, and became very immersed in it, especially the New York school of it, and reading Leroi Jones’ writings on it. That really opened up my ears to people like Frank Lowe and Rashied Ali and Milford Graves and some of the more expanded playing ideas. The idea of improvisation in jazz was elemental. I never really thought about it. As far as the way I was approaching music myself, the idea of creating compositions with us getting together and playing free and making composition from ideas that were coming out of this free playing, I never thought it as belonging to any school of improvisation."


“One thing that really helped was a book that came out by John Litweiler called The Freedom Principle. He also wrote the Ornette Coleman bio. Litweiler's book really showed the historical correlation between the European improvisers and American avant-garde jazz, Art Ensemble, Anthony Braxton, and the loft jazz that was going on in New York, primarily free jazz players, Milford Graves and what Archie Shepp was doing and the radical composition that Bill Dixon was doing. There was some commentary in there, especially by Brötzmann, where he said that one point at a young age, American jazz was very important to their development as far as players and their language, but at some point, they really broke away from it and developed and created their own identity outside of the genre of jazz as free improvisers. [...] That was really interesting to me, the whole sort of embrace of experimental art music, be it improvised acoustic music such as Brötzmann and Derek and Evan or improvised noise music that was really happening with such radical groups like Nurse With Wound or Japanese noise musicians like Merbow. There was a correlation between all those kind of free music activities”



Em Klangfarbenmelodie...And The Colorist Strikes Primitive, pode-se apreciar o perfil improvisational de Moore. Ao lado do baterista Tom Surgal, o guitarrista mostra sua faceta de livre criador, que em nada remete ao universo das canções ruidosas a que seus fãs estão mais acostumados. Longas improvisações, apenas duas faixas, peça artística que nasceu ali, no palco, captada no começo de 95, em NY.



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